Girly Paradise Gifs Professora Sandra Bastos
glitter graphics

sábado, 20 de abril de 2013


Definição da palavra barroco
 
A palavra “barroco” tem sua origem controvertida. Enquanto alguns afirmam que está ligada a um processo relativo à memória que indicava um silogismo aristotélico de conclusão falsa, outros defendem que designaria um tipo de pérola de forma irregular, ou mesmo um terreno desigual, assimétrico.
 
Padre Antônio Vieira
Ninguém angariou tantas críticas e inimizades quanto o "impiedoso" Padre Antônio Vieira, detentor de um invejável volume de obras literárias, inquietantes para os padrões da época.
Politicamente, Vieira tinha contra si a pequena burguesia cristã (por defender o capitalismo judaico e os cristãos-novos); os pequenos comerciantes (por defender o monopólio comercial) e os administradores e colonos (por defender os índios). Essas posições, principalmente a defesa dos cristãos-novos, custaram a Vieira uma condenação da Inquisição, ficando preso de 1665 a 1667. A obra do Padre Antônio Vieira pode ser dividida em três tipos de trabalhos: Profecias, Cartas e Sermões.
As Profecias constam de três obras: História do Futuro, Esperanças de Portugal e Clavis Prophetarum. Nelas se notam o sebastianismo e as esperanças de que Portugal se tornaria o "quinto império do Mundo". Segundo ele, tal fato estaria escrito na Bíblia. Aqui ele demonstra bem seu estilo alegórico de interpretação bíblica (uma característica quase que constante de religiosos brasileiros íntimos da literatura barroca). Além, é claro, de revelar um nacionalismo megalomaníaco e servidão incomum.
O grosso da produção literária do Padre Antônio Vieira está nas cerca de 500 cartas. Elas versam sobre o relacionamento entre Portugal e Holanda, sobre a Inquisição e os cristãos novos e sobre a situação da colônia, transformando-se em importantes documentos históricos.  
O melhor de sua obra, no entanto, está nos 200 sermões. De estilo barroco conceptista, totalmente oposto ao Gongorismo, o pregador português joga com as idéias e os conceitos, segundo os ensinamentos de retórica dos jesuítas. Um dos seus principais trabalhos é o Sermão da Sexagésima, pregado na capela Real de Lisboa, em 1655. A obra também ficou conhecida como "A palavra de Deus". Polêmico, este sermão resume a arte de pregar. Com ele, Vieira procurou atingir seus adversários católicos, os gongóricos dominicanos, analisando no sermão "Porque não frutificava a Palavra de Deus na terra", atribuindo-lhes culpa.
Gregório de Matos Guerra
Uma das principais referências do barroco brasileiro é Gregório de Matos Guerra, poeta baiano que cultivou com a mesma beleza tanto o estilo cultista quanto o conceptista .
Na poesia lírica e religiosa, Gregório de Matos deixa claro certo idealismo renascentista, colocado ao lado do conflito (como de hábito na época) entre o pecado e o perdão, buscando a pureza da fé, mas tendo ao mesmo tempo necessidade de viver a vida mundana. Contradição que o situava com perfeição na escola barroca do Brasil. É patente do movimento nativista quando ele separa o que é brasileiro do que é exploração lusitana.
Carpe Diem
O tema central do Barroco se encontra na antítese entre a vida e a morte. Daí decorre o sentimento da brevidade da vida, da angústia da passagem do tempo, que tudo destrói. Diante disso, o homem barroco oscila entre a renuncia e o gozo dos prazeres da vida.                             Quando pensa no julgamento de Deus, foge dos prazeres e procura apoio na fé. Quando a fé é insuficiente, a atração dos prazeres o envolve e cresce o desejo de desfrutar da vida.    Por isso, o Carpe Diem, expressão latina que significa “aproveita o dia (presente)”, é um dos temas freqüentes da arte barroca. A mocidade ou a juventude é freqüentemente comparada à flor que é bonita por pouco tempo e logo morre. Daí o apelo dos poetas barrocos.
            O Carpe Diem é um tema que vinha já da Antiguidade, mas no Barroco foi desenvolvido de forma angustiada, pois era uma tentativa de fundir os opostos, de conciliar o que, no fundo, é inconciliável: a razão e a fé, a matéria e o espírito, a vida carnal e a vida espiritual.
Barroco X Renascimento
O homem do período renascentista acreditava que a cultura mais perfeita era a cultura desenvolvida em meio ao paganismo. Acreditava que a arte, a ciência e a erudição tinham florescido durante o período clássico, Grécia e Roma, e na capacidade de ação do homem, na sua atuação como ser dono do Universo e capaz de modificar tudo à sua volta. Na literatura eram imitados os textos da antiguidade Clássica. Já o homem do período barroco  estava dividido entre a religião e o paganismo, entre a verdade e a mentira, o amor e a solidão, o pecado e o perdão. As poesias são rebuscadas e utilizam o jogo de idéias, são assimétricas e apresentam antíteses, reflexo do conflito em que o homem barroco vivia
Literatura Barroca
Literatura barroca é uma área da literatura ocidental, produzida sobretudo no séc XVII, teve a sua compreensão e interpretação crítica extraordinariamente aprofundada e esclarecida graças à introdução no uso crítico e historiográfico do conceito de barroco literário. O termo veio das artes plásticas e visuais, com um sentido pejorativo, designando a arte do período subseqüente  ao Renascimento, que era interpretada como uma forma degenerada dessa arte, pela perda da clareza, pureza, equilíbrio, em troca do exagero ornamental e das distorções. Originalmente tal como era corrente nos séculos X.VI e XVII barroco significava arte bizarra, artificial. A etimologia do termo é controvertida. Designando pérola de superfície   irregular, teria sido usada por espanhóis e portugueses (barrueco e barroco). Por outro lado, a palavra fora usada pela escolástica medieval, como termo mnemônico do silogismo e assim aparece em Montaigne com intenção irônica, pois então queria dizer raciocínio estranho, vicioso, confundindo o falso e o verdadeiro. Até o  século XIX, permaneceu este o significado: argumentação barroco; imagem  barroca; figura barroca.
            A revisão da questão se deve a Jacob  Burckhardt, no Cicerone (1855). Mas a sua reformulação definitiva para a história da arte, e depois para a crítica literária, foi empreendida por Heinrich Wolffin  (1864-1945) desde 1879 ao reabilitar a arte barroca, mostrando-a como uma forma peculiar, com valor estético e significado próprios. Estabeleceu Wolfflin a teoria da análise formal das artes, pela qual a passagem de um tipo de arte para outro se processaria segundo princípios internos. Assim, à arte renascentista sucedeu  a barroca, não como um declínio, porém como o desenvolvimento natural para um estilo posterior, que já não é táctil, porém visual, não é linear, porém pictórico, não é composto em plano mas em profundidade, nem em partes coordenadas mas subordinadas a um conjunto, não é fechado mas aberto, não tem claridade absoluta mas relativa. Tal teoria da definição dos estilos artísticos, à luz dessas categorias, foi aplicada à análise da literatura, nas obras que exprimiram a oposição entre o Renascimento e o barroco, como o Orlando Furioso de Ariosto e a Jerusalém Libertada do Tasso. De 19l4 em diante o termo foi absorvido pela crítica literária, e se ampliaram os estudos interpretativos da literatura seiscentista. As velhas denominações , “seiscentismo” , “gongorismo” “eufuísmo”, “marinismo”, “conceptismo”, “culteranismo”, “cultismo”, “preciosismo”, de sentido pejorativo, passaram a ser compreendidas como referindo-se a formas imperfeitas ou não desenvolvidas do barroco e são hoje melhor englobadas sob o rótulo de barroco.
Assim, o barroco é o estilo artístico e literário, e mesmo o estilo de vida, que encheu o período entre o final do século XVI e o século XVIII, em todos os povos do Ocidente, com variantes locais de tempo e fisionomia artística, embora com unidade de características estéticas e estilísticas. Mas, ao lado do elemento formal peculiar, o barroco é ligado a uma ideologia, que lhe empresta unidade espiritual, e essa ideologia foi fornecida pela Contra-Reforma.O barroco foi o estilo, a arte de atributos morfológicos adequados á expressão do conceito da  vida dinamizado pela Contra-Reforma em reação ao Renascimento, e de modo a traduzir--se em todas as manifestações artísticas, a16m ao vestuário, da jardinagem, das festas.A ideologia tridentina comunicou à época e à arte uma fisionomia trágica , dilacerada entre os pólos  celeste e terrestre, entre a carne e o espírito, procurando incutir no homem o horror do mundo, o medo da morte, o pavor do inferno, conquistando-o para o céu pela captação de  imaginação e seus sentidos, para o que usa o ornamental e o espetacular. O homem barroco é contraditório, em estado de conflito, saudoso do paraíso e ao mesmo tempo seduzido pelo mundo e pela carne. A literatura barroca, destarte, apresenta caracteres típicos:o fusionismo (união dos detalhes num todo orgânico), o claro-escuro, o eco, a união do racional e do irracional (expressa nas figuras estilísticas paradoxo), a ambigüidade, o caráter grandioso e ornamental (expresso no exagero de figuras estilísticas), figuras de estilo que traduzem o estado de conflito e tensão espiritual (antíteses, paradoxos, contorções, hipérboles, etc) ; o uso dos concetti, wit, agudeza, do tipo de estilo conhecido como genus humile, de forma; epigramática, sentenciosa, breve. É um estilo chamado  filosófico, de pensamento, mais para ser lido do que ouvido, oposto ao estilo ciceroniano, redondo, oratório. A literatura barroca inclui grandes nomes do seiscentismo: Góngora, Quevedo, Cervantes, Calderón, Lope de Vega, Gracián, Tasso, Marino, Donne, Crashaw, Shakespeare, Montaigne, Pascal, Antônio Vieira, Rodrigues Lobo, Gregório de Matos, Soror Juana  de la Cruz e muitos outros.
 
Conjunção
 

Conjunção coordenativa e subordinativa

1. Examinemos os seguintes provérbios:

O mal e o bem à face vêm.
Deseja o melhor e espera o pior.
Só dura a mentira enquanto a verdade não chega.

No primeiro, encontramos a palavra e, que está ligando dois termos de uma oração: o mal e o bem.
No segundo, vemos a mesma palavra e, que está ligando duas orações de sentido completo e independente: Deseja o melhor. Espera o pior.
No terceiro, aparece a palavra enquanto unindo duas orações que não podem ser separadas sem que fique alterado o sentido que expressam, pois a segunda depende da afirmação contida da primeira.
Os vocábulos invariáveis que servem para relacionar duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração chamam-se CONJUNÇÕES.
As conjunções que relacionam termos ou orações de idêntica função gramatical têm o nome de COORDENATIVAS.
Denominam-se SUBORDINATIVAS as que ligam duas orações, uma das quais determina ou completa o sentido da outra.

2. Percebe-se facilmente a diferença entre as conjunções coordenativas e as subordinativas quando comparamos construções de orações a construções de nomes.

Assim, nestes enunciados:

Ler e escrever. A leitura e a escrita.
Ler ou escrever. A leitura ou a escrita.

Vemos que a conjunção coordenativa não se altera com a mudança de construção, pois liga elementos independentes, estabelecendo entre eles relações de adição, no primeiro caso, e de igualdade ou de alternância, no segundo.
Já nos enunciados seguintes:

Quando tiver lido o livro, escreva a carta.
Após a leitura, a escrita.

Observamos a dependência do primeiro termo ao segundo.
No último exemplo, em lugar da conjunção subordinativa (quando), temos uma preposição (após), que está indicando a dependência de um elemento a outro.

Conjunções coordenativas


1. Classificação

Classificam-se as conjunções coordenativas em ADITIVAS, ADVERSATIVAS, ALTERNATIVAS, CONCLUSIVAS e EXPLICATIVAS.

a) ADITIVAS, que servem para ligar simplesmente dois termos ou duas orações de idêntica função: e, nem [= e não]
Tinha saúde e robustez.
Pulei do banco e gritei de alegria.
Não é gulodice nem interesse mesquinho.

b) ADVERSATIVAS, que ligam dois termos ou duas orações de igual função, acrescentando-lhes, porém, uma idéia de contraste:mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto.
Seu quarto é pobre, mas nada lhe falta.
Cada uma delas doía-me intensamente; contudo não me indignavam.

c) ALTERNATIVAS, que ligam dois termos ou orações de sentido distinto, indicando que, ao cumprir-se um fato, o outro não se cumpre: ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja, nem...nem, já...já, etc.
Para arremedar gente ou bicho, era um gênio.
Ou eu me retiro ou tu te afastas.

d) CONCLUSIVAS, que servem para ligar à anterior uma oração que exprime conclusão, conseqüência: logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, então.
Não pacteia com a ordem; é, pois, um rebelde.
Ouço música, logo ainda não me enterraram.

e) EXPLICATIVAS, que ligam duas orações, a segunda das quais justifica a idéia contida na primeira: que, porque, pois, porquanto.
Dorme, que eu penso.

