Girly Paradise Gifs Professora Sandra Bastos: 23 de mai. de 2010
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domingo, 23 de maio de 2010

CINCO MANDAMENTOS PARA FAZER UMA BOA REDAÇÃO

Os milhanos e os pombos



La Fontaine

Uma guerra atroz deflagrou-se nos ares entre a raça dos abutres, por causa de um cão morto que despertara a avidez de todos. Choveu sangue em quantidade; juro que não estou exagerando. Se quisesse descrever a luta de começo ao fim, em todos os seus detalhes, chegaria a perder o fôlego. Afirmo, contudo, que muitos chefes e muitos heróis perderam a vida. Era uma coisa admirável ver seus esforços, mas era uma pena vê-los tombar mortos. Empregaram com igual destreza valor e coragem, astúcia e arrojo; os dois magotes, dominados por igual furor, não pouparam nenhum meio para povoar a região dos mortos.
Esse furor homicida, essa chacina infame, despertou compaixão na alma de outra nação, cujo coração sensível e cuja fidelidade são notórios, a qual se prontificou a intervir, como mediadora, a fim de pacificar os contendores. Escolheram-se embaixadores experimentados dentre os melhores pombos; e estes souberam parlamentar com tanta diplomacia, que induziram os abutres a terminar a luta insana; depois de uma trégua para as negociações, estipularam acordo e assinaram a paz.
Desgraçadamente, porém, a paz foi feita às expensas da raça a quem eles deviam gratidão; a maldita espécie, sem o menor respeito às regras da humanidade, atirou-se sobre os pombos fazendo uma terrível carnificina e em poucos instantes, despovoaram inteiras cidades e campos.
O ingênuos pombos revelaram falta de prudência querendo apaziguar um povo tão selvagem, não há dúvida, mas fizeram-no confiados na lealdade. Por isso convém guardar a lição.
Conservai sempre apartados e desunidos os maus; pois disso depende a segurança dos demais povos. Semeai sempre a guerra entre eles próprios, do contrário nos vos deixarão em paz.

Conto infantil


A Lebre e a Tartaruga



Uma vez uma tartaruga quis apostar uma corrida com uma lebre, porque a lebre sempre caçoava de sua maneira lenta de caminhar. Então a lebre saiu correndo e a tartaruga atrás. Um tempo depois a lebre disse:
_ Vou ganhar de qualquer jeito mesmo, acho melhor descansar um pouco.
Então, deitou-se, dormiu e sonhou com o prêmio que em breve iria receber. Po r outro lado, a tartaruga continuou caminhando devagarinho, mas sem parar.
Finalmente a tartaruga cruzou a linha de chegada e a lebre, conseqüentemente, perdeu a corrida.



Este conto nos faz lembrar aquelas pessoas que acham que sabem mais que outras, e acomadam-se, pensando nunca serem derrotadas. Por isso não se atualizam, não estudam. Quando vão se dar conta, foram superadas por outras, que sempre galgaram postos, mas de uma forma mais lenta. Estas, como nunca desistiram, passaram adiante e continuaram sua caminhada, surpreendendo a todos.


Fábula de la fontaine

O LENHADOR E A MORTE
La Fontaine

Um velho lenhador, cansado pelos anos e do fardo que carregava, regressando ao lar caminhava tropegamente, queixando-se da sorte que nunca o favorecera.

Exausto, sob o peso que lhe magoava as costas, deitou o fardo ao chão e sentou-se-lhe ao lado, passando a analisar o longo percurso dos anos vividos.

Que felicidades tivera neste mundo? Existia por ventura alguém mais indigente do que ele? Escasso era o pão e nem sempre o tinha; descanso algum jamais desfrutara; além disso, impostos, conscrição, mulher e filhos para sustentar, os credores e mil outras atribulações além do trabalho insano. Esse era o quadro desolador de sua pobre existência; e não via diante de si a réstea luminosa da esperança.

Amargurado, abatido ante a própria impotência, num assomo de desespero chamou pela morte para que o livrasse de tão cruel angustia.

Sem demora a Morte se lhe apresenta e pergunta:

_ Aqui estou; que me queres tu?

_ Apenas um pequeno esforço: põe-me este feixe no dorso.

COMENTÁRIO:
Esta fábula exprime em síntese o sentimento mais natural ao homem: o amor pela vida. Pois embora tudo lhe seja contra e triste, ele mantém sua divisa: "Antes sofrer do que morrer!" Pois a morte é o fim de todos os males, a vida é sempre o maior de todos os bens.

Desenhos para textos


Para trabalhar com alunos de Segundo Grau. O Pofessor poderá usá-los separados ou juntos quando explicar Antítese.


Cactos


Sugestão de trabalho:

Escreva um texto assumindo a personalidade de uma planta, (árvore, planta rasteira, fruto, verdura, flor...). Descreva suas características boas, ruins, ou as duas. Fale como é, como tem vivido, se gosta de si mesmo, se é bem tratado ou não, se sofre alguma ameaça...

Após a produção do texto o professor orientará o aluno a desenhar a planta escolhida por ele.
Expor os textos e os desenhos.



Produção de texto

Para produção de texto oral ou escrito.
O aluno pode contar alguma travessura que fez.
.

Imagens que dizem muito





Estas são imagens da revista "Proteste".
Com certeza enriquecerão algumas aulas
se o professor
usá-las para
debates e produções de textos.


Escrevendo fábulas


Desenho para produção de fábula


Filme de terror



Sugestão:
Produzir um texto usando ponto de vista das galinhas.

Vítima de guerra


Ave marinha vítima da Guerra do Golfo Pérsico, encontrada agonizando.

Violências nas escolas



Pode-se afirmar que a violência nas escolas tem afetado o cotidiano de alunos, professores e funcionários, de diferentes formas e práticas. Ela é manifestada em brigas, discriminações, indisciplinas, desrespeitos, humilhações, vandalismos, agressões físicas e verbais...


Há uma ausência de clareza nos papéis da direção e equipe pedagógica. Entre estes, é visível um empurra-empurra de funções e atitudes. Na Escola, o único que tem um papel claramente definido é o professor. Na sua ausência, por qualquer motivo, pelo menor tempo, todos sentem sua falta, e, se o professor não fizer seu trabalho eficientemente, certamente o resultado será notório.





A violência escolar é notada diariamente no comportamento do educando, na sua insatisfação pelo que a escola lhe oferece: professores esgotados, escola mal equipada, objetos ultrapassados e quebrados, ambiente inadequado, o menor movimento do aluno numa carteira provoca um barulho muito alto. Os alunos ficam irritados uns com outros estressados com o aperto, com o barulho externo e interno, com o calor e outros fatores não descritos


O ambiente escolar é insensível com as necessidades do educando e dos profissionais que ali trabalham. Quando o local e as condições de trabalho não valorizam nem estimulam educando e profissionais da educação, torna-se desumano.


O que se percebe é que a progressão da violência escolar esbarra em leis que impedem a ação dos professores, direção e equipe pedagógica, deixando-os em situações de conflito e humilhantes, dificultando a solução dos problemas.