2. Posição das conjunções coordenativas

Nem todas as CONJUNÇÕES COORDENATIVAS encabeçam a oração que delas recebe o nome. Assim:

1. Das CONJUNÇÕES COORDENATIVAS apenas mas aparece obrigatoriamente no começo da oração; contudo, entretanto, no entanto, porém e todavia podem vir no início da oração, ou após um de seus termos. Sirvam de exemplo estes períodos:

Tentou subir, mas não conseguiu.
Tentou subir, porém não conseguiu.
Tentou subir; não conseguiu, porém.

2. Pois, quando CONJUNÇÕES CONCLUSIVA, vem sempre posposta a um termo da oração a que pertence:

Era, pois, um homem de grande caráter e foi, pois, também um grande estilista. (J. RIBEIRO)

3. As conclusivas logo, portanto e por conseguinte podem variar de posição, conforme o ritmo, a entoação, a harmonia da frase.

Conjunções subordinativas

1. Classificação

As conjunções subordinativas classificam-se em CAUSAIS, CONCESSIVAS, CONDICIONAIS, CONFORMATIVAS, COMPARATIVAS, CONSECUTIVAS, FINAIS, PROPORCIONAIS, TEMPORAIS, e INTEGRANTES.
As causais, concessivas, condicionais, conformativas, finais, proporcionais, temporais, comparativas e consecutivas iniciam ORAÇÕES ADVERBIAIS. As integrantes introduzem ORAÇÕES SUBSTANTIVAS.

Exemplifiquemos:

a) CAUSAIS (iniciam uma oração subordinada denotadora de causa). porque, pois, porquanto, como [= porque], pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como, que, etc.
Dona Luísa fora para lá porque estava só.
Como o calor estivesse forte, pusemo-nos a andar pelo Passeio Público.

b) COMPARATIVAS (iniciam uma oração que encerra o segundo membro de uma comparação, de um confronto): que, do que (depois de mais, menos, maior, menor, melhor, pior) qual (depois de tal), quanto (depois de tanto), como, assim como, bem como, como se, que nem.
Era mais alta que baixa.
Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.

c) CONCESSIVAS (iniciam uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação principal, mas incapaz de impedi-la). embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que, que, etc.
Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados.
É todo graça, embora as pernas não ajudem...

d) CONDICIONAIS (iniciam uma oração subordinada em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou não o fato principal): se, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc.
Seria mais poeta, se fosse menos político.
Consultava-se, receosa de revelar sua comoção, caso se levantasse.

e) CONFORMATIVAS (iniciam uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração principal):conforme, como [= conforme], segundo, consoante, etc.:
Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece...
Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial.

f) CONSECUTIVAS (iniciam uma oração na qual se indica a conseqüência do que foi declarado na anterior): que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho, presentes ou latentes na oração anterior), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que.
Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.

g) FINAIS (iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade da oração principal): para que, a fim de que, porque [= para que], que
Aqui vai o livro para que o leias.
Fiz-lhe sinal que se calasse...

h) PROPORCIONAIS (iniciam uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da oração principal): à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais... (mais), quanto mais... (tanto mais), quanto mais... (menos), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (menos), quanto menos... (tanto menos), quanto menos... (mais), quanto menos... (tanto mais)
Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.
Tudo isso vou escrevendo enquanto entramos no Ano Novo.

i) TEMPORAIS (iniciam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo): quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que [= desde que], etc.:
Custas a vir e, quando vens, não te demoras.
Implicou comigo assim que me viu.

j) INTEGRANTES (servem para introduzir uma oração que funciona como sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto de outra oração): que e se
Quando o verbo exprime uma certeza, usa-se que; quando incerteza, se:
Afirmo que sou estudante.
Não sei se existe ou se dói.


2. Polissemia conjuncional

Como vimos, algumas conjunções subordinativas (que, se, como, porque, etc) podem pertencer a mais de uma classe. Em verdade, o valor desses vocábulos gramaticais está condicionado ao contexto em que se inserem, nem sempre isento de ambigüidade, pois que há circunstâncias fronteiriças: a condição da concessão, o fim da conseqüência, etc.

Locução conjuntiva

A par das conjunções simples, há numerosas outras formadas da partícula que antecedida de advérbios, de preposições e de particípios. São chamadas LOCUÇÕES CONJUNTIVAS: antes que, desde que, já que, até que, para que, sem que, dado que, posto que, visto que, uma vez que, à medida que.
 


Crase

·        A crase é um acento gráfico?

Não. A crase não é um acento gráfico. Palavra que em gre-
go significa fusão, ou união, de duas vogais iguais e contíguas. Ao falarmos, é normal acontecerem crases:

Estava aberto o caminho.

Em casos como o do exemplo acima não se registra o sinal gráfico da crase. É que na Língua Portuguesa só se assinalam as crases da preposição a com o artigo a/as; com os pronomes demonstrativos a/as e com a vogal inicial dos pronomes demonstrativos – aquele, aquela, aquilo.
O sinal gráfico que marca a crase (`) chama-se acento grave.
 


1.  Crase de preposição a + artigo a/as
A regra geral determina que ocorrerá crase:

·        Se o termo regente exigir a preposição a: chegar a, contrário a.
·        Se o termo regido aceitar o artigo a/as: a escola, a idéia.

Cheguei à escola.
Sou contrário à idéia de trabalhar em casa.

Mas, se ocorrerem essas duas condições, não haverá crase:

Conheço a escola.

No exemplo acima não ocorre a crase porque falta a primeira condição: o termo regente não exige preposição.

Cheguei a Curitiba.

No caso acima, não ocorre a crase porque falta a segunda condição, ou seja, o termo regido não aceita artigo.





2. Dicas
Há duas dicas simples que ajudam a saber quando ocorre crase:

·        Substituir a palavra feminina por outra masculina. Se ocorrer a forma ao é sinal de que a crase:

Fui a sala (?).          Fui ao salão

Portanto, o correto é: Fui à sala.

Estavam frente a frente (?).          Estavam lado a lado.

Portanto, o correto é: Estavam frente a frente.

·        Substituir a preposição a por outras, tais como para, de, em. Se o artigo aparecer é sinal de que ocorreu crase:

Fui a Itália (?).          Fui para a Itália.

Portanto, o correto é: Fui à Itália.

Fui a Cuba (?).          Fui para Cuba.

No exemplo acima o artigo não aparece. Portanto, o correto é: Fui a Cuba.

3. Casos facultativos
Pode ou não ocorrer crase:

·        Antes de nomes próprios femininos:

Referiu-se à Luísa    ou    Referiu-se a Luísa

·        Antes de pronomes possessivos femininos:

Referiu-se a tua mãe     ou     Referiu-se à tua mãe

Atenção: nesses e em outros casos semelhantes, as dúvidas também podem ser resolvidas pelas mesmas dicas explicadas no item 2.





4. Crase antes de pronomes
·        Antes dos pronomes a que, a qual
Ocorre crase se o masculino correspondente for ao que, ao qual

Esta cerveja é superior à que você comprou.
Este vinho é superior ao que você comprou.

Esta é a decisão à qual chegamos.
Este é o ponto ao qual chegamos.

·        Antes dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo.
Ocorre crase sempre que o termo regente exigir preposição a:

Fui àquele comício.
Sou avesso àquela idéia.

5. Expressões adverbiais, prepositivas e conjuntivas femininas
Sempre ocorre crase nestas expressões: às duas horas; à tarde; à direita; à esquerda; às vezes; às pressas; à frente de; à medida que...

Atenção: além dos casos acima, algumas expressões recebem o acento grave, mesmo que não haja a união de duas vogais, ou não ocorra a crase. Este é um recurso normalmente usado para tornar a frase mais clara:

Cortar à faca / vender à vista / bordar à mão


















Centro Educacional Columbia 2000
Profº. : Fabiano
Matéria: Português
Série: 8ª
Data: 22/11/2001



Dedicatória

“Dedicamos este trabalho aos nossos professores. Aliás, 15/10 foi o dia deles. Que possam sempre nos ensinar e passar adiante seu conhecimento. Feliz Dia dos Professores”





Pensamento

“Tudo na vida passa... a única coisa que fica é a lembrança. Portanto, aproveite ao máximo e depois recorde!”

 Escrita
Método de comunicação humana realizado por meio de sinais visuais que constituem um sistema.
Estes sistemas podem ser incompletos ou completos. Os sistemas incompletos, usados para anotações, são mecanismos técnicos que registram feitos significativos ou expressam significações gerais. Incluem a escrita pictográfica, a ideográfica e a usada por objetos marcados. Nos sistemas incompletos não existe correspondência entre os signos gráficos e a língua representada, o que os torna ambíguos.
Um sistema completo é aquele capaz de expressar, na escrita, tudo quanto formula oralmente. Caracteriza-se pela correspondência, mais ou menos estável, entre os sinais gráficos e os elementos da língua que transcreve. Os sistemas completos classificam-se em ideográficos (também chamados morfemáticos), silábicos e alfabéticos.
O sistema ideográfico, denominado ideograma, representa palavras completas. O sistema silábico utiliza signos que representam sons com os quais se escrevem as palavras. O sistema alfabético tem mais signos para escrever e cada signo representa um fonema. Ver também Alfabeto.
O primeiro escrito conhecido, anterior a 3000 a.C, é atribuído aos sumérios da Mesopotâmia. Escrito com caracteres ideográficos, propicia uma leitura pouco precisa. Identifica-se nele o princípio da transferência fonética e é possível rastrear sua história até averiguar como foi convertido em escrita ideossilábica. No caso dos egípcios, são conhecidos escritos que remontam a cerca de cem anos depois e também registram o princípio da transferência fonética. Ver também Língua egípcia e Hieróglifos.
Outros sistemas ideossilábicos surgiram mais tarde no Egeu, Anatólia e na Indochina (ver também Língua chinesa). Na última metade do segundo milênio antes de Cristo, os povos semíticos, que viviam na Síria e na Palestina, adotaram o silabário egípcio (ver também Línguas semíticas). Os gregos basearam-se na escrita dos fenícios e acrescentaram a ela vogais e consoantes, criando a escrita alfabética em torno de 800 a.C. (Ver também Língua grega).

Alfabeto, palavra que, derivada da língua grega e constituída por alpha e beta, suas duas primeiras letras, designa a série de sinais escritos que representam um ou mais sons e que, combinados, formam todas as palavras possíveis de um idioma.
Os alfabetos são diferentes dos silabários, pictogramas e ideogramas: em um silabário, cada sinal representa uma sílaba. No sistema pictográfico, os objetos são representados por meio de desenhos. Nos ideogramas, os pictogramas são combinados para representar o que não pode ser desenhado.
Os primeiros sistemas de escrita foram a escrita cuneiforme dos babilônios e dos assírios, a escrita hieroglífica dos egípcios, os símbolos da escrita chinesa e japonesa e os pictogramas dos maias.
Alfabeto do semítico setentrional
É o primeiro alfabeto de que se tem notícia e surgiu, entre 1700 a.C. e 1500 a.C., na região que hoje corresponde à Síria e à Palestina. O alfabeto semítico possui apenas 22 consoantes. Os alfabetos hebraico, árabe e fenício se basearam neste modelo. A escrita é realizada da direita para a esquerda.
Alfabetos grego e romano
Entre os anos 1000 e 900 a.C., os gregos adotaram a variante fenícia do alfabeto semítico. Depois do ano 500 a.C., o grego se difundiu por todo o mundo mediterrâneo e dele surgiram outras escritas, entre elas, a etrusca e a romana. Em conseqüência das conquistas romanas e da difusão do latim, este alfabeto se tornou a base de todas as línguas européias ocidentais.
Alfabeto cirílico
Por volta do ano 860 d.C., os religiosos gregos, que viviam em Constantinopla, evangelizaram os eslavos e idealizaram um sistema de escrita conhecido como alfabeto cirílico. Suas variantes são as escritas russa, ucraniana, sérvia e búlgara.
Alfabeto árabe
Também tem sua origem no semítico e, possivelmente, surgiu no século IV de nossa era. Foi utilizado nas línguas persa e urdu. É a escrita do mundo islâmico.[1]
Fenícia, antigo nome de uma estreita faixa de terra na costa leste do mar Mediterrâneo que atualmente constitui parte do Líbano. O território tem aproximadamente 320 km de comprimento e entre 8 e 25 km de largura.
Os fenícios, chamados sidônios no Antigo Testamento e fenícios pelo poeta Homero, eram um povo de língua semítica, ligado aos cananeus da antiga Palestina. Fundaram as primeiras povoações na costa mediterrânea por volta de 2500 a.C. No começo de sua história desenvolveram-se sob a influência das culturas suméria e acádia da vizinha Babilônia. Por volta de 1800 a.C., o Egito, que começava a formar um império no Oriente Próximo, invadiu e controlou a Fenícia, controlando-a até cerca de 1400 a.C. Por volta de 1100 a.C. os fenícios tornaram-se independentes do Egito e converteram-se nos melhores comerciantes e marinheiros do mundo clássico.
A contribuição fenícia mais importante para a civilização foi o alfabeto. Atribui-se também a esta cultura a invenção da tinta de púrpura e do vidro. As cidades fenícias foram famosas por sua religião panteísta e seus templos eram o centro da vida cívica. A divindade fenícia mais importante era Astarté.

Escrita, Instrumentos de, utensílios manuais utilizados para efetuar marcas alfanuméricas em ou sobre uma superfície. As inscrições se caracterizam pela eliminação de parte da superfície, a fim de gravar essas marcas. O instrumento de escrita é controlado normalmente pelos movimentos de dedos, mão, pulso e braço da pessoa que escreve.
Instrumentos antigos
A mais antiga forma de escrita ocidental é a cuneiforme, que se realizava mediante a pressão de uma vareta de três ou quatro faces sobre barro mole, que depois era cozido. O avanço importante que se seguiu foi o emprego, pelos gregos, do pincel, do martelo e do cinzel. No século I d.C., as escritas duráveis eram realizadas sobre papiro, com uma espécie de bambu afilado e mergulhado em tinta. Os pincéis planos e os bambus de ponta rômbica eram utilizados para as superfícies polidas e os rebocos ou muros de pedra, como no esgrafito. As inscrições eram realizadas com martelo e cinzel.
O nascimento e a difusão do cristianismo aumentaram a demanda por documentos religiosos escritos. Os livros em velino (ou pergaminho) vieram substituir os rolos de papiro e a pena de cálamo suplantou a pena de bambu, transformando-se no principal instrumento de escrita durante quase 1.300 anos. De igual modo, por volta do século XVIII, o papel havia substituído o velino como principal superfície de escrita e começou-se a utilizar o aço para fabricar pontas de caneta. A primeira pena de aço patenteada foi construída pelo engenheiro inglês Bryan Donkin, em 1803. A pena de cálamo caiu rapidamente em desuso.
Em 1884, Lewis Waterman, um agente de seguros de Nova York, patenteou a primeira pena esferográfica com depósito de tinta. Em 1938, Georg Biro inventou uma tinta viscosa e oleosa que servia para um tipo de caneta dotada de um rolamento na ponta. A caneta esferográfica apresentava certas vantagens sobre a caneta-tinteiro: a tinta era impermeável e quase indelével; permitia escrever sobre superfícies muito diferentes e o instrumento podia ser mantido em qualquer posição durante a escrita.
Em 1963, apareceu a chamada caneta hidrográfica, com ponta de feltro. Quem a inventou foi o japonês Yukio Horie, em 1962. As canetas hidrográficas utilizam tinturas como fluido para escrever.
Um dos instrumentos mais difundidos para escritas deléveis é o lápis. Os traços do lápis podem ser apagados com facilidade. O interior do instrumento é formado por uma mistura de grafita (uma variedade do carbono) e argila. Em 1795, inventou-se uma fórmula para misturar pó de grafita com argila, cortando o produto resultante em pequenas barras que depois eram cozidas. Em 1812, William Monroe criou um processo, empregado até hoje, mediante o qual se podia embutir a mistura grafita-argila entre dois pedaços de madeira de cedro. A lapiseira, patenteada em 1877, é formada por um estilete cilíndrico de carga, inserido num cilindro metálico ou plástico, e empurrado por um êmbolo que, ao girar, vai expulsando a ponta da carga.



 Oração e Período
 

Período
É a frase organizada em uma ou mais orações.

Pode ser:
Simples - quando constituído de uma só oração:
O casarão todo dormia.
Composto - quando formado de duas ou mais orações:
O senhor sabe, / são moças, / querem divertir-se.

O período termina sempre por uma pausa bem definida, que se marca na escrita com ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, reticências e, algumas vezes, com dois pontos.


Termos essenciais da oração

São termos essenciais da oração o SUJEITO e o PREDICADO.

Sujeito - é o ser sobre o qual se faz uma declaração.
Predicado - é tudo aquilo que se diz do SUJEITO.

Assim, na oração:
O galo velho olhou de novo o céu.
temos:

SUJEITO: O galo velho.
PREDICADO: olhou de novo o céu.

1. Tipos de Sujeito:

1.1. Sujeito simples
Quando o sujeito tem apenas um núcleo, isto é, quando o verbo se refere a um só substantivo, ou a um só pronome, ou a um só numeral, ou a uma só palavra substantivada, ou a uma só oração substantiva, o SUJEITO é SIMPLES.

1.2. Sujeito composto
É COMPOSTO o sujeito que tem mais de um núcleo, ou seja, o sujeito constituído de:

a) mais de um substantivo:
Vozes, risos e palmas vieram lá de baixo.
b) mais de um pronome:
E assim galgamos ele e eu o rochedo.
c) mais de uma palavra ou expressão substantivada:
Falam por mim os abandonados de justiça, os simples de coração.

d) mais de um numeral:
Passavam devagar, em fila, seis ou sete.
e) mais de uma oração:
Era melhor esquecer o nó / e pensar numa cama igual à de seu Tomás da bolandeira.

1.3. Sujeito oculto (determinado)
É aquele que não está materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado:

a) pela desinência verbal:
Gosto de chuva, Pedro.
O sujeito de gosto, indicado pela desinência -o, é o pronome eu.
b) pela presença do sujeito em outra oração do mesmo período ou de período contíguo:
O funcionário riu com esforço, e despediu-se enojado. Entrou numa livraria.
O sujeito de riu e despediu-se é o funcionário, mencionado apenas na primeira oração, antes de riu. E é também o sujeito do verbo entrou, pertencente ao período seguinte.

1.4. Sujeito indeterminado
Quando o verbo não se refere a uma pessoa determinada, ou por se desconhecer quem executa a ação, ou por não haver interesse no seu conhecimento, diz-se que o SUJEITO é INDETERMINADO. Nestes casos, põe-se o verbo:

a) ou na 3ª pessoa do plural:
Anunciaram que você morreu.
b) ou na 3ª pessoa do singular, com o pronome se:
Não se falava dele no Ateneu.

1.5. Oração sem sujeito
Não deve ser confundido o SUJEITO INDETERMINADO, que existe, mas não se pode ou não se deseja identificar, com a inexistência do sujeito.
Em orações como as seguintes:
Chove. Anoitece. Faz frio.
Interessa-nos o processo verbal em si, pois não o atribuímos a nenhum ser. Diz-se, então, que o verbo é IMPESSOAL; e o SUJEITO, INEXISTENTE.
Principais casos de oração sem sujeito:

a) com verbos ou expressões que denotam fenômenos da natureza:
De noite choveu muito.
b) com o verbo haver na acepção de "existir":
Há flores, vidros, luz e sombra na casa das seis mulheres.
c) com os verbos haver, fazer e ir, quando indicam tempo decorrido:
Já estou aqui há dois dias.
d) com o verbo ser, na indicação de tempo em geral:
Era inverno na certa no alto sertão.

2. O predicado
O PREDICADO pode ser NOMINAL, VERBAL ou VERBO-NOMINAL.

2.1. Predicado nominal
O PREDICADO NOMINAL é formado por um VERBO DE LIGAÇÃO + PREDICATIVO DO SUJEITO.

2.1.1. O verbo de ligação
Os VERBOS DE LIGAÇÃO servem para estabelecer a união entre duas palavras ou expressões de caráter nominal. Não trazem propriamente idéia nova ao sujeito; funcionam apenas como elo entre este e o seu predicativo.
Os verbos de ligação podem expressar:

a) estado permanente:
O fato é vulgaríssimo.
b) estado transitório:
Os caboclos estavam desconfiados.
c) mudança de estado:
Fiquei sensibilizadíssimo.
d) continuidade de estado:
O rapaz continua indeciso.
e) aparência de estado:
Os olhos pareciam uma posta de sangue.

2.1.2. O predicativo do sujeito
PREDICATIVO DO SUJEITO é o núcleo do PREDICADO NOMINAL, ou seja, aquilo que se declara do sujeito.
Pode ser representado por:

a) substantivo ou expressão substantivada:
Eras marido e filho?
Não, eu não era o 301.
b) adjetivo ou locução adjetiva:
Ele ficou pasmo, sem palavras.
c) pronome:
Nunca fora nada na vida...
d) numeral:
Duas são as representações elementares do agradável realizado. (R. POMPÉIA)
e) oração:
O pior é que parti os óculos.

2.2. Predicado verbal
O PREDICADO VERBAL tem como núcleo, isto é, como elemento principal da declaração que se faz do sujeito, um VERBO SIGNIFICATIVO.
VERBOS SIGNIFICATIVOS (ou nocionais) são aqueles que trazem uma idéia nova ao sujeito. Podem ser INTRANSITIVOS e TRANSITIVOS.

Observação:
Como há verbos que se empregam ora como de ligação, ora como significativos, convém atentar sempre no valor que apresentam em determinado texto para classificá-los com acerto. Comparem-se, por exemplo, as frases:
Estavas pensativa.
Andei muito feliz.
Fiquei assustado.
Continuamos alegres.
Estavas no colégio.
Andei dez quilômetros.
Fiquei em casa.
Continuamos o passeio.
Nas primeiras, os verbos estar, andar, ficar e continuar são verbos de ligação; nas segundas, verbos significativos ou nocionais.

2.2.1. Verbos intransitivos
Cedo, a noite caía.
Verificamos que a ação está integralmente contida na forma verbal caía. Tal verbo é, pois, INTRANSITIVO, ou seja, NÃO TRANSITIVO: a ação não vai além do verbo.

2.2.2. Verbos transitivos
Nestas orações:
-- Não tenho dinheiro. O Senhor te abençoe.
Vemos que as formas verbais tenho e abençoe exigem uma palavra para completar-lhes o significado. Como o processo verbal não está integralmente contido nelas, mas se transmite a outro elemento (o substantivo dinheiro e o pronome te), estes verbos se chamam TRANSITIVOS.
Os VERBOS TRANSITIVOS podem ser DIRETOS, INDIRETOS, ou DIRETOS e INDIRETOS ao mesmo tempo.

2.2.2.1. Verbos transitivos diretos
Nestas orações:
Abrirei o portão. Verei meu filho?
A ação expressa por abrirei e verei se transmite a outros elementos (o portão e meu filho) diretamente, ou seja, sem o auxílio de preposição. São, por isso, chamados TRANSITIVOS DIRETOS, e o termo da oração que lhes integra o sentido recebe o nome de OBJETO DIRETO.

2.2.2.2. Verbos transitivos indiretos
Nestes exemplos:
A população da Vila assistia ao embarque.
Um poeta, na noite morta, não necessita de sono.
A ação expressa por assistia e necessita transita para outros elementos da oração (o embarque e sono) indiretamente, isto é, por meio das preposições a e de. Tais verbos são, por conseguinte, TRANSITIVOS INDIRETOS. O termo da oração que completa o sentido do verbo TRANSITIVO INDIRETO denomina-se OBJETO INDIRETO.

2.2.2.3. Verbos transitivos diretos e indiretos
Nestes exemplos:
Capitu preferia tudo ao seminário.
Não lhe arranquei mais nada.
A ação expressa por preferia e arranquei transita para outros elementos da oração, a um tempo, direta e indiretamente. Por outras palavras: estes verbos requerem simultaneamente OBJETO DIRETO e OBJETO INDIRETO para completar-lhes o sentido.

2.3. Predicado verbo-nominal
Não apenas os verbos de ligação se constróem com predicativo do sujeito. Também verbos significativos podem ser empregados com ele.
Neste exemplo:
As fisionomias respiram aliviadas...
O verbo respirar é significativo, e aliviadas refere-se a fisionomias, de que é uma qualificação.
A este predicado misto, que possui dois núcleos significativos (um verbo e um predicativo), dá-se o nome de VERBO-NOMINAL.

2.3.1. Variabilidade de predicação verbal
A análise da transitividade verbal é feita de acordo com o texto e não isoladamente. O mesmo verbo pode estar empregado ora intransitivamente, ora transitivamente; ora com objeto direto, ora com objeto indireto. Comparem-se estes exemplos:
Perdoai sempre [= INTRANSITIVO].
Perdoai as ofensas [=TRANSITIVO DIRETO].
Perdoai aos inimigos [= TRANSITIVO INDIRETO].
Perdoai as ofensas aos inimigos [= TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO].

Termos integrantes da oração

1. Complemento nominal
O COMPLEMENTO NOMINAL vem, como dissemos, ligado por preposição ao substantivo, ao adjetivo ou ao advérbio cujo sentido integra ou limita.
Pode ser representado por:
a) substantivo (acompanhado ou não de seus modificadores):
A notícia do rebate falso espalhou-se depressa.
A amizade não é cortada de pressentimentos

b) pronome:
Seria nojo de mim?
c) numeral:
Foi ele o inventor dos e das dez mais.
d) palavra ou expressão substantivada:
E você tem medo daquela maluca?
e) oração:
Tenho certeza de que gosta de mim.