A escola deixou de mandar, porque as leis que protegem o menor não são claras a ponto de esclarecer sobre seus deveres. No ambiente escolar está acontecendo uma enorme e desastrosa inversão de valores. Isso gerou uma certa rebeldia. “Ninguém obedece aquele que acha que menos.¹”. Atualmente é o aluno quem dita as regras. O professor, para impor sua autoridade precisa vencer o aluno no grito, porque não tem nenhuma forma de exercer seu papel de educar, a não ser depois de saturado de sofrer humilhações. E aí tem que relatar o problema para o Diretor ou para o Pedagogo a fim de o problema seja encaminhado para que haja uma solução, que pode levar muitos dias para acontecer. Se isso se acontecer com freqüência, o professor corre o risco de ser julgado como "sem domínio" ou como "incompetente".


Não se trata de saudosismo, mas se observa que a autoridade do diretor e dos professores foi relegada. O aluno acostumou-se a uma rotina de indisciplina e violência por que tem consciência disso. Apenas quando essas situações de conflito e esgotantes ficam insustentáveis, é que se buscam meios de resolvê-las fora da escola. Os problemas que estão dentro da escola, são levados para fora dela, afim de que seja solucionados por alguém que está alheio, que não vivenciou os acontecimentos.


A escola é semelhante a um cristal que depois de quebrado, nem a melhor das colas consegue esconder sua ruptura. Quando o aluno se vê sendo encaminhado para uma autoridade fora da escola só pode pensar que as pessoas que ali estão desempenhando o papel de educar são incapazes de fazê-lo. Quem fica com as marcas é o aluno. Enquanto esse problema não se resolve, a escola fica com a obrigação de procurar uma solução.


Grupo de Estudos - Paulistania






¹Cícero Batista de Souza





Publicado por terezinha bordignon



A palavra S A U D A D E









A saudade sempre foi a companheira inseparável de todas as pessoas, de todos os povos, provavelmente desde os primórdios da humanidade, porque é um sentimento.


Como sentimento é impossível negar sua existência, convivemos com ele diariamente.


Como vocábulo não. Existe apenas na Língua Portuguesa e é tido como um dos mais difíceis de definir e de traduzir, em virtude de sua riqueza semântica.


Nenhuma outra língua, por mais que tenha usado de malabarismos vocabulares, foi capaz de expressar com precisão seu real significado. Isto não significa que quem não fala o Português não sinta saudade. Claro que sente. Só que eu não entendo como essas pessoas conseguem definir esse sentimento sem uma palavra específica.


De acordo com o dicionário Aurélio, saudade significa: “Lembrança nostálgica e ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia”. “Pesar pela ausência de alguém que nos é querido”.


Na gramática, é um substantivo abstrato. Na prática é concreto. Não podemos vê-la, mas podemos senti-la e até derramar uma lágrima.


Há vários tipos de saudade: de alguém que morreu, de quem amamos mas está longe, de um amigo, de lugares, de viagens, do país de origem, da infância, da juventude de animais de estimação, frutas, alimentos...


Quando a saudade chega, podemos sentir angústia, nostalgia, tristeza, solidão, isolamento, depressão.. Ela nos faz pensar em imagens do passado em lembranças que ficaram gravadas dentro de nós, nas emoções vividas e que deixaram suas marcas. A saudade é um registro fiel do passado trazido para o presente. Quando vemos a pessoa querida, falamos ao telefone, vemos sua foto, um vídeo..., ela pode ser substituída pela alegria.


Muitas vezes a saudade chega antecipadamente, antes de acontecer uma separação. É uma saudade do futuro. E é doída também.


A saudade está registrada em textos e poesias e músicas da Língua Portuguesa, mas não é um sentimento exclusivo dos seres humanos. Até os animais sentem saudade. Isto fica muito visível nos cães. Estes deixam de se alimentar e às vezes adoecem quando ficam longe de seus donos por muito tempo.


Trinta de janeiro é o dia da saudade, mas uma saudade antecipada deste ano me fez pesquisar e escreve este texto. Estamos no último mês do ano, e, se remexermos no baú de lembranças de 2007, encontraremos, as saudades ali, gravadas em nosso coração. Impossível apagá-las. Vamos organizá-las por categoria reservando um local para outras que virão. Recorda-las? Sim, sem tristezas. Vamos seguir o caminho para o futuro





















Joio e trigo






Final de ano. Faxina geral. Recordei-me da famosa frase: "Sim, eu empresto."


Quem nunca pronunciou esta frase? Provavelmente todas as pessoas já emprestaram livros, roupas, revistas, ou dinheiro, certas de que estavam fazendo uma boa ação e que o objeto seria devolvido, Muitas vezes isto não acontece. A devolução imediata é rara. Há pessoas que fazem empréstimos e se esquecem de que é preciso fazer a devolução.







Quem nunca perdeu livros por emprestá-los a alguém? Na confiança, não anotou quem os levou. O tempo passou e ficou a dúvida: Quem me pediu emprestado? Eu não marquei! Há a famosa “dor de cabeça”. O empréstimo é um risco. É como assinar um cheque em branco. Quem empresta algo precisa anotar “quando, o quê e para quem”.


Após um empréstimo pode surgir uma inimizade. Há pessoas que não gostam de ser cobradas. Geralmente são as que têm o hábito da procrastinação: “Eu ia devolver, não precisava me cobrar”, ou “Amanhã eu levo à sua casa, eu até deixei separado.” E nada de devolução. Este “amanhã” nunca chega.


Existem aquelas que, depois de muito tempo, batem à nossa porta com o objeto quebrado, amassado ou sujo. Pedem desculpa e solicitam mais um empréstimo. Também as que mudam de endereço e, adeus... Há as que passam adiante o que é nosso. O objeto desaparece e cobrar de quem?


Não são raras as pessoas que não fazem empréstimos. Estão cansadas de ser enganadas. Preferem mentir: “Eu não tenho, já está emprestado, emprestei não sei pra quem, joguei, não sei onde está,” e uma infinidade de outras desculpas. Isto é uma fuga para não dizer um NÃO. Quando não há saída, é melhor despedir-se do objeto que será emprestado, fazer de conta que acredita na devolução e aceitar a idéia do empréstimo como uma doação.


Radicalizar não é a solução, cautela sim. Um dito popular afirma: “O bom não tem estrela na testa”. Na parábola do “joio e do trigo” eles crescem juntos, até que depois de grandes o joio é separado. Quem não faz devoluções é como o joio, pode ser eliminado da lista de empréstimos.


É difícil acreditar que o objeto emprestado não seja visto de vez em quando na casa de quem o levou. Acredito mais num comodismo, numa falta de ação e de compromisso consigo mesmo e com o outro: “Se eu fosse o dono, gostaria que fizessem isso comigo? Tomei emprestado, vou devolver: Vou ser trigo, não aceito ser joio”.


É preciso fazer um parêntese para os distraídos e para os impossibilitados, por razões justificáveis, ninguém está livre destas situações inconvenientes. A estes devemos aceitar as desculpas, afinal a intolerância não fica bem em pessoa alguma.


Louvores aos que são como o trigo, porque honram sua palavra.


Louvores aos que são como o joio, porque nos obrigam sair do egocentrismo, e, se não fossem eles esta crônica não teria sentido.


Terezinha Bordigno



Nascimento













Quando olhamos para uma pessoa idosa, dificilmente imaginamos que ali existiu um bebê, um adolescente, um jovem.




A gestação é apenas uma primeira etapa do nascimento. Fora do útero, nosso corpo continua o processo de nascer. Depois que saímos do ventre de nossa mãe, continuamos nascendo. Nosso corpo vai sendo transformado todos os dias, quer queiramos ou não.


Somos semelhantes a uma planta, que germina dentro da terra de onde retira os nutrientes, depois nasce muito frágil, parece que não vai suportar a chuva, o sol, o vento, mas vai crescendo e atinge a maturidade. Uma frágil planta transforma-se numa árvore forte, bonita, frondosa e inicia outra vez o processo de reprodução, formando novas sementes. O tempo passa, seu tronco continua engrossando, crescendo. Quanto mais velha, maior.


Quando bebês, nossa pele é tenra, delicada, clara, sem mancha. Tornamos-nos crianças, jovens, adultos. Vamos crescendo, cicatrizes vão deixando sua marcas: um corte, uma queimadura, um osso que se quebra, isso faz parte do nascimento físico. Podemos comparar essa mudança física revendo fotos tiradas em anos anteriores. Esse nascimento é progressivo. Nossas experiências vão nascendo e crescendo também. É por isso que quanto mais velha a pessoa, mais experiências acumuladas: esse é o nascimento intelectual.


A mudança intelectual e natural e aceita. É procurada. A mudança do corpo nos incomoda. Gostaríamos de acumular experiências sem acumular mudança física. Gostaríamos de ter o nariz arrebitado, pele lisinha... Isso não acontece: O nariz e as orelhas, partes cartilaginosas de nosso corpo, continuam crescendo, por isso os velhos têm nariz e orelhas grandes. Contrariando o que dizem por aí, orelhas grandes não é sinal de burrice, mas de sabedoria.



Nosso nascimento para a velhice muito nos preocupa. Deveríamos ficar felizes com o nascimento dos cabelos brancos, das orelhas e nariz maiores, da barriga acentuada, do andar lento... Esse nascimento, um dia terminará. Enquanto isso desfrutemos sabiamente cada segundo de nossa vida...


Terezinha Bordignon



















Nossa casa


Certa vez ouvi uma comparação de nossa casa com nossa mente.


Numa explicação leiga, em nossa mente, o inconsciente é a parte onde raramente temos acesso, mas é vital; o subconsciente é uma parte que temos pouco acesso e o consciente é onde vivemos.


Em nossa casa fazemos a mesma divisão com os objetos que guardamos. Há aquele que ficam armazenados e que raramente usamos, de vez em quando nos lembramos que existem, não conseguimos nos desfazer deles, eles permanecem guardados, escondidos, não dependemos deles no dia a dia: são as lembranças, fotos antigas, objetos herdados, roupas e brinquedos da infância, representam o inconsciente. Também estão armazenados os objetos de utilidade, porém não são usados com freqüência, por exemplo: uma roupa de festa, uma mala de viagem, um livro, um aparelho de jantar, uma bandeja de prata..., são semelhantes ao subconsciente e por fim, os objetos de uso constante, que estão a nossa disposição para qualquer hora, como cama, sofá, televisão, geladeira, arranjos, revistas, tapetes..., o nosso consciente.


Por causa desta comparação é que decidi escrever este texto. Os objetos que são comparados ao nosso inconsciente, aparentemente sem muita utilidade, são os mais valiosos. Existe uma razão para eles estarem ali, escondidos, jogá-los seria uma grande dor. Eles nos recordam momentos de plena alegria vividos com pessoas que passaram em nossa vida. Elas deixaram um vazio, e este vazio é preenchido com algo que as recorde. Não importa se os objetos estão velhos, quebrados, amassados, rasgados, fora de moda... Têm um valor incalculável, são únicos. Uma perda seria algo irreparável. Alguém pode até considerá-los lixo, mas para o possuidor são verdadeiros tesouros.









Tudo isso me faz recordar objetos que guardo com carinho. Raramente são vistos, estão dentro de envelopes, de pequenas caixas. Dentre eles, um em especial que não sei como resistiu até hoje, é da época em que eu estudava a segunda série do curso primário. Está bem conservado. Eu o recebi de uma colega de sala. Nunca mais a vi. Não sei onde mora, se ainda vive, se está casada, se mora numa capital, ou quem sabe, mora em alguma cidade do interior como eu. Recordo-me de poucos colegas daquela época e tenho certeza de que não me esqueci desta amiga porque um dia me entregou uma lembrança com seu nome e um pedido. Seus cabelos eram longos lisos e usava tranças. Estudava na Água da Areia, Município de Munhoz de Melo, PR. Chamava-se Natalina Cândida da Silva. Creio que ela não saiba quem sou. No blog uso nome de casada.
Amiga, que bom que guardei esta lembrança. Nada sei da sua vida, mas não me esqueci de você conforme me pediu. Abraços e beijos e até um dia...


Ah, estava me esquecendo de dizer, se nossa casa pode ser comparada a nossa mente, é bom que ela não fique desorganizada, principalmente a minha, pode ser que alguém que leu este texto venha me visitar, e aí como me justificar?


Terezinha Bordignon


Publicado por terezinha bordignon



Bom dia








Quando passamos por em um lugarejo ou vemos alguma fotografia de um local que parece que está fora do mapa, ficamos indignados: Como pode existir pessoas que conseguem morar tão isoladas? Notamos alguns casebres, poucas pessoas, simplicidade. Outras vezes, nós, das cidades menores, fazemos uma viagem e passamos por alguma metrópole. O sentimento que nos invade é de susto: Quanto barulho! Que trânsito intenso! Quantas pessoas apressadas! Quantas casas tão próximas umas da outras! Que cheiro ruim! Que fumaça! O ambiente é desconhecido, ficamos perdidos, sem saber para que lado olhar.




Os seres humanos e os animais adaptam-se ao lugar onde moram. Quanto mais velha uma pessoa, maior sua dificuldade de adaptação, porque já criou raízes. Acho que já o meu caso. Para os jovens isto é muito mais fácil. Moro há mais de quarenta anos numa cidade do interior do Paraná, chama-se Alto Piquiri. Gosto daqui. Você pode se perguntar: Qual a vantagem em morar numa cidadezinha como Alto Piquiri? E eu repondo: Muitas. Aqui é um lugar oposto aos grandes centros. Não temos barulho de transito, buzinas, burburinhos, fumaça de fábricas, cheiro ruim, pessoas apressadas, fazendo seu almoço na rua. .. Em Alto Piquiri, se compararmos com uma cidade de maior porte, tudo fica muito próximo: a padaria, o supermercado, a igreja, a farmácia, o correio, as casas dos parentes e amigos. E isto é excelente. Não se perde tempo com espera em pontos de ônibus, no transito lento ou no engarrafamento.