Observações:
1ª) O COMPLEMENTO NOMINAL pode estar integrando o sujeito, o predicativo, o objeto direto, o objeto indireto, o agente da passiva, o adjunto adverbial, o aposto e o vocativo.
2ª) Convém ter presente que o nome cujo sentido o COMPLEMENTO NOMINAL integra corresponde, geralmente, a um verbo transitivo de radical semelhante:
amor da pátria amar a pátria
ódio aos injustos odiar os injustos

2. Complemento verbal
São Complementos Verbais:

1) O Objeto Direto
2) O Objeto Indireto
3) O Predicativo do Objeto
4) O Agente da Passiva

2.1. Objeto direto
É o complemento de um verbo transitivo direto, ou seja, o complemento que normalmente vem ligado ao verbo sem preposição e indica o ser para o qual se dirige a ação verbal.
Pode ser representado por:

a) substantivo:
Passageiros e motoristas atiram moedas.
b) pronome (substantivo):
Os jornais nada publicaram.
c) numeral:
A moça da repartição ganha 450.
d) palavra substantivada:
Tem um quê de inexplicável.
e) oração:
Meu pai dizia que os amigos são para as ocasiões.

2.1.1. Objeto direto preposicionado
1. O OBJETO DIRETO costuma vir regido da preposição a:

a) com os verbos que exprimem sentimentos:
Não amo a ninguém, Pedro.
b) para evitar ambigüidade:
Mamãe bem sabe que ele o estima e respeita como a um pai!
c) quando vem antecipado, como no provérbio:
A homem pobre ninguém roube.

2. O OBJETO DIRETO é obrigatoriamente preposicionado quando expresso por:

a) pronome pessoal oblíquo tônico:
João, o povo, na noite imensa, festeja a ti.
b) pronome relativo quem:
A pessoa a quem amo está ausente.

2.1.2. Objeto direto pleonástico

1. Quando se quer chamar a atenção para o OBJETO DIRETO, costuma-se repeti-lo. É o que se chama OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO. Nele uma das formas é sempre um pronome pessoal átono:
As minhas lições as tomava em casa um professor particular.

2. O OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO pode também ser constituído de um pronome átono e de uma forma pronominal tônica preposicionada:
Um dia esquecera-a, a ela, D. Iris, no teatro e recolhera descuidado a Paissandu.

2.2. Objeto indireto
É o complemento de um verbo transitivo indireto, isto é, o complemento que se liga ao verbo por meio de preposição.
Pode ser representado por:

a) substantivo:
Falamos de vários assuntos inconfessáveis.
b) pronome (substantivo):
Também dialogava com elas.
c) numeral:
É preciso optar por um
Rosa optou por esta última.
d) palavra ou expressão substantivada:
Mas, -- quem daria dinheiro aos pobres..?
e) oração:
Esquecia-se de que não havia piano em casa.

Observação:
Não vem precedido de preposição o OBJETO INDIRETO representado pelos pronomes pessoais oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes, e pelo reflexivo se.
A vida por aquelas bandas me agradava mais.

2.2.1. Objeto indireto pleonástico
Com a finalidade de realçá-lo, costuma-se repetir o OBJETO INDIRETO. Neste caso, uma das formas é obrigatoriamente um pronome pessoal átono:
Um dia a nós nos coube participar da pantomima como desinteressados palhaços.

2.3. Predicativo do objeto
Tanto o OBJETO DIRETO como o INDIRETO podem ser modificados por PREDICATIVO. O PREDICATIVO DO OBJETO só aparece no predicado VERBO-NOMINAL. Podem ser expressos por:

a) substantivo:
Uns a nomeiam primavera. Eu lhe chamo estado de espírito.
Na 1ª oração, o substantivo primavera é o predicativo do objeto direto a; na 2ª, estado de espírito é predicativo do objeto indireto lhe.
b) adjetivo:
Achei-a bonita com as duas lágrimas escorrendo pelas faces.

2. Como o PREDICATIVO DO SUJEITO, o DO OBJETO pode vir antecedido de preposição:
Os jornais chamam-na de tradicional.
O vigário já escolheu o Antoninho Pio, filho do coronel, como candidato a Prefeito.


2.4. Agente da passiva
É o complemento que, na voz passiva com auxiliar, designa o ser que pratica a ação sofrida ou recebida pelo sujeito.
Este complemento verbal -- normalmente introduzido pela preposição por (ou per) e, algumas vezes, por de -- pode ser representado por:

a) substantivo ou palavra substantivada:
Antes de deixar a cidade foi visto por um amigo madrugador.
b) pronome:
Foi cercado por todos.
c) numeral:
Tudo quanto os leitores sabem de um e de outro foi ali exposto por ambos.
d) oração:
O elenco era formado por quem soubesse ao menos ler as "partes", velhos, moços, crianças.

2.4.1. Transformação de oração ativa em passiva
1. Quando uma oração contém um verbo constituído com objeto direto, ela pode assumir a forma passiva, mediante as seguintes transformações:

a) o objeto direto passa a ser sujeito;
b) o verbo passa à forma passiva analítica do mesmo tempo e modo;
c) o sujeito converte-se em agente da passiva.

Tomando-se como exemplo a seguinte oração da voz ativa:
A lua domina o mar.
Convertida na voz passiva, teríamos:
O mar é dominado pela lua.

2. Se numa oração da voz ativa o verbo estiver na 3ª pessoa do plural para indicar a indeterminação do sujeito, na transformação passiva cala-se o agente. Assim:

voz ativa voz passiva
Destruíram o cartaz. O cartaz foi destruído.
Destruíram os cartazes. Os cartazes foram destruídos.

Observações:
1ª ) Cumpre não esquecer que, na passagem de uma oração da voz ativa para a passiva, o agente e o paciente continuam os mesmos; apenas desempenham função sintática diferente.
2ª) Somente orações com objeto direto podem ser apassivadas.

VOZ ATIVA: Ouvimos gritos.
VOZ PASSIVA: Gritos foram ouvidos por nós.

3ª) Na voz ativa o termo que representa o agente é o SUJEITO do verbo; o que representa o paciente é o OBJETO DIRETO. Na voz passiva, o OBJETO (paciente) torna-se o SUJEITO do verbo.
4ª) Omite-se o agente da passiva quando este é ignorado, ou não interessa declará-lo. Tal omissão corresponde, na ativa, ao sujeito indeterminado. Na voz passiva pronominal, não se emprega o agente:
Ouviram-se gritos.

Termos acessórios da oração

Chamam-se ACESSÓRIOS os TERMOS que se juntam a um nome ou a um verbo para precisar-lhes o significado.
Embora tragam um dado novo à oração, os TERMOS ACESSÓRIOS não são indispensáveis ao entendimento do enunciado. Daí a sua denominação.
São TERMOS ACESSÓRIOS:

a) o ADJUNTO ADNOMINAL;
b) o ADJUNTO ADVERBIAL;
c) o APOSTO.

1. Adjunto adnominal
É o termo de valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo, qualquer que seja a função deste.
O ADJUNTO ADNOMINAL pode vir expresso por:

a) adjetivo:
A festa inaugural esteve animada.
b) locução adjetiva:
Tinha uma memória de prodígio.
c) artigo (definido ou indefinido):
Cessaram as vozes.
Às vezes, um galo canta.
d) pronome adjetivo:
Sofia nunca lhe contou este meu palpite?
e) numeral:
Os dois homens estavam fascinados.
f) oração:
O caso que vos citei é expressivo.

2. Adjunto adverbial
É o termo de valor adverbial que denota alguma circunstância do fato expresso pelo verbo, ou intensifica o sentido deste, de um adjetivo, ou de um advérbio.
O ADJUNTO ADVERBIAL pode vir representado por:

a) advérbio:
Eu jamais tinha ouvido coisa igual.
b) locução ou expressão adverbial:
De repente um carro começa a buzinar com força junto ao meu portão.
c) oração:
Como eu achasse muito breve, explicou-se.

2.1. Classificação dos adjuntos adverbiais
É difícil enumerar todos os tipos de ADJUNTOS ADVERBIAIS. Muitas vezes, só em face do texto se pode propor uma classificação exata. Não obstante, convém conhecer os seguintes:

a) DE CAUSA:
O homem, por desejo de nutrição e de amor, produziu a evolução histórica da humanidade.
b) DE COMPANHIA:
Vivi com Daniel perto de dois anos.
c) DE CONCESSÃO:
Apesar de cansado, não sentia sono.
d) DE DÚVIDA:
Talvez a gente combine alguma coisa para amanhã.
e) DE FIM:
Volto daqui a meia hora, para o enterro.
f) DE INSTRUMENTO:
A pobre morria com o palmo e meio de aço enterrado no coração.
g) DE INTENSIDADE:
Temos mudado muito.
h) DE LUGAR:
A lama respinga por toda a parte.
i) DE MATÉRIA:
Os quintais são massas escuras de verdura.
j) DE MEIO:
Voltamos de bote para a ponta do Caju.
l) DE MODO:
A orquestra atacava de rijo.
m) DE NEGAÇÃO:
Não quero ouvir mais cantar.
n) DE TEMPO:
Ontem Afonsina te escreveu.

3. Aposto
É o termo de caráter nominal que se junta a um substantivo, a um pronome, ou a um equivalente destes, a título de explicação ou de apreciação.

1. Entre o APOSTO e o termo a que ele se refere há em geral pausa, marcada na escrita por vírgula, dois pontos, travessão.
Ela, Açucena, estava em seus olhos.
Tudo aquilo para mim era uma delícia o gado, o leite de espuma morna, o frio das cinco horas da manhã, a figura alta e solene de meu avô.
Mas pode também não haver pausa entre o APOSTO e a palavra principal, quando esta é um termo genérico, especificado ou individualizado pelo APOSTO.
A cidade de Teresópolis. O mês de junho. O poeta Bilac.
Este APOSTO, chamado DE ESPECIFICAÇÃO, não deve ser confundido com certas construções formalmente semelhantes, como:
O clima de Teresópolis. As festas de junho.
em que de Teresópolis e de junho equivalem a adjetivos (= teresopolitano e juninas) e funcionam, portanto, como ADJUNTOS ADNOMINAIS.

2. O aposto pode também ser representado por uma oração:
De pronto, fixou-se uma solução: traria o relógio.

4. Vocativo
Examinando estes versos:
Deus te abençoe, minha filha.
Ó lanchas, Deus vos leve pela mão!

Vemos que, neles, os termos minha filha e Ó lanchas não estão subordinados a nenhum outro termo da frase. Servem apenas para invocar, chamar ou nomear, com ênfase, uma pessoa.
A estes termos, de entoação exclamativa e isolados do resto da frase, dá-se o nome de VOCATIVO.


Colocação dos termos na oração

Ordem direta e ordem inversa
1. Em português predomina a ORDEM DIRETA, isto é, os termos da oração se dispõem preferentemente na seqüência:

sujeito + verbo + objeto direto + objeto indireto
ou
sujeito + verbo + predicativo

Essa preferência pela ORDEM DIRETA é mais sensível nas ORAÇÕES ENUNCIATIVAS ou DECLARATIVAS (afirmativas ou negativas). Assim:
Os vizinhos deram jantar aos órfãos nessa tarde.
Deodato ainda é menino.

2. Ao reconhecermos a predominância da ordem direta em português, não devemos concluir que as inversões repugnem ao nosso idioma. Pelo contrário, com muito mais facilidade do que outras línguas (do que o francês, por exemplo), ele nos permite alterar a ordem normal dos termos da oração. Há mesmo certas inversões que o uso consagrou, e se tornaram para nós uma exigência gramatical.
Assim:
Aqui outrora reboaram hinos.
Uma tarde entrou-me quarto a dentro um canarinho da terra.
 