Já encontrei pessoas que pensavam que os moradores daqui viviam isolados e alheios ao que se passa no mundo. Engano: Apesar de grande parte de sua população ser muito pobre, as antenas parabólicas estão em praticamente todas as residências. Revistas e jornais chegam com atraso, mas chegam. As pessoas daqui assistem aos mesmos noticiários e novelas das capitais. Elas também usam cartão de crédito, telefone, Internet, estudam faculdade... Qual a diferença entre esta cidadezinha e uma cidade maior?


Penso que a maior diferença está nos seus habitantes. Como todos estão perto de todos, as pessoas se conhecem. As amizades são antigas. Quando se cruzam nas calçadas, sorriem umas para as outras e cumprimentam-se com um caloroso bom-dia ou boa-tarde. Este hábito de se cumprimentarem nas ruas acaba gerando novas amizades. Uma pessoa sabe onde a outra mora, sabe o nome, o sobrenome, o telefone, conhece a família. Estranho é passar uma pessoa e não dizer uma saudação, a conclusão é: Veio de outra cidade e ainda não se adaptou aos costumes locais.


À noite, os jovens têm seu ponto de encontro: A poucas lanchonetes e o calçadão .É claro que aqui não existem teatros, cinemas, shopping centers, mas quem se importa com isso quando existe muito calor humano?


Desta cidade já saíram muitos médico, engenheiros, professores, agrônomos, veterinários e tantas outras profissões honrosas, sem falar na pessoa que se tornou um construtor, fazendeiro, microempresário..., nem que para tal feito, tenha exigido uma separação da família para trabalhar num outro país. Depois acontece o regresso. Quem bebe de nossa água sempre volta.


Em Alto Piquiri é necessário tomar cuidado com duas coisas para que tudo fique em paz: A primeira delas é nunca criticar a política local, existem os que são “mocotó” e os que são “tiririca”. Você pode estar criticando o partido da pessoa com quem você fala e aí pode gerar uma inimizade. A segunda coisa que você também não pode fazer é falar mal de uma pessoa para outra. A pessoa que está ao seu lado, provavelmente é parente de quem você fala mal. Mesmo assim umas conversinhas aqui, outra lá acabam gerando alguma fofoca, mas nada que não possa contornar. Isto é até saudável.


Diariamente recebemos visitantes dos arredores: são as maritacas, os joão-de-barro, os tucanos, as tesourinhas e os bem-te-vis, todos os dias nos homenageiam quando cantam: “piquiri, piquiri, piquiri”.

Por estas e por muitas outras razões é que vale a pena viver nesta aconchegante cidadezinha. Bom-dia!


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DECÁLOGO DO BOM-DIA





I- Os povos latinos saúdam: “Bom-dia!”


II- Os ingleses: “Como passa o senhor?”


III- Os norte-americanos: “Como vai o senhos?”


IV- Os turcos: “Deus o abençoe!”


V- Os árabes: “Desejo-lhe uma bela manhã!”


VI- Os chineses: “Já comeu o seu arroz”


VII- Os gregos: “Como vão seus negócios?”


VIII- Os egípcios: “Como respira o senhor?”


IX- Os holandeses: “Como vai de viagem?”

X- Os russos: “Felicidades é o que lhe desejo



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Mocotó



MOCOTÓ







Vinte e cinco de Julho é dia do aniversário do Município de Alto Piquiri. Pensei em escrever brevemente sua história, mas eu teria que pesquisar, aí mudei de idéia. Decidi escrever sobre o mocotó. Por causa da política, não vou entrar em detalhes, apenas que, como em qualquer cidade do interior, dois partidos disputam voto por voto as eleiçõe: são denominados popularmente por "Mocotó" e "Tiririca". A disputa fica acirrada, e as pessoas, muitas vezes, olham-se com uma certa rivalidade, que após às eleições ficam adormecidas até a próxima campanha política. É um assunto complicado que já causou muita discórdia, e não é este meu objetivo. Vou falar do mocotó de boi, para quem não sabe o significado, é o pé do boi, no sentido literal. No município há muitas fazendas de criação de gado para o abate, o que acontece num frigorífico local, propriedade do Prefeito Municipal.


O mocotó de boi tornou-se uma iguaria local muito apreciada. As pessoas de baixa renda o procuram nos mercados por ser de ótimo sabor, alto valor nutritivo e barato. Pelas mesmas razões, o caldo de mocotó também é servido em bares e na feira local. Durante as campanhas políticas é servido em reuniões populares.


Outra forma muito boa de se apreciar o mocotó é, principalmente no inverno, servindo um caldo bem temperado para reunir os amigos e celebrar a fraternidade. O interessante é que essas reuniões também recebem o nome de mocotó. Por exemplo: quando alguém quer convidar um amigo para uma dessas reuniões diz: - Vamos no mocotó hoje à noite na casa do fulano de tal?


É igualmente saborosa a geléia feita do mocotó, não aquela industrializada, mas a caseira, vendida de porta em porta, nos mercados e na feira-livre.


Faça o uso das RECEITAS DE MOCOTÓ e não se esqueça de convidar os amigos para saborearem juntos essas delícias.



Se um dia, você visitar esta cidade, não perca tempo, aprecie este prato local e coma de nossa geléia, você não vai se arrepender. Pela seu alto valor nutritivo, seu sabor exótico e seu preço popular, o mocotó bem que poderia ser considerado o prato típico de Alto Piquiri.







Publicado por terezinha bordignon



Invasão








Eu não podia deixar de escrever este fato. Aconteceu na última quinta-feira (12 de abril de 2007) nos Município de Alto Piquiri e de Brasilândia do Sul. Pode ter se repetido em outros locais vizinhos a estes municípios, porém não é de meu conhecimento. Não citarei nenhum nome para não constranger ninguém, já que não tem investigação científica e baseia-se em relatos.


Havia chovido à tarde, mas no início da noite a chuva parou. A noite chegou. Nas ruas as luzes se acenderam. Tudo ainda estava úmido e o céu estava encoberto por nuvens baixas. Mesmo assim as pessoas se animaram para comprar verduras e alimentos na feira dos produtores rurais que é montada uma vez por semana entre a praça pública e a Igreja Católica. Nas ruas pessoas que voltavam para casa, estudantes atrasados indo para a escola, pessoas nos bares e jovens chegando para o habitual encontro no calçadão da avenida principal, em frente às lanchonetes. Nas casas pessoas terminado seu jantar.


O Telefone tocou. Ela atendeu. Era uma amiga dizendo que saísse de dentro de casa, que fosse para o quintal e olhasse para o céu. A amiga que ligou acabara de chegar da feira onde com outras pessoas havia visto aquele fenômeno: Luzes no céu, que davam a impressão de que estavam sobre o estádio de futebol. Recomendou que apagasse as luzes da casa e que se escondesse atrás de uma árvore ou coluna se por acaso alguma lâmpada de poste atrapalhasse a visão.







Muito curiosa Ela saiu ao quintal, procurou um bom local e avistou o fato extraordinário. Do lugar escuro, viu a novidade: No céu, apesar de nublado, enxergou na direção descrita um grande circulo de luz, não muito claro. O círculo aumentava e diminuía de tamanho. Também emitia raios muito longos e estes raios giravam. Imediatamente argumentou consigo mesma: “Quem afirma ter visto discos voadores teriam visto algo semelhante? Seria aquele circulo enorme um disco voador?” Como estava escuro, a imagem não era nítida, parecia ser algo grandioso. No momento não existia uma explicação. Imediatamente deu alguns telefonemas avisando outras pessoas. Essas pessoas se juntaram a Ela e ficaram observando. Muitas opiniões: “Parece luz de boate. É uma luz de carro. É um holofote aceso no estádio de futebol. É uma luz sinalizando para o avião da usina de álcool que trabalha a todo vapor. Disco voador não é. É um disco voador, ... ”











Enquanto isso, nas ruas e nas casas as pessoas se telefonavam, ligaram até para o Padre. Por todos os lugares havia curiosidade, especulações, suposições, medo: “Chegou o fim do mundo! É uma invasão de extra-terrestre! Isto vai trazer doenças! Isto é um balão! É uma luz que vem do interior da Terra! Todo mundo vai morrer hoje! Isto é um sinal de Deus, que usou um círculo simbolizando um abraço, para que as pessoas entendam que precisam se unir, Deus está pedindo paz! ...” Nas casas houve quem se recolheu para rezar, quem se ajoelhou e pediu perdão dos pecados, quem chorou, criança que se escondeu embaixo da cama. Outras pessoas afirmaram tratar-se de uma luz de refletor! ... Vários corajosos foram de carro até o estádio e não viram nada, as luzes estavam apagadas, não acontecia nenhum jogo. Nas ruas principais muitas pessoas. Quem soube o que estava acontecendo deu um jeito de olhar para o céu.











O espetáculo não se limitou ao estádio de futebol. Num clube local, alguns sócios estavam reunidos e alguém recebeu um telefonema: Havia luzes numa fazenda da região. Entenderam que a fazenda estava sendo invadida por ladrões e que as luzes seriam do carro da polícia. Imediatamente foram para a fazenda e voltaram rindo por não encontrarem nada que justificasse a notícia.


No Município de Brasilândia do Sul parece que muita gente também ficou assustada e até os policiais foram comunicados.


As luzes continuaram no local, não sei até que horas da noite. Não aterrissou nenhuma nave espacial. Ninguém teve a felicidade ou infelicidade de ver um extra-terrestre. Para alívio geral, o mundo não acabou, não aconteceu o armagedon. As pessoas se recolheram. Penso algumas não tiveram uma noite muito tranqüila. Alguém que se levantava de madrugada para trabalhar numa cidade da região faltou ao serviço afirmando que as luzes eram um sinal da proximidade do fim do mundo.


No dia seguinte chegou a explicação: No Município de Iporã, distante aproximadamente vinte quilômetros em linha reta, aconteceu na noite anterior um rodeio de peão boiadeiro. Para que o espetáculo fosse mais atraente e fosse freqüentado por muitos expectadores, foi usado um potente canhão luminoso. Eram luzes que giravam. Somadas às condições climáticas, provocaram o fenômeno que conseguiu atrair a curiosidade e também assustar grande número de habitantes da região. Vejam como um acontecimento físico pode sugerir algo inexplicável.


Terezinha Bordignon












Publicado por terezinha bordigno n



Troféu mais você





A televisão é o meio mais poderoso inventado pelo homem para divulgar uma mensagem ao maior número possível de pessoas, de todas as classes sociais. Proporciona lazer e informação a toda sociedade. E dentro de casa, por isso mesmo tem poder para influenciar comportamentos, mudar hábitos, educar, informar, divertir, emocionar, gerar mudanças. Também pode oprimir, desvirtuar, dominar, direcionar, manipular a opinião do público. Todos sabemos disso.


Não sou uma daquelas pessoas habituadas a muitas horas de televisão todos os dias. Assisto a poucos programas, mas tenho o hábito de me levantar e ligar a TV na Globo, no noticiário da manhã, para me inteirar dos acontecimentos. Às vezes vejo uma parte do programa Mais Você, da Ana Maria Braga, pessoa que muito admiro pela alegria, determinação e fé.


No dia 29 de dezembro, levantei-me e fiz o ritual de sempre. A apresentadora entregava o troféu Mais Você às pessoas que se destacaram no ano 2006. Não vi todo o programa porque tive que sair, porém assisti à parte em que Roberto Carlos de Souza recebia o troféu por ter resgatado o bebê que foi jogado pela mãe, na lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Nada tenho contra esse senhor, penso que mereceu o prêmio, porque salvou a vida de um ser completamente indefeso. Ele estava lá e foi chamado para socorrer a vítima e assim o fez.


Após este cidadão receber o merecido prêmio fiquei o dia todo indignada, pensando no que vi e me indagando: E o casal de namorados que primeiro viu que algo estranho acontecia e pediu ajuda? Eles pensavam tratar-se de um animal e foram pedir ajuda para que não morresse afogado, sem saber que era um bebê. Se valorizaram o que pensavam ser um gato, imaginem o quanto não se espantaram quando viram que era um bebê? Imagine se eles não tivessem feito nada por pensarem que se travava de um animal? Será que não mereciam receber o troféu também? Não são réus que mata e quem manda matar? Por que não são heróis quem salva e quem manda salvar? Penso que o troféu, neste caso, deveria ser para quem encontrou o bebê e para quem o retirou da água.


Recordo-me que assim que o caso aconteceu, Roberto Carlos deu entrevistas, transformou-se num herói nacional, e é um herói, não o nego. O que não vi foi reconhecimento para o casal que fez o achado. Não tem sentido um time vencer um campeonato e só um jogador subir no pódio. Acredito na Providência Divina. Deus, certamente usou esses dois jovens como instrumentos, para que se concretizasse o resgate. Meu reconhecimento a José da Cruz Neto e Vera Lúcia França. Vocês também são heróis. Para Vocês um troféu Mais Você imaginário.

Pense sobre isso...



Publicado por terezinha bordignon



Um blog









Há tempos procurava algo com que me identificasse. Tive a idéia de passar adiante coisas que vivencio e aprendo, como também alguma experiência de professora, de sala de aula mesmo. Pensei muito, mas não sabia como. Surgiu uma luz. Por que não um blog? Mas como? Blog é para jovem! – pensei. Juntando muita curiosidade e cinco minutos de explicação de meu afilhado, iniciei sua criação. Consegui o primeiro blog, que não deu certo. Aproveitando os arquivos e aprendendo com os próprios erros, surgiu o Sala de Aula. Gostei.