 A FORMAÇÃO DE  PORTUGAL E A Origem da Língua Portuguesa

Derivou-se o nosso idioma, como língua romântica, do Latim vulgar.
É bastante difícil conhecer a língua dos povos habitantes na península Ibérica antes dos Romanos dela se apossarem.
Os Romanos ocuparam a Península Ibérica no séc. III antes de nossa Era. Contudo, ela só é incorporada ao Império no ano 197 antes de Cristo. Tal fato não foi pacifico. Houve rebeliões contra o jugo Romano.
O Latim, língua  dos conquistadores, foi paulatinamente suplantado a dos povos pré-latinos. “Os turdetanos, e mormente os ribeirinhos do Bétis, adotaram de todos os costumes romanos, e até já nem se lembram da própria língua.” (Estrabão).
O Latim implantado na Península Ibérica não era o adotado por Cícero e outros escritores da época clássica (Latim clássico).
Era sim o denominado Latim Vulgar. O Latim Vulgar era de vocabulário reduzido, falado por aqueles que encaravam a vida pelo lado prático sem as preocupações de estilísticas do falar e do escrever.
O Latim Clássico foi conhecido também na Península Ibérica, principalmente nas escolas. Atestam tal verdade os naturais da Península : Quintiliano e Sêneca.
- O Português vem do Latim vulgar
Sabe-se que o latim  era uma língua corrente de Roma. Roma, destinada pela sorte e valor de suas bases, conquista, através de seus soldados, regiões imensas. Com as conquistas vai o latim sendo levado a todos os rincões pelos soldados romanos, pelos colonos, pelos homens de negócios. As viagens favoreciam a difusão do latim.
Primeiramente o latim se expande por toda a Itália, depois pela Córsega e Sardenha, plenas províncias do oeste do domínio colonial, pela Gália, pela Espanha, pelo norte e nordeste da Récia, pelo leste da Dácia. O latim se difundiu acarretando falares diversos de conformidade com as regiões e povoados, surgindo daí as línguas românticas ou novilatinas.
Românticas porque tiveram a mesma origem: ao latim vulgar. Essas línguas são, na verdade, continuação do latim vulgar. Essas línguas românticas são: português, espanhol, catalão, provençal francês, italiano, rético, sardo e romeno.
No lado ocidental da Península Ibérica o latim sentiu certas influencias e apresenta características especiais que o distinguiam do “modus loquendi” de outras regiões onde se formavam e se desenvolviam as línguas românticas. Foi nesta região ocidental que se fixaram os suevos. Foram os povos bárbaros que invadiram a península, todos de origem germânica Sucederam-se nas invasões os vândalos, os suevos (fixaram-se no norte da península que mais tarde pertenceria a Portugal), os visigodos. Esses povos eram atrasados de cultura. Admitiram os costumes dos vencidos juntamente com a língua regional.
É normal entender a influencia desses povos bárbaros foi grande sobre o latim que aí se falava, nessa altura bastante modificado.
- Formação de Portugal
No século V, vários grupos bárbaros entraram na região ibérica, destruindo a organização política e administrativa dos romanos. Entretanto é interessante notar o domínio político não corresponde a um domínio cultural, os bárbaros sofreram um processo de  romanização. Neste período formaram-se uma sociedade distinta em três níveis: clero, os ricos e políticos poderosos; a nobreza, proprietários e militares; e o povo.
No século VII essa situação sofre profundas mudanças devido a invasão muçulmana, estendendo –se assim o domínio árabe variando de regiões, e tinha sua maior concentração na região sul da Península, e o norte não conquistado servia de refúgio aos cristãos  e lá organizaram a luta de reconquista, que visava a retomado do território tomado pelos árabes.
No que a Reconquista progredia a estrutura de poder e a organização territorial vão ganhando novos contornos; os reino do norte da Península (Leão, Castela, Aragão) estendem suas fronteiras para o sul, o reino de Leão passa a pertencer a o Condato Portucalense. 
No fim do século XI, o norte da Península era governado por o rei Afonso VI, pretendendo expulsar todos os muçulmanos, vieram cavaleiros de todas as partes para lutar contra os mouros, dentre os quais dois nobres de borgonhas: Raimundo e seu primo Henrique. Afonso VI  tinha duas filhas: Urraca e Teresa. O rei promoveu o casamento de Urraca e  Raimundo e lhe deu como dote o  governo  de Galiza; pouco depois casou Teresa com Henrique e lhe deu o governo do Condato Portucalense. D. Henrique continua a luta contra os mouros e anexando os novos territórios ao seu condato, que vai ganhado os contornos do que hoje é Portugal.
Em 1128, Afonso Henriques – filho de Henrique e Teresa- proclamou a independência do Condato Portucalense, entrando em luta com as forças do reino de Leão. Quando em 1185 morre Afonso Henriques, os muçulmanos dominavam somente o sul de Portugal. Sucede a Afonso Henriques o rei D. Sancho, que continuava a lutar contra os mouros até sua expulsão total.. Dessa forma consolida-se a primeira dinastia portuguesa: a Dinastia de Borgonhas.

A SOCIEDADE

A formação de Portugal ocorreu num período de grande transição em que se percebe que o sistema feudal em crise e, em contrapartida, o crescimento de em áreas urbanas. Então este período se resume ao período de transição do feudalismo para as atividades econômicas, como os mercadores e os negociantes de dinheiro.

EVOLUÇÃO DA LINGUA PORTUGUESA

A formação e a própria evolução da língua portuguesa contam com um elemento decisivo: o domínio romano, sem desprezar por completo a influência das diversas línguas faladas na região antes do domínio romano sobre o latim vulgar, o latim passou por diversificações, dando origem a dialetos que se denominava romanço ( do latim romanice que significava, falar a maneira dos romanos).
Com várias invasões barbaras no século V, e a queda do Império Romano no Ocidente,  surgiram vários destes dialetos, e numa evolução constituíram-se as línguas modernas conhecidas como: neolatinas. Na Península Ibérica, várias línguas se formaram, entre elas o catalão, o castelhano, o galego-português, deste último resultou a língua portuguesa.
O galego-português, era uma língua limitada a todo Ocidente da Península, correspondendo aos territórios da Galiza e de Portugal, Cronologicamente limitado entre os séculos XII e XIV, coincidindo ocom o período da Reconquista. Na entrada do século XIV, percebe-se maior influência dos falares do sul, notadamente na região de Lisboa; aumentando assim as diferenças entre o galego e o português.
O galego apareceu durante o século XII e XV, aparecendo tanto em documentos oficiais da região de Galiza como em obras poéticas. Apartir do século XVI, com o domínio de Castela, introduz-se o castelhano como língua oficial, e o galego tem sua importância relegada a plano secundário.
Já o português, desde a consolidação da autonomia política e, mais tarde, com a dilatação do império luso, consagra-se como língua oficial. Da evolução da língua portuguesa destaca-se alguns períodos: fase proto-histórica, do Português arcaico e do Português moderno.

                         FASES HISTÓRICAS DO PORTUGUÊS

·         Fase proto-histórica

Anterior ao século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade do latim usado apenas em documentos e por isso também chamado de latim tabaliônico ou dos tabeliões).
·         Fase do português arcáico
Do século XII ao século XVI, corresponde dois períodos:
a)       do século XII ao século XIV, com textos em galego-português;
b)       do século XIV ao século XVI, com a separação do galego e o portugu6es.
·         Fase do português moderno
                   A partir do século XVI, quando a língua portuguesa se uniformiza e adquiri as caracteristicas do português atual. A rica literatura renascente portuguesa, produzida por Camões, teve papel fundamental nesse processo. As primeiras gramáticas e dicionários da língua portuguesa também surgiram do século XVI.
                  
                                               GEOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
                  
                   O atual quadro das regiões de língua portuguesa se deve as expansões territorial lusitana ocorrida no século XV a XVI. Assim que o língua portuguesa partiu do ocidente lusitano , entrou por todos os continentes: América (com o Brasil), África (Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique, República Democrática de São Tomé e Príncipe), Ásia (Macau, Goa, Damão, Diu), e Oceania (Timor), além das ilhas atlânticas próximas da costa africana ( Açores e Madeira), que fazem parte do estado português.
                   Em alguns países o português é a língua  oficial (República Democrática de São Tomé e Príncipe, o Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde), e apesar de incorporações de vocábulos nativos de modificações de pronúncia, mantêm uma unidade com o português de Portugal.
                   Em outros locais, surgiram dialetos originários   do português. E também regiões em que essa língua é falada apenas por uma peguena parte da população, como em Hong Kong e Sri Lanka.

Bibliografia:


NICOLA, José de, Língua, Literatura e Redação, 6ª ed., Editora Scipione,     
               1994 

TERSARIOL, Alpheu, Biblioteca da língua portuguesa, 14ª ed., Editorial   
               Irradiação S.A.- São Paulo, 1970
 Regência nominal

            A regência nominal estuda os casos em que um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exige um outro termo que lhe complete o sentido.  Normalmente, o complemento de um nome vem iniciando por uma preposição.
            O fato de um nome ou um verbo exigir determinada preposição ou não exigir prende-se ao uso que os falantes do idioma vão fazendo da língua.   Assim, com o passar do tempo, determinadas formas vão sendo incorporadas pela língua culta, isto é, pela língua gramaticalmente correta enquanto outras formas consideradas incorretas vão sendo rejeitadas, embora continuem, em sua maioria, a ser aceitas pela língua popular usadas por ela.
            No que se refere à regência nominal, quase não há diferença de usos, se compararmos a língua popular.  Por esse motivo  - e também pelo fato de ser um assunto pouco exigido nos exames vestibulares - vamos oferecer a você apenas uma pequena lista onde estão relacionados alguns nomes e as preposições que ele exigem.

alheio A , DE                                     hostil A, PARA
apto A, PARA                       imune A
contente COM, DE , POR   impossível DE
cruel COM, PARA               inútil    A, PARA
dedicado A                            junto A, DE
fácil DE, PARA                    propenso A, PARA 

 


Regência Verbal



A regência estuda a relação existente entre os termos de uma oração ou entre as orações de um   período.   A regência verbal estuda a relação de dependência que se estabelece entre os verbos e seus  complementos. Na realidade o que estudamos na regência verbal é se o verbo é transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto ou intransitivo e qual a preposição relacionada com ele.
Vamos, então, aos verbos.



Verbos Transitivos Diretos



São verbos que indicam que o sujeito pratica a ação, sofrida por outro elemento, denominado objeto direto. Por essa razão, uma das maneiras mais fáceis de se analisar se um verbo é transitivo direto é  passar a oração para a voz passiva, pois somente verbo transitivo direto admite tal transformação, além de obedecer, pagar e perdoar, que, mesmo não sendo VTD, admitem a passiva.
O objeto direto pode ser representado por um substantivo ou palavra substantivada, uma oração (oração subordinada substantiva objetiva direta) ou por um pronome oblíquo.
Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto direto são os seguintes: me, te, se, o, a, nos, vos, os, as.
Os pronomes oblíquos tônicos que funcionam como objeto direto são os seguintes: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Como são pronomes oblíquos tônicos, só são usados com preposição, por isso se classificam como objeto direto preposicionado.
Vamos à lista, então, dos mais importantes verbos transitivos diretos: Há verbos que surgirão em mais de uma lista, pois têm mais de um significado e mais de uma regência.


Aspirar será VTD, quando significar sorver, absorver.

Como é bom aspirar a brisa da tarde.


Visar será VTD, quando significar mirar ou dar visto.

O atirador visou o alvo, mas errou o tiro.

O gerente visou o cheque do cliente.


Agradar será VTD, quando significar acariciar ou contentar.

O Gilson  ficou agarrando a menina por horas.

Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia

.
Querer será VTD, quando significar desejar, ter a intenção ou vontade de, tencionar..

Sempre quis seu bem.

Quero que me digam quem é o culpado.

Chamar será VTD, quando significar convocar.

Chamei todos os sócios, para participarem da reunião.


Implicar será VTD, quando significar fazer supor, dar a entender; produzir como conseqüência, acarretar.

Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade.

Suas palavras implicam denúncia contra o deputado.


Desfrutar e Usufruir são VTD sempre.

Desfrutei os bens deixados por meu pai.

Pagam o preço do progresso aqueles que menos o desfrutam. (e não desfrutam dele, como foi escrito no tema da redação da UEL em julho de 1996)


Namorar é sempre VTD. Só se usa a preposição com, para iniciar Adjunto Adverbial de Companhia. Esse verbo possui os significados de inspirar amor a, galantear, cortejar, apaixonar, seduzir, atrair, olhar com insistência e cobiça, cobiçar.

Joanilda namorava o filho do delegado.

O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.

Eu estava namorando este cargo há anos.


Compartilhar é sempre VTD.
           
Berenice compartilhou o meu sofrimento.


Esquecer e Lembrar serão VTD, quando não forem pronominais, ou seja, caso não sejam usados com pronome, não serão usados também com preposição.

Esqueci que havíamos combinado sair.

Ela não lembrou o meu nome.



Verbos Transitivos Indiretos



São verbos que se ligam ao complemento por meio de uma preposição. O complemento é denominado objeto indireto.
O objeto indireto pode ser representado por um substantivo, ou palavra substantivada, uma oração (oração subordinada substantiva objetiva indireta) ou por um pronome oblíquo.
Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto indireto são os seguintes: me, te, se, lhe, nos, vos, lhes.
Os pronomes oblíquos tônicos que funcionam como objeto indireto são os seguintes: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas.
Vamos à lista, então, dos mais importantes verbos transitivos indiretos: Há verbos que surgirão em mais de uma lista, pois têm mais de um significado e mais de uma regência.



Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. a:

Aspirar será VTI, com a prep. a, quando significar almejar, objetivar..

Aspiramos a uma vaga naquela universidade.


Visar será VTI, com a prep. a, quando significar almejar, objetivar.

Sempre visei a uma vida melhor.


Agradar será VTI, com a prep. a, quando significar ser agradável; satisfazer.

Para agradar ao pai, estudou com afinco o ano todo.


Querer será VTI, com a prep. a, quando significar estimar.

Quero aos meus amigos, como aos meus irmãos.


Assistir será VTI, com a prep. a, quando significar ver ou ter direito.