Está direcionado aos professores de Língua Portuguesa e Ensino Religioso Interconfessional que buscam diversificar suas aulas e não têm muito tempo para isso. Também pretende facilitar o preparo de aulas para os professores iniciantes, talvez ainda um pouco inseguros. O Blog não tem compromisso com seqüência de conteúdos, outros blogs já fazem isso. Como gosto de fotografia, pintura, artesanato e culinária..., decidi publicar sobre isto também, penso que assim não fica cansativo para o visitante nem para mim.


Não sou escritora. Pode ser que você conheça muitos dos textos publicados, o que não significa que devem ser descartados. Muitos deles são aulas que preparei durante minha vida profissional, claro que fiz uma adequação, ilustrando-os com fotos. Analise, você tem a opção de escolher. Além do mais, estão aí, prontinhos. O trabalho de preparar as aulas exige silêncio, abstração, mas na maioria das vezes é feito, no local de trabalho, no barulho: sirenes, barulho de crianças, um colega que chega ou sai da sala dos professores, um funcionário colando um recado, ou que realiza a limpeza na hora que você está mais inspirado, e adeus concentração. Utilize algumas aulas prontas, é só imprimir e adaptar à sua maneira. Desconsidere o que não lhe for útil e diminua o tempo gasto na preparação das aulas.


Já me disseram que eu não ganho nada publicando blog, mas todo professor sabe que quem ensina, não perde nada. Ao contrário, ganha experiência, atualiza-se, revê. Pretendo publicar novas postagens todos os meses. Não pense que é fácil. Pode ser que com o tempo eu me canse de publicar este blog. Mesmo que isso aconteça, já valeu a pena, pois sei que pude ser útil a alguém.


Terezinha Bordignon


Crônica do bebê








Quando nasce uma criança, diversas pessoas querem contribuir com o bem-estar da mãe e do bebê, principalmente com sugestões. Surgem palpites e opiniões a toda hora. Cada visita de amigo, cada parente, até os menos chegados acham-se no dever de sugerir, alertar, opinar, aconselhar e receitar. Muitos destes conselhos podem ser aceitos, principalmente se a mãe for “marinheiro de primeira viagem”, porém o que acontece é que geralmente, de tanto ouvir, a mãe acaba ficando sem saber que comportamento adotar, ainda mais quando surgem frases como estas abaixo:
- Se o bebê for uma menina, a mãe deve guardar quarenta dias de dieta, se for menino quarenta e um dias;
- Antes do batizado, só a futura madrinha poderá cortar suas unhas;
- O leite está fraco e não sustenta o nenê;
- Quando o bebê trocar o dia pela noite, a mãe deve pôr o bebê para dormir com a cabeça virada para os pés da c
ama, ou enrolar a criança numa cueca usada;
- Para a criança ficar mansinha, deve dormir embaixo do berço;
- Não se deve beijar a criancinha para não lhe dar brotoeja;
- O banho de picão cura tiriça (hicterícia);
- Não se deve passar o recém-nascido pela janela para ele não se tornar um ladrão;
- O futuro da criança depende totalmente do seu umbigo. Quando o umbigo do bebê cair, deve ser dado para uma vaca comer, pois a criança terá sorte e será fazendeira quando adulta; Se for enterrado no pé de uma roseira, a criança será um adulto bonito, ou ainda, se o umbigo for enterrado na cidade, a criança crescerá e nunca mudará daquele lugar;
- Para acabar com soluço, a mãe deve colocar na testa da criança pelinhos de cobertor, ou de uma fralda molhados na saliva, ou então uma linha vermelha.
- Quando o nenê arrota mal, fica com soluço;
- Se o bebezinho chorar muito, pode ser quebranto, a criança deve ser levada à benzedeira;
- Teste para saber se a criança está com quebranto: num prato raso colocar partes iguais de água e óleo. Se o óleo misturar com a água, pode levar à benzedeira;
- Também deve ser levada à benzeira quando estiver com vento virado;
- Uma mulher menstruada não deve visitar um recém-nascido para não roubar o leite da mãe.
- Para o bebê ficar durinho, deve ser socado (erguido e baixado) no pilão por três vezes;
- Quando o nenê demora para falar, a mãe deve rodear o pilão três vezes e em seguida erguer e baixar a criança no pilão também três vezes, dizendo seu nome.
- Receita para lombriga: Num copo americano cheio de água, colocar três brasas, benzer com um ramo de losna fazendo três cruzes e a seguir, dar três colherinhas da borra para a criança beber;
- Receita para deixar a chupeta: Comprar três chupetas, uma para cada semana. Na primeira semana a mãe deve enterrar a primeira chupeta no primeiro formigueiro que encontrar. Na segunda semana enterrar no segundo formigueiro. Na terceira semana, deve desenterrar a primeira e a segunda chupetas e enterrá-las junto com a terceira chupeta, no terceiro formigueiro que encontrar. Fato verídico, comprovado por uma amiga que fez a experiência com seu filho;
- Receita para cortar o medo de andar: Deve ser feito em duas pessoas. Enrolar três ramas de batata doce no pé direito da criança, deixando um pedaço sem enrolar. Uma pessoa faz a criança andar e outra, com um machado, corta três vezes a rama de batata. A pessoa que corta pergunta: - O que eu corto? A que segura o bebê responde: O medo do(a) (diz o nome da criança). A que está com machado, corta a rama, dizendo para cada vez que corta uma frase: Corto na cabeça, corto no meio, corto no rabo.Após ouvir estas e outras frases e receitas, a mãe, coitada, ou fica maluca ou fica surda. O problema é que se a mãe se deixa levar pelas sugestões, futuramente estará fazendo a mesma coisa: partilhando esses conselhos com outras mães; não ouvir, pode ser pior; as boas experiências adquiridas por outras mães, não lhe servem para nada. O importante é ler muito, pesquisar e separar a verdade da superstição ou da má informação. Na dúvida, uma consulta médica é uma boa solução.
T.B.

Barulho de carroça


Há pessoas com quem convivemos diariamente, temos uma amizade sólida, que são compenetradas, sérias e que dificilmente esboçam um sorriso. Outras são expansivas, alegres, barulhentas, engraçaçadas e quando chegam a algum local não passam despercebidas. São as que sempre estão de bem com a vida, que, como diz o dito popular, "fazem do limão uma limonada".

O brasileiro, por natureza é uma pessoa alegre e manifesta isso no sorriso aberto, no toque, na fala, no jeito de viver. A maior parte dessas pessoas, mesmo enfrentando situações difíceis como problemas financeiros ou familiares, doenças ou qualquer outra dificuldade, encara a vida com alegria. Conforme afirmam os críticos, elas têm o famoso "jeitinho brasileiro de ser", que alguns criticam por querer levar vantagem em tudo, mas que tem seu lado positivo quando se tira vantagem sem prejudicar ninguém.

Uma pessoa que age contrariamente a esse modo de ser da maioria, pode receber críticas. Todos podemos ser, em algum momento, uma pessoa chata, popularmente conhecida por "espalha roda", mas quando alguém quer impor seu pensamento e não se importa em ferir moralmente outra pessoa, quando apresenta um comportamento egoísta, inflexível, contestador por motivos aparentemente fúteis, então, para elas cabe uma frase, que meu genro Eduardo sempre repete aqui em casa e sempre achamos graça e rimos muitos: "Tem gente que tem barulho de carroça na cabeça"!

Todos temos o direito de expressar o que pensamos e nosso comportamento reflete nosso estado de espírito, mas precisamos ficar alerta: podemos estar com "barulho de carroça na cabeça", incomodando outras pessoas, sem nos dar conta disso. A conscientização nos leva a uma mudança de postura.


T. Bordignon

3 de janeiro de 2010


Tatuagem



Tatuagem: um tema polêmico. Há os que são a favor e os que são contra a tatuagem.
A pessoa que decide fazer uma tatuagem, pode passar por situações diversas: ser elogiada por admiradores ou criticada por quem não compartilha do mesmo pensamento, sofrer discriminação no trabalho, ser julgada como perigosa, reprovada em exames médicos quando aprovada em concursos e outras situações...
Antes de se fazer uma tatuagem é preciso refletir. É importante visualizar-se no futuro e indagar-se: Daqui a alguns anos terei a mesma opinião ou mudarei minha forma de pensar? Não estarei cansado desse desenho que escolhi? A decisão para algumas pessoas não deve ser fácil, mas o desejo de ser diferente, de atrair a atenção, de imitar um ídolo, uma tendência, ou mesmo de transgredir precisa ser maior. Escolher uma imagem bem elaborada e um tatuador responsável, que tome todas cuidados necessários de higiene são imprescindíveis.
Para quem ainda é jovem, ou para quem está em dúvida, uma tatuagem de rena pode satisfazer o ego, e ainda oportuniza variação do tema. Quando uma imagem desbota, é só escolher outra. Mas, se decidir por uma tatuagem definitiva, faça algo que não o prejudique. Não é necessário uma grande pesquisa para constatar casos de pessoas que agiram mais com o coração que com a razão: no auge da paixão, tatuaram o nome da pessoa amada. Com o passar do tempo o relacionamento desgastou-se, veio a separação e a tatuagem ficou.
Antes de optar por uma tatuagem, pense. Nunca aja sob impulso para não se arrepender depois.




Meu Conto de Natal

Tenho o hábito de guardar meus desenhos. Ainda bem, assim posso contar um fato curioso sobre um desenho e mostrá-lo para você.
No final de 1993, decidi fazer um desenho que sugerisse o Natal. Eu o iniciei sem ter uma idéia clara do que eu queria. Deixe-me guiar pela inspiração. Aos poucos o desenho foi surgindo. Como era final do ano, a maioria dos alunos já estava aprovada para a série seguinte e apenas alguns se viam na difícil obrigação de comparecer assiduamente. Nessa época sempre sobra um tempinho para um rabisco enquanto eles fazem alguma atividade. Foi o que fiz: peguei meu desenho, que já estava praticamente concluído e com o maior cuidado fazia os últimos traços com caneta esferográfica.
O meu desenho tinha a intenção de mostrar o Natal na chama de uma vela que se ligava a um coração. Este coração era formado por dois pombinhos segurando uma flor no bico, ao mesmo tempo estes pombinhos lembravam José e Maria, de mãos postas, adorando o Menino Jesus, que desenhei perto das cabeças dos pombinhos. O menino Jesus eu o enxergava sobre uma cabeça humana, de cabelos longos e enfeitada nas laterais. Desse enfeite nascia a cauda de um cometa, onde aparecia o ano. 1993, o cometa subia até perto da chama da vela. Na parte inferior do desenho, raízes expostas, um tronco que subia até os pés do Menino Jesus. Na lateral, um braço apoiado sobre o tronco e as raízes. Sobre a mão uma árvore seca com raízes expostas também.

Era isso que eu via. Os poucos alunos que faziam a atividade da aula observavam silenciosamente, até que um se manifestou: - Professora, que bicho é esse? É um dragão? – Eu me justifiquei, mas o aluno insistiu na idéia, disse que via apenas um bicho muito feio, com chifres e uma enorme cauda, soltando fogo pela boca. Fiquei perplexa, como ele via algo tão feio onde eu via algo belo? Para encurtar a conversa, meu aluno tinha um ponto de vista totalmente diferente do meu. Eu girei o papel e pude ver que ele estava certo. Eu também vi o dragão. Veja-o você também!

Quinze anos depois, mexendo nos meus desenhos eu me lembrei do ocorrido e relacionei o fato daquele dia ao Natal. Vivemos uma época propícia para mudar nosso ponto de vista e nossas atitudes, época para abrir o coração e sair do egoísmo, da comodidade do nosso lugar. É tempo de solidariedade e de amor, de gestos benevolentes, de se colocar no lugar do próximo e ver suas necessidades. Um simples gesto pode fazer uma grande diferença na vida de alguém. Há pessoas esperando um pouquinho de nós, pode ser um abraço, um brinquedo usado, um quilo de alimento, uma palavra amiga. A caridade é a verdadeira face do amor. É imprescindível fazer algo em prol da humanidade. Se de onde estamos não conseguimos enxergar o que o outro precisa, é preciso ir até onde ele se encontra e fazer algo para amenizar as dificuldades das pessoas. Mas isso não se faz, se não acontecer um impacto, uma ruptura consigo mesmo.
O Natal requer uma mudança de postura para surgir uma renovação primeiro em nós. Essa renovação deve ser transmitida às demais pessoas. Que este Natal não seja apenas a passagem de mais uma data festiva entre tantas outras, mas a escolha de atitudes certas para conosco e para com o próximo.
Feliz Natal.


Coisa de Criança

Confesso que atualmente ando muito ocupada e não tenho me dedicado ao Blog, mas para esta postagem eu dei um jeito de arranjar um tempinho. A Ro, do Blog Na casa da Vovó, inventou um meme em homenagem ao “Dia da Criança” chamado “Coisa de Criança”. Eu achei a idéia ótima, gostei muito do texto que ela escreveu.


As regras do meme são as seguintes:
Colocar o link de quem lhe indicou para a brincadeira;
Escrever um texto sobre alguma lembrança de sua infância;
Postar o selinho do meme dentro do artigo;
Se possível, colocar uma foto de quando era criança ou adolescente;

Chamar cinco amigos ou mais para brincar também.