Gosto de assistir aos jogos do Santos.

Assiste ao trabalhador o descanso semanal remunerado.


Custar será VTI, com a prep. a, quando significar ser difícil. Nesse caso o verbo custar terá como
sujeito aquilo que é difícil, nunca a pessoa, que será objeto indireto.

Custou-me acreditar em Hipocárpio. e não Eu custei a acreditar...

Proceder será VTI, com a prep. a, quando significar dar início.

Os fiscais procederam à prova com atraso.


Obedecer e desobedecer são sempre VTI, com a prep. a.

Obedeço a todas as regras da empresa.



Revidar é sempre VTI, com a prep. a.

Ele revidou ao ataque instintivamente.


Responder será VTI, com a prep. a, quando possuir apenas um complemento.

Respondi ao bilhete imediatamente.

Respondeu ao professor com desdém.

Caso tenha dois complementos, será VTDI, com a prep. a.


Alguns verbos transitivos indiretos, com a prep. a, não admitem a utilização do complemento lhe. No lugar, deveremos colocar a ele, a ela, a eles, a elas. Dentre eles, destacam-se os seguintes:

Aspirar, visar, assistir(ver), aludir, referir-se, anuir.
Quando houver, na oração, um verbo transitivo indireto, com a prep. a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às).

Assisti à peça das meninas do terceiro colegial.


Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. com:

Simpatizar e Antipatizar sempre são VTI, com a prep. com. Não são verbos pronominais, portanto não existe o verbo simpatizar-se, nem antipatizar-se.

Sempre simpatizei com Eleodora, mas antipatizo com o irmão dela.


Implicar = será VTI, com a prep. com, quando significar antipatizar.

Não sei por que o professor implica comigo.


Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. de:


Esquecer-se e lembrar-se serão VTI, com a prep. de, quando forem pronominais, ou seja, somente quando forem usados com pronome, poderão ser usados com a prep. de.

Esqueci-me de que havíamos combinado sair.

Ela não se lembrou do meu nome.


Proceder será VTI, com a prep. de, quando significar derivar-se, originar-se.

Esse mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu.



Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. em:


Consistir é sempre VTI, com a prep. em. Esse verbo significa cifrar-se, resumir-se ou estar firmado, ter por base, ser constituído por.

O plano consiste em criar uma secretaria especial.


Sobressair é sempre VTI, com a prep. em. Não é verbo pronominal, portanto não existe o verbo sobressair-se.

Quando estava no colegial, sobressaía em todas as matérias.


Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. por:


Torcer é VTI, com a prep. por. Pode ser também verbo intransitivo. Somente neste caso, usa-se com a prep. para, que dará início a Oração Subordinada Adverbial de Finalidade. Para ficar mais fácil, memorize assim: Torcer por + substantivo ou pronome. Torcer para + oração (com verbo).

Estamos torcendo por você.

Estamos torcendo para você conseguir seu intento.


Chamar será VTI, com a prep. por, quando significar invocar.

Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.


 

Verbos Transitivos Diretos e Indiretos



São os verbos que possuem os dois complementos - objeto direto e objeto indireto.


Chamar será VTDI, com a prep. a, quando significar repreender.

Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula.
Chamei-o à atenção.

Obs.: A expressão Chamar a atenção de alguém não significa repreender, e sim fazer se notado. Por exemplo: O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam.


Implicar será VTDI, com a prep. em, quando significar envolver alguém.

Implicaram o advogado em negócios ilícitos.


Custar será VTDI, com a prep. a, quando significar causar trabalho, transtorno.

Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família.


Agradecer, Pagar e Perdoar são VTDI, com a prep. a. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.

Agradeci a ela o convite.

Paguei a conta ao Banco.

Perdôo os erros ao amigo.


Pedir é VTDI, com a prep. a. Sempre deve ser construído com a expressão Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que alguém faça algo.

Pedimos a todos que tragam os livros.


Preferir é sempre VTDI, com a prep. a. Com esse verbo, não se deve usar mais, muito mais, mil vezes, nem que ou do que.

Prefiro estar só a ficar mal-acompanhado.


Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são VTDI, admitindo duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.

Advertimos aos usuários que não nos responsabilizamos por furtos ou roubos.

Advertimos os usuários de que não nos responsabilizamos por furtos ou roubos.


Quando houver, na oração, um verbo transitivo direto e indireto, com a prep. a, seguido de um  substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às).

Advertimos às alunas que não poderiam usar a sala fora do horário de aula.



Verbos Intransitivos



São os verbos que não necessitam de complementação. Sozinhos, indicam a ação ou o fato.

Assistir será intransitivo, quando significar morar.

Assisto em Londrina desde que nasci.


Custar será intransitivo, quando significar ter preço.

Estes sapatos custaram R$50,00.


Proceder será intransitivo, quando significar ter fundamento.

Suas palavras não procedem!


Morar, residir e situar-se sempre são intransitivos.

Moro em Londrina; resido no Jardim Petrópolis; minha casa situa-se na rua Denise de Souza.


Deitar-se e levantar-se são sempre intransitivos.

Deito-me às 22h e levanto-me às 6h.


Ir, vir, voltar, chegar, cair, comparecer e dirigir-se são intransitivos. Aparentemente eles têm complemento, pois Quem vai, vai a algum lugar. Porém a indicação de lugar é circunstância, e não complementação. Classificamos como Adjunto Adverbial de Lugar. Alguns gramáticos classificam como Complemento Circunstancial de Lugar.
Esses verbos exigem a prep. a, na indicação de destino, e de, na indicação de procedência.

Só se usa a prep. em, na indicação de meio, instrumento.

Cheguei de Curitiba há meia hora.

Vou a São Paulo no avião das 8h.


Quando houver, na oração, um verbo intransitivo, com a prep. a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às).

Vou à Bahia.


Verbos de regência oscilante


VTD ou VTI, com a prep. a:

Assistir pode ser VTD ou VTI, com a prep. a, quando significar ajudar, prestar assistência.
Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos.

Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos.


Chamar pode ser VTD ou VTI, com a prep. a, quando significar dar qualidade. A qualidade pode vir precedida da prep. de, ou não.

Chamaram-no irresponsável.
Chamaram-no de irresponsável.

Chamaram-lhe irresponsável.

Chamaram-lhe de irresponsável.


Atender pode ser VTD ou VTI, com a prep. a.

Atenderam o meu pedido prontamente.

Atenderam ao meu pedido prontamente.


Anteceder pode ser VTD ou VTI, com a prep. a.

A velhice antecede a morte.

A velhice antecede à morte.


Presidir pode ser VTD ou VTI, com a prep. a.

Presidir o país.

Presidir ao país.

Renunciar pode ser VTD ou VTI, com a prep. a.

Nunca renuncie seus sonhos.

Nunca renuncie a seus sonhos.


Satisfazer pode ser VTD ou VTI, com a prep. a.

Não satisfaça todos os seus desejos.

Não satisfaça a todos os seus desejos.


VTD ou VTI, com a prep. de:

Precisar e necessitar podem ser VTD ou VTI, com a prep. de.

Precisamos pessoas honestas.

Precisamos de pessoas honestas.


Abdicar pode ser VTD ou VTI, com a prep. de, e também VI.

O Imperador abdicou o trono.

O Imperador abdicou do trono.

O Imperador abdicou.


Gozar pode ser VTD ou VTI, com a prep. de.

Ele não goza sua melhor forma física.

Ele não goza de sua melhor forma física.


VTD ou VTI, com a prep. em:

Acreditar e crer podem ser VTD ou VTI, com a prep. em.

Nunca cri pessoas que falam muito de si próprias.

Nunca cri em pessoas que falam muito de si próprias.


Atentar pode ser VTD ou VTI, com a prep. em, ou com as prep. para e por.

Em suas redações atente a ortografia.

Deram-se bem os que atentaram nisso.

Não atentes para os elementos supérfluos.

Atente por si, enquanto é tempo.


Cogitar pode ser VTD ou VTI, com a prep. em, ou com a prep. de.

Começou a cogitar uma viagem pelo litoral brasileiro.

Hei de cogitar no caso.

O diretor cogitou de demitir-se.


Consentir pode se VTD ou VTI, com a prep. em.

Como o pai desse garoto consente tantos agravos?

Consentimos em que saíssem mais cedo.


VTD ou VTI, com a prep. por:

Ansiar pode ser VTD ou VTI, com a prep. por.

Ansiamos dias melhores.

Ansiamos por dias melhores.


Almejar pode ser VTD ou VTI, com a prep. por, ou VTDI, com a prep. a.

Almejamos dias melhores.

Almejamos por dias melhores.

Almejamos dias melhores ao nosso país.


VI ou VTI, com a prep. a:

Faltar, Bastar e Restar podem ser VI ou VTI, com a prep. a.

Muitos alunos faltaram hoje.

Três homens faltaram ao trabalho hoje.
Resta aos vestibulandos estudar bastante.

Na última frase apresentada não há erro algum, como à primeira vista possa parecer. A  tendência é de o aluno concordar o verbo estudar com a palavra vestibulando, construindo a oração assim: Resta os vestibulandos estudarem. Porém essa construção está totalmente errada, pois o verbo é transitivo indireto, portanto resta a alguém. Então vestibulandos funciona como objeto indireto e não como sujeito. Nenhum verbo concorda com o objeto indireto.

Quando houver, na oração, um verbo transitivo indireto, com a prep. a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às).

Assisti à peça das meninas do terceiro colegial.

VI ou VTD

Pisar pode ser VI ou VTD. Quando for VI, admitirá a prep. em, iniciando Adjunto Adverbial de Lugar.

Pisei a grama para poder entrar em casa.

Não pise no tapete, menino!





Trabalho
de
Português
                
                 Nome: Paulo Marcel
                 Turma: 222
                 Série: 2a
                 Professora: Claudia Ceccon
 









Introdução
Neste trabalho abordaremos sobre Substantivo, quanto ao sua definição, classificação, flexão (gênero, numero e grau, inclusive com o Plural dos substantivos compostos), Estilo











Definição

1-  Alguns exemplos  de substantivos:

Teatro, restaurante, farmácia, barbeiro, cinema, etc.

2 - Nomes de criaturas reais ou inventadas:

Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.
Todos os Anos ele se veste de Papai Noel.
As assombrações assombram muito pouco e os crimes nas cidades grandes assustam muito mais.

3 - Nomes de objetos e outros seres:

Ou tem chuva e não tem sol
ou sem sol e não tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
                                      
                                          (Cecília Meireles)

4 - Nomes das ações e fatos:

No horizonte, o
perigo de guerra


O vôo de balão é
uma aventura ao
sabor do vento



Outros exemplos:
corrida, queda, pancada, carícia.


5 - Nomes dos sentimentos:
amizade, amor, tristeza, ódio, alegria, simpatia.

6 - Nomes de qualidades das pessoas ou coisas:


Violência é
a pobreza







Outros exemplos:
riqueza, tranqüilidade, feiúra, suavidade, fraqueza.


Classificação

            Os substantivos podem ser classificados em: próprio, comuns, concretos, abstratos, simples, compostos, primitivos, derivados, e coletivos.


I - Substantivos comuns e próprios

  cidade s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros).

Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum.


Substantivo comum é aquele que dá nome ao grupo de seres de uma mesma espécie.


Exemplos de substantivos comuns:
cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro.



Estamos voando para Barcelona


O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie cidade. Esse substantivo é próprio.



Substantivo próprio é aquele que dá nome a um ser entre todos os outros seres da mesma espécie.

Exemplos de substantivos próprios:
Londres, Paulinho, Pedro, Ivete, Brasil, Pingo.

II - Substantivos concretos e abstratos






       LÂMPADA
                MALA

Os substantivos lâmpada e mala designam seres com existência própria e independente de outros seres. São substantivos concretos.



Substantivo concreto é aquele que designa o ser que existe independentemente de outros seres.


Os substantivos concretos designam seres do mundo real e do mundo imaginário.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília etc.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d-água, fantasma etc.

Observe agora:


Beleza exposta

Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual

·      O substantivo beleza designa uma qualidade.


Substantivo abstrato é aquele que designa seres que dependem de outros para se manifestar ou existir.
·      Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato.



III - Substantivos simples e compostos

Chuva subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra





Substantivo chuva é formado de um único elemento. É um substantivo simples.


Substantivo simples é aquele formado por um único elemento.

Outros substantivos simples: tempo, sol sofá.




Veja agora:

            O substantivo guarda-chuva é formado de dois elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.



 Substantivo composto é aquele formado por dois ou mais elementos.


IV - Substantivos primitivos de derivados

Meu limão meu limoeiro,
meu pé de jacarandá...

Substantivo limão é primitivo, porque não se formou de nenhum outro dentro de língua portuguesa.


 Substantivo primitivo é aquele que não deriva de nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa.


Substantivo limoeiro é derivado, porque se formou a partir do substantivo limão.


 Substantivo derivado é aquele que se origina de outra pessoa.



V - Substantivos coletivos
Ele vinha pela estrada e foi picado uma abelha, outra abelha, mais outra abelha...
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.


            Nome que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra abelha...
            No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
            No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie (abelhas).
Substantivo enxame é um substantivo coletivo.


 Substantivo coletivo é o substantivo comum que, mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma espécie.



            Flexão

Os substantivos podem variar em gênero, número e grau.

I - Gênero

Pertencem ao gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:

O velho e o mar
Um Natal inesquecível
Os reis da praia

Pertencem ao g6enero feminino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:

A história sem fim
Uma cidade sem passado
As tartarugas ninjas

Substantivos biformes e substantivos uniformes

            Substantivos biformes são aqueles que apresentam duas formas para indicar o gênero dos ser a que dão nome: uma forma para o masculino e uma forma diferente para o feminino.

gato - gata                                         homem - mulher
cantor - cantora                                 prefeito - prefeita

            Substantivos uniformes são aqueles que apresentam uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.

zebra
estudante
pianista
indivíduo

1 - Formação de feminino dos substantivos biformes

a - Regra geral: Troca-se a terminação -o por -a:
aluno - aluna
b - Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao masculino
freguês - freguesa
c - Substantivos terminados em -ão: Fazem o feminino de três formas:
troca-se -ão por -ao: patrão - patroa
troca-se -ão por -ã: campeão - campeã
troca-se -ão por ona: solteirão - solteirona

Exceções:
barão - baronesa
ladrão - ladra
sultão - sultana
etc.

D - Substantivos terminados em -or:

acrescenta-se -a ao masculino:
doutor - doutora
troca-se -or por -triz:
 imperador - imperatriz


E - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
-esa                            -essa                              isa
cônsul - cosulesa           abade - abadessa               poeta - poetisa
duque - duquesa           conde - condessa               profeta - profetisa


F - Substantivos que formam o feminino trocando o -e final por -a:
elefante - elefanta

G - Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e no feminino:
bode - cabra
boi - vaca

H - Substantivos que formam o feminino de maneira especial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
czar - czarina
réu - ré

2 - Formação do feminino dos substantivos uniformes

a - Comuns de dois gêneros:

Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois

            Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
            É impossível saber apenas pelo título da notícia, pois a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante da notícia nos informa que se trata de um homem.

Outros exemplos de substantivos comuns de dois gêneros:

o colega - a colega
o imigrante - a imigrante
o jovem - a jovem

b - Sobrecomuns:

Entregue as crianças à natureza
            A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino quanto a seres do sexo feminino.
            Nesse caso, nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:

A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria.

Outros substantivos sobrecomuns:


a criatura - João é uma boa criatura.
                  Maria é uma boa criatura.

o cônjuge - O cônjuge de João faleceu.
O cônjuge de Marcela faleceu.

C - Epicenos:

Observe:


 Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros



            Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar o masculino e o feminino.
            Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se  palavras macho e fêmea.

a cobra - A cobra macho picou o marinheiro.
              A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Substantivos que mudam de sentido de acordo com gênero

Veja:


INVISTA SEU CAPITAL NO CENTRO DA CAPITAL
                                                DINHEIRO                                              CIDADE PRINCIPAL


o capital (dinheiro)                        a capital (cidade principal)
o caixa (pessoa)                             a caixa (objeto)
o grama (unidade de massa)           a grama (relva)

II - Número

Os substantivos podem estar no singular ou no plural.
Estão no singular quando indicam:

1 - um só ser de uma espécie:
Li um livro interessante.

2 - um só conjunto de seres de uma espécie (coletivos):
Naquela biblioteca só há romances policiais!

Estão no plural quando indicam:

1 - mais de um ser de mesma espécie:
Li alguns livros interessantes.

2 - mais de um conjunto de seres de mesma espécie (coletivos):
Aquelas bibliotecas estão precisando de reforma.

Formação do plural

1-  Plural dos substantivos simples:

Lembre-se de que são simples os substantivos que têm um só elemento.
a - Regra geral: acrescenta-se s ao singular:
lata - latas

b- Substantivos terminados em -ão:
Fazem o plural de três formas:

substituindo o -ão por -ões:
ação - ações

substituindo o -ão por -ães:
cão - cães

substituindo o -ão por -ãos:
grão - grãos

c - Substantivos terminados em r, z:
Acrescenta-se -es ao singular:
açúcar - açúcares
radar - radares

d -  Substantivos terminados em s:
Acrescenta-se -es ao singular, quando o substantivo for oxitono:
ananás - ananases
mês - meses

e - Substantivos terminados em x:
São invaráveis:
o tórax - os tórax
o telex - os telex

f - Substantivos terminados em -al, -el, -ol, -ul:
Substitui-se o -l por -is:
canal - canais
animal - animais

g - Substantivos terminados em -il:
Quando o substantivo for oxítono, substitui-se o -l por -s:
canil - canis
barril - barris
Quando o substantivo for paroxítono, substitui-se o -l por -eis:
fóssil - fosseis
réptil - repteis

h - Plural metafônico:
            Alguns substantivos apresentam a seguinte diferença de pronúncia: no singular, o o Tônico é fechado (ô) e no plural o som do o o é aberto (ó).
O plural desses substantivos é conhecido como plural metafônico.

Singular (ô)                                   Plural (ó)
caroço                                                caroços
coro                                                   coros
corpo                                                 corpos
fogo                                                   fogos

i - Substantivos que se empregam apenas no plural;
espadas/paus (naipes de baralho)
fezes

j - Mudança de número com mudança de sentido:
Alguns substantivos têm um sentido no singular e outro do plural:

l - Plural do nomes próprios:
Os nomes próprios fazem o plural de acordo com as regras dos substantivos comuns:
Os Maias
Os Almeidas
Os Silvas    

m - Plural dos nomes de letras:
Também fazem o plural de acordo com as regras dos demais substantivos comuns:
Vamos pôr os pingos no is.
Os dês, os efes, e os agás, que você rabiscou estão ilegíveis.

n - Plural dos nomes de números:
Também fazem o plural como as demais substantivos comuns:
Os dozes que você escreveu estão feios.
No número 3333 há quatro três.
Ela sempre acerta os finais vintes na loteria.
o - Plural de siglas:
Algumas siglas passam a funcionar como verdadeiros substantivos, admitindo flexão de número:
Aqueles PMs tentaram socorrer a pobre mulher. (Policiais Militares)
Note que o s indicativo de plural é minúsculo.

2 - Plural dos substantivos compostos:
Lembre-se de que são compostos os substantivos formados por dois ou mais elementos, escritos numa só palavra ou separados por hífen.

a - Quando os elementos componentes do substantivo não são separados, o substantivo composto segue as mesmas regras do substantivo simples.
passatempo - passatempos
pontapé - pontapés

b - Quando os elementos componentes do substantivo são separados por hífen, temos que classificar esses elementos para formar o plural.
Regra geral: quando não houver preposição entre os elementos que compõem o substantivo, vão para o plural o elementos que pertencem à classe dos substantivos, adjetivos, numerais, pronomes. Veja:
amor-perfeito

O substantivo é formado da palavras amor (substantivo) e perfeito (adjetivo). Não há preposição entre os dois elementos. Portanto, no plural variam os dois elementos:
amores- perfeitos.

Veja agora:

guarda-chuva - guarda>verbo
                       chuva>substantivo

Só varia o substantivo. Portanto, no plural temos guardas-chuvas.
Observe:

bota-fora - bota>verbo (botar)
                  fora>adverbio

Nenhum dos elementos varia: os bota-fora.
Regras especiais

1 - Só vai para o plural o primeiro elemento quando o substantivo é composto de dois substantivos e o segundo funciona como uma espécie de adjetivo do primeiro. Veja:
caneta-tinteiro

A palavra tinteiro funciona como uma espécie de adjetivo, pois especifica a palavra caneta. Portanto, no plural: canetas-tinteiro.

cavalo-vapor           cavalos-vapor
manga-espada         mangas-espada
pombo-correio        pombos-correio

Ele cedeu todo o espaço para outros quatros homens-chave do esquema.

2 - Só vai o plural o primeiro termo quando as palavras que compõem o substantivo são ligadas por uma preposição (de, a sem):

mula-sem-cabeça         mulas-sem-cabeça
pão-de-ló                     pães-de-ló

Estão sempre cercados por um exército de anjos-da-guarda.

3 - Só vai para o plural o último elemento quando o substantivo for composto de palavras repetidas ou palavras que imitam algum tipo de som.

reco-reco           reco-recos
tique-taque        tique-taques
... os atrasos desembocam em violentos quebra-quebras.


III - Grau

1 - Normal - Refere-se a um ser de tamanho considerado normal: casa, menino, copo.
2 - Diminutivo - Refere-se a um ser de tamanho considerado baixo do normal: casinha, menininho, copinho.
3 - Aumentativo - refere-se a um ser de tamanho considerado acima do normal: casarão, meninão, copão.

Formação do Grau

Nos substantivos, pode-se expressar o grau de duas formas:

1 - Forma analítica: o substantivo fica na sua forma normal; o grau expressa-se através de adjetivos que indicam aumento ou diminuição.

normal               aumentativo analítico           diminutivo analítico
nariz                    nariz grande                            nariz pequeno
                            nariz imenso                            nariz minúsculo

2 - Forma sintética: muda-se a forma do substantivo, acrescentando-se sufixos ao substantivo no grau normal.

normal                aumentativo sintético            diminutivo sintético      
nariz                    narigão                                     narizinho
boca                     bocarra                                    boquinha


Estilo

1 - Alguns diminutivos e aumentativos podem exprimir carinho, ternura, intimidade, e não tamanho. Nesse caso, são considerados diminutivos e aumentativos afetivos.

Ex: Meu amorzinho me empresta R$50,00.

2 - Muitas vezes empregamos os graus aumentativo ou diminutivo para indicar desprezo, ironia, pouco-caso.

... entrou para a História como um ditadorzinho de sejunda.





Morfossintaxe

Uma oração é normalmente formada por sujeito e predicado. No predicado, localiza-se o verbo. O termo da oração que com ele concorda é o sujeito, cujo núcleo é sempre um substantivo.
Nesta oraçào sem sujeito, não se observa a presença do substantivo.

A vida
A existência
A beleza
A amizade                                   é frágil.
A carne
     O amor
O silêncio


Nesta oração, cujo predicado é nominal, o substantivo é núcleo do sujeito.
 

Homens
Moços
Rapazes                               pedem carinho a mulheres.                                      
Crianças
Tigres


Nesta oração, cujo predicado é verbal, o substantivo é núcleo do sujeito.

            Mulheres
            Moças
            Crianças                                consideram homens inconstantes.
            Animais
            Poetas


Nesta oração, cujo predicado é verbo-nominal, o substantivo é núcleo do sujeito.

Assim, você percebeu que a função sujeito é uma função substantiva, ou seja, o papel de sujeito nas orações é exercido pelo substantivo. O sujeito é ao lado do predicado, um dos termos essenciais da oração.
Você deve ter notado que, além dos substantivos que exercem função de sujeito nas orações acima, ainda há outros que se relacionam com os verbos. Veja outro exemplo:


 

                                 carinho                                     mulheres.
                                 compreensão                             amigos.
Homens pedem          afeto                     a                  companheiras.
                                 amizade                                    cúmplices.
                                 ternura                                     crianças


Esses substantivos complementam os verbos a que se ligam: são chamados, pois complementos verbais. Os que se ligam ao verbo por intermédio de uma preposição (no exemplo acima, a preposição a) são chamados objetos indiretos; os que se ligam diretamente ao verbo, sem preposição intermediária, são chamados objetos diretos. As funções de objeto direto e indireto também são funções dos substantivos na oração.
            No exemplo abaixo, os substantivos entre as barras estão exercendo a função de objeto direto:



                                                artistas
                                                homens
Mulheres consideram                moços                     inconstantes
                                                rapazes
                                                crianças







Se passarmos essa oração para a voz passiva, abteremos:

 

                                                                                mulheres
                                                                                companheiras
Homens  são considerados inconstantes pelas            cúmplices
                                                                                crianças
                                                                                 mães

Lembre-se de que na voz passiva o sujeito (no caso, homens) sofre a  ação verbal sendo chamado sujeito paciente . O termo que indica o praticamente da ação na voz passiva (no caso, mulheres/companheiras/cúmplices/crianças/mães) é chamado agente da passiva. Essa é, como você pode observar, outra função substantiva na oração.
            Façamos, agora, uma pequena modificação num exemplo já analisado na página anterior:


                                                  carinho
                                                  compreensão
Homens fazem pedido de            afeto                   a mulheres
                                                  amizade
                                                  ternura



A alteração consistiu em substituir pedem por fazem pedido. Do mesmo modo que o verbo pedir era acompanhado por complementos, o substantivo pedido tem seu sentido complementado por outros substantivos (entre barras, no exemplo0, que exercem a função de complemento nominal. É fácil perceber que se trata de mais uma função substantiva na oração.
            As funções  de complemento nominal e complemento verbal (objeto direto e indireto) integram o significado de um nome ou de um verbo. Por essa razão, esses termos são chamados integrantes, e sua presença na oração é fundamental para que nomes e verbos adquiram significado plena.
            Veja agora o exemplo abaixo:


 

                                            canção
                                            criação
A existência  é                       combate
                                            poesia
                                            beleza


Temos uma oração cujo predicado é nominal. Sabemos que o verbo não é o núcleo desse tipo de predicado, sendo tal papel exercido pelo nome que o acompanha: o predicativo. Esta é, portanto, outra função substantiva. Neste caso, porém, não se trata de uma função exclusivamente substantiva, pois, como veremos mais adiante, também os adjetivos podem exercê-la.


 

                      criaturas
                      seres
Homens,         poetas                inconstantes, pedem carinho a mulheres
                      artistas
                      mendigos


            Introduzimos nessa oração um termo que se refere ao sujeito homens, especificando-o, elucidando-o, qualificando. Observe que esse termo é equivalente sintaticamente ao sujeito (retirando o sujeito da oração, você verá que criaturas/seres/poetas/artistas/mendigos inconstantes passa a exercer essa função). O mesmo ocorre em:

 

                                                             criaturas         
Homens pedem carinho a mulheres,       seres                     inconstantes
                                                             companheiras 





Só que agora esse termo especifica, elucida, qualifica o objeto indireto mulheres e eqüivale, sintaticamente, a ele.
            Ora, o núcleo (palavra central) dos termos analisados é um substantivo, fato que nos leva a concluir que se trata de mais uma função substantiva. Neste caso, estamos analisando o aposto, termo acessório da oração, pois sua ausência não compromete a significação da mesma.
            Finalmente, analisemos este exemplo também levemente modificado:



João,
Pedro,
Maria,
Vanessa,
Elisa,                                      homens pedem carinho a mulheres,
Teresa,
Luís,
Zósimo,


Temos agora um substantivo próprio que indica o ser a quem dirigimos a palavra. Esse substantivo exerce a função de vocativo. Desnecessário dizer que se trata de mais uma função substantiva na oração.

 Verbo.
Palavra variável que traduz um fato. Elemento principal da oração, apresenta grande número de formas para expressar a pessoa, o tempo, o modo e a voz do discurso.

Verbo
Verbo
Elemento principal da oração, o verbo exprime processos, ações, estados ou fenômenos e, por meio da ampla variedade de formas em que se apresenta, indica em português a pessoa, o tempo, o modo e a voz do discurso. Assim, muitas informações significativas estão nele reunidas.
Verbo é toda palavra ou expressão que traduz um fato. A frase "As crianças amam o campo" enuncia um fato observado a respeito de "crianças" e de "campo". A palavra que descreve esse fato é "amam", forma conjugada do verbo amar. Quanto ao complemento na oração, os verbos são intransitivos, quando expressam uma idéia completa (andei), ou transitivos, quando exigem continuação (perdi o sapato, fui ao dentista). Quanto ao sujeito, os verbos podem ser tripessoais, unipessoais ou impessoais, segundo se empreguem nas três pessoas, apenas nas terceiras pessoas ou somente na terceira do singular. Latir é unipessoal, pois não se usa nem na primeira nem na segunda pessoa. Ventar é impessoal, uma vez que, sem sujeito, fica na terceira pessoa do singular.
Informações expressas pelo verbo. O sujeito da oração é sempre indicado pelo verbo, que aparece numa das três pessoas: a primeira, que fala; a segunda, com quem se fala; e a terceira, de quem se fala.
O verbo concorda com o sujeito em número, que pode ser singular ou plural. Pessoa e número têm desinências particulares. Assim, primeira pessoa: amei, amamos; segunda pessoa: amaste, amastes; terceira pessoa: amou, amaram.
Os verbos denotam ainda as circunstâncias temporais em que se realizam os fatos: presente (amo), passado (amei) e futuro (amarei). Quando se referem dois fatos não concomitantes -- passados, presentes ou futuros -- o verbo pode ainda exprimir anterioridade (tenho amado; tinha amado, ou amara; e terei amado) ou posterioridade (tenho de amar, tive de amar, terei de amar). Servem de exemplo as frases: "Quando ele me contou a história eu já a tinha adivinhado" e "Ele se casará em dezembro e logo depois terá de partir, em viagem de estudos".
Em português, os verbos apresentam-se em três modos (indicativo, subjuntivo e imperativo) e três formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). O uso dos modos é expressivo e dificilmente se podem estabelecer princípios gerais. É possível observar, entretanto, que o subjuntivo é próprio da afirmação insegura, dubitativa. O imperativo serve para a expressão direta da vontade afirmativa, desde a ordem até o desejo, mas se dispõe apenas da segunda pessoa; supre-se, nas suas lacunas, do presente do subjuntivo, como nos versos "Repousa lá no céu eternamente, / E viva eu cá na terra sempre triste" (Camões).
As formas nominais não permitem a expressão do tempo ou do modo, que devem ser inferidos pelo contexto da oração. O infinitivo pode apresentar emprego nominal e servir de substantivo ("Seu cantar ecoou ao longe"), adjetivo ("Porta de correr") ou advérbio ("Andou a correr"). O gerúndio descreve ação em curso e pode assumir função de advérbio ou adjetivo ("Vi o fogo ardendo"). O particípio, a um tempo verbo e adjetivo, está sujeito à concordância de gênero e número. Apresenta o resultado de uma ação: cansado, aberto.
Os verbos exprimem ainda aspecto, e no português isso é bastante complexo. Aspectos são as diferentes maneiras como se enfocam e expressam os fatos. Aspecto imperfeito é aquele em que não se pensa no início nem no término do fato: é o aspecto normal do verbo, desde que não esteja no pretérito perfeito ou no mais-que-perfeito. Aspecto perfeito é aquele que apresenta o fato como terminado e pode ser observado nos dois tempos mencionados acima e na conjugação de anterioridade. Aspecto iterativo é o que tem, na maioria das vezes, o presente do indicativo da conjugação que exprime anterioridade: tenho escrito quase sempre significa, simultaneamente, que escrevi e que ainda escrevo. Aspecto progressivo é o da chamada conjugação contínua, em que se aponta o fato no seu próprio desenvolvimento e processo: estou escrevendo. Aspecto incoativo é aquele que toma o verbo quando o fato é revelado no seu começo: entro a escrever, toco a escrever etc. Há, ainda, outros aspectos em que a língua sutiliza sua expressão.
Os verbos de predicação incompleta, que pedem objeto direto, admitem duas vozes: a voz ativa, que é a normal da conjugação simples ("O cão mordeu a criança"), e a voz passiva, pertencente à conjugação composta, cujo sujeito é o termo da oração que naturalmente seria seu objeto ("A criança foi mordida pelo cão"). Isso permite enfatizar a importância de um termo que ficaria em segundo plano, caso ocupasse a função de objeto, e não de sujeito. A conjugação pronominal reflexiva ("Mordeu-se") é definida por alguns autores como voz média.
Morfologia verbal. Como se não bastasse essa complexidade, o verbo tem, no português, uma morfologia (aspecto que diz respeito à estrutura e formação das palavras) muito rica. Tal riqueza é herdada do latim nas formas simples e extremamente desenvolvida nas formas compostas. Para o estudo da morfologia verbal, os antigos tinham imaginado a conjugação das formas simples em quadros engenhosamente organizados, a que chamaram paradigmas. No português, como no castelhano e no galego, as quatro conjugações paradigmáticas se reduziram a três: primeira, que tem como vogal de ligação um -a- (am-a-r, cant-a-r); segunda, que tem um -e- (dev-e-r, mo-e-r); e terceira, que tem um -i- (part-i-r, un-i-r). Por esses modelos se orientam todos os outros verbos, chamados regulares.
Muitos, porém, são os verbos irregulares. Os de irregularidade fraca diferenciam-se dos paradigmas nos tempos presentes ou no particípio (odiar, valer, abrir estão nesse caso, porque fazem odeio, valho, aberto, em lugar de odio, valo, abrido). Os de irregularidade fonética fogem às regras de mutação vocálica (chegar e invejar, por exemplo, seriam regulares se fizessem chégo e invêjo, como rego e desejo). Os 17 verbos de irregularidade forte (dar, ir, ser, pôr, ter, ver, vir, caber, dizer, estar, fazer, haver, poder, aprazer, querer, saber, trazer) não seguem qualquer paradigma e apresentam peculiaridades em quase todos os tempos. Ao contrário de todos os outros, apresentam dois radicais. São rizotônicos na primeira e terceira pessoas do pretérito perfeito do indicativo; ir e ser chegam a ter três raízes. Alguns são abundantes ou defectivos de pessoas (presenciar admite presencio ou presenceio na primeira pessoa do singular, enquanto precaver, no presente do indicativo, só se conjuga na primeira e segunda pessoas do plural -- precavemos e precaveis --, além de ser totalmente destituído de presente do subjuntivo).
Verbos relacionais. Nas orações ditas nominais, o verbo assume outro papel: o de indicar que, entre o sujeito e o predicativo, existem relações constantes (ser), novas ou inconstantes (estar), ou ainda uma mudança de estado (ficar). Assim, por exemplo: o menino é forte; o menino está forte; o menino fica forte. Entre as grandes línguas européias, só o português se empenha em distinguir essas três relações com tais verbos, além de outros, eventualmente.
Os verbos relacionais ou de ligação revelam o aspecto que se dá à definição do sujeito: são esvaziados de sua idéia original e, por isso, não têm conteúdo ideativo, com o que deixam, por definição, de ser verbos. São verbos apenas pela sua morfologia. Ser, estar e ficar são verbos como quaisquer outros, desde que não estejam relacionando o sujeito com o predicativo, como em "No princípio era o caos", "Meu irmão está em Paris", "Não pude ficar em casa". Nestes casos, poderiam ser trocados por existia, mora e permanecer. Na oração "Hoje não ando bem" o verbo é ideativo se ando for sinônimo de marcho, caminho. Contudo, se ando bem for equivalente a estou bem, tem-se um verbo relacional, que não exprime fato nenhum e se limita a indicar o aspecto da definição. Em tais casos, somente o contexto pode decidir sobre a interpretação conveniente.
Verbos auxiliares. As conjugações compostas valem-se dos chamados verbos auxiliares, que exprimem pessoa, número, tempo e modo. Juntam-se a infinitivos, gerúndios e particípios ideativos e sua morfologia é a dos verbos, categoria a que, por definição, não pertenceriam.
A língua portuguesa é riquíssima em verbos auxiliares, com os quais são expressos aspectos e a voz passiva. Os principais são: (1) ter, haver, para a conjugação anterior (ter feito, haver feito); (2) ter de, haver de, ir, dever, querer, poder, para a conjugação posterior (ter de fazer, haver de fazer, ir fazer, dever fazer, querer fazer, poder fazer); (3) estar, ir, vir, andar, para a conjugação contínua (estar fazendo, ir fazendo, vir fazendo, andar fazendo); (4) ser, para a conjugação passiva (ser feito).
Verbos pronominais. O acompanhamento obrigatório de pronomes átonos reflexivos caracteriza os verbos pronominais, como queixar-se e arrepender-se. Alguns são pronominais apenas em determinada acepção, como chamar, chamar-se.
Alguns verbos, embora apresentem a forma passiva, não exprimem passividade alguma. São os chamados verbos depoentes, entre os quais estão certos verbos de movimento, como chegar, correr, descer, entrar, fugir, ir, partir, passar, sair, subir, vir. O mesmo ocorre com nascer e morrer (entrar na vida e dela sair). Exemplos: "Era chegada a hora de jantar", ou seja, tinha chegado; "Meu pai é morto há longos anos", isto é, morreu.

Verbo auxiliar.
Denominação do verbo que, nos tempos compostos, se antepõe ao principal e exprime pessoa, número, tempo e modo.

Verbo de ligação
Termo que designa, em gramática, o verbo que não indica ação, mas estado, qualidade ou condição do sujeito.
Verbo depoente
Designação do verbo que, embora apresente a forma passiva, não exprime passividade, dentre os quais se incluem verbos de movimento.

verbo Intransitivo
Nome dado ao tipo de verbo cuja predicação expressa uma idéia completa e que não exige complemento.

Verbo irregular
Denominação do verbo que não segue o paradigma de sua conjugação, afasta-se de sua forma básica em determinadas flexões, com desvios no radical, na vogal temática ou nas desinências.

Verbo iterativo
Termo que designa o aspecto do verbo que exprime anterioridade ou ação repetida ou freqüente.

verbo Transitivo
Termo que designa, em gramática, o verbo que não tem sentido completo e precisa de um complemento.

verbo Transitivo direto
Termo que designa, em gramática, o verbo que tem o sentido completado por um objeto ligado a ele diretamente, sem preposição.

verbo Transitivo indireto
Termo que designa, em gramática, o verbo que tem o sentido completado por um objeto ligado a ele por meio de uma preposição.








Template Rounders modificado por ::Blogger'SPhera::
| 2008 |