Tenho muitas lembranças do meu tempo de criança; boas e ruins.
Recordo-me do dia em que fui à venda com uma amiga. Ela foi comprar lingüiça e eu, farinha de mandioca. Na volta ela teve a idéia de comer lingüiça com farinha de mandioca. Que delícia!
E aquele dia em que minha mãe cozinhou batatinhas com casca para fazer salada? Ela me mandou descascá-las. Nossa, senti vontade de comer uma batatinha, mas fiquei com medo de minha mãe perceber e me dar uma bronca, afinal as batatinhas eram a mistura do almoço. O que fiz então? Arrumei uma solução genial: dar uma mordida em cada uma delas, assim elas ficariam inteiras, quer dizer, quase inteiras. “Desse jeito mamãe nem vai notar”! Puro engano. Ela notou. Você é capaz de imaginar o que aconteceu? Não, eu não apanhei, mas ouvi um sermão daqueles...
Lembro-me das noites que minha mãe quase não dormia, porque a bronquite me sufocava. Eu respirava com dificuldade. Doía o peito de tanta força que eu fazia. Que falta de ar! Nesse tempo não se ouvia falar em anti-alérgicos ou bombinhas. Eu tomava um comprimido chamado “Filinasma”. No outro dia eu sentia a reação, meu coração estava acelerado.
Outra lembrança ruim é a de ir para a escola sozinha, cruzar os carreadores dos cafezais, morrendo de medo.
Mas, de todas as lembranças que tenho, uma já me fez rir muito. Não tem jeito, eu sempre acho graça. É como aquela pessoa que conta sempre a mesma piada e todas as vezes ri, como se fosse a primeira vez.
Sou a filha mais velha de cinco irmãos. Só uma irmã, a quarta pela ordem. Tenho nove anos a mais que ela. Morávamos num sítio. Nossa casa ficava numa parte mais elevada e há uns 200 metros, perto de um riacho, havia uma colônia, onde moravam as famílias dos trabalhadores.
Um dia minha mãe foi até à casa de um desses colonos e me deixou tomando conta dos irmãos mais novos. Fiquei encarregada de cuidar de minha irmã, que tinha aproximadamente um ano. Naquele tempo não havia a facilidade das fraldas descartáveis. Vejam só que azar o meu. Minha irmã, que estava dentro de uma caixa de madeira (Não havia chiqueirinho), decidiu encher um pijama de flanela, que por precaução, tinha um elástico na perna. Não era nada seguro. O cocô começou a escapar. Eu fiquei apavorada: “E agora?”. Comecei a gritar para que minha mãe viesse fazer a faxina. Ela estava conversando e não tinha pressa. Foi aí que a situação piorou: minha irmã decidiu passar a mão no cocô e levar à boca. Como criança é sempre expontânea, comecei a gritar para toda a colônia ouvir: “Mããããe, vem logo, a Nenêm tá comendo bosta!”
Paro por aqui.


Não vou indicar nenhum blog. Convido a todos que passarem por aqui e gostarem da idéia, que a divulguem. Tenho certeza de muitas histórias divertidas e originais que estão guardadas poderiam se tornar excelentes posts.

11 de setembro de 2008


Sonhos



Não é comum eu me recordar dos sonhos que tenho à noite, mas quando me recordo de algum fico preocupada, pois ele provavelmente acontecerá após dois ou três dias.

Tenho lembranças de vários sonhos, principalmente de acidentes com pessoas da família, amigos ou conhecidos. Um desses foi com um sobrinho. Coincidência ou não, ele sofreu um acidente e teve um grave traumatismo craniano, por sorte se recuperou. Sonhei com um irmão. Vi seu rosto num carvão. Liguei para ele e disse que estava angustiada. Pedi para que não viajasse nos próximos dias, pois poderia sofrer algum acidente. Ele me tranqüilizou dizendo para que eu não me preocupasse com isso, pois ele já tinha sofrido o acidente naquela semana estava se recuperando bem. Outra vez, acordada, vi um acidente, com muitas pessoas caindo. No dia seguinte meu esposo retornou sem concluir a viagem que faria ao Rio Grande do Sul. O ônibus em que viajava havia capotado. Estes são apenas alguns dos sonhos de minha enorme lista.

Naquele sábado de manhã chovia. Meu esposo me perguntou se iríamos mesmo a uma cidade vizinha, cerca de 40 quilômetros, fazer compras. Respondi que sim, mas que dirigisse com cuidado, porque eu havia sonhado à noite e estava apreensiva. – Penso que vai acontecer algo grandioso e ruim – disse-lhe – Vi uma enorme explosão no céu.

Optamos pelas compras. Retornamos sãos e salvos.

Na semana seguinte aconteceu o atentado de 11 de setembro. A explosão que eu tinha visto em sonho era semelhante à explosão ocorrida quando o avião foi lançado contra a segunda Torre.

Pode ser que o sonho tenha sido mera coincidência, mas que coincidência!



Opinião

Somos únicos, portanto, diferentes uns dos outros na aparência física, na cultura, no psicológico
Temos opiniões diversas e essas divergências podem contribuir para enriquecer o conhecimento de outras pessoas ou pode gerar atritos. Teremos um bom relacionamento se formos tolerantes e respeitarmos as opiniões e atitudes que divergem de nossa forma de pensar. Caso contrário, poderemos nos envolver em discussões ou brigas.
Outro ponto importante é não se deixar levar pelas opiniões alheias. Isso não significa que nunca se deve mudar o ponto de vista. Quando um erro é constatado a mudança deve acontecer. Não é recomendável fazer como a personagem principal da fábula, que tentou agradar a todos e não conseguiu.
Cada pessoa tem seu ponto de vista. A criança, desde cedo sabe o que quer, O adolescente escolhe se quer o cabelo curto ou longo, a roupa e o calçado que vai usar, os filmes e programas de TV que gosta. Outras vezes pode até querer algo perigoso: correr de bicicleta, dirigir automóvel, exagerar na alimentação, tomar muito refrigerante...
Há pessoas que acham que só sua opinião tem valor, só ela é a certa. Querem que as outras pessoas façam só o que elas querem que façam. Costumam intrometerem-se em tudo. Sempre criticam, são as palpiteiras. Querem que o mundo se modele a elas. Arrumam desculpas para terem o que falar.
É muito comum encontrar alguém que quer impor sua opinião. Por exemplo: numa escolha de uniforme escolar, por voto, sempre acontece de alguém que não votou como a maioria, fazer muito barulho para ganhar no grito, desrespeitando os vencedores, ou num jogo, querer passar por cima das regras... Isso também acontece com adultos, talvez porque não foram educados para isso.
O que é bom para uma pessoa pode não ser para outra. É essencial saber respeitar as escolhas, bem como não se deixar influenciar e cometer erros só para agradar quem discorda de nós.
Terezinha Bordignon


Árvore da Felicidade



Recebi este mimo da Ro do Blog Na casa da Vovó. Isto me trás à lembrança a história de algumas árvores, especialmente as do sítio em que morei quando criança, onde fui muito feliz.
Uma delas era uma árvore seca, cujo troco era enorme, mas de tão antiga tinhas poucos galhos remanescentes de sua copa. Ficava num carreador de uma lavoura de café, há uns 150 metros de casa. Naquela época criança não tinha malícia, e nós a chamávamos de “pausão”. Ela era um ponto de referência. Quando meu pai trabalhava na lavoura nós íamos levar seu almoço ou o café da tarde perguntávamos a nossa mãe se ele estava trabalhando antes ou depois do pausão. Às vezes nosso pai ia a cavalo, fazer compra na venda ou no patrimônio mais próximo, e nós ficávamos olhando até que ele apontasse no carreador. Nós íamos até o pausão para encontrá-lo. Num desses encontros, já no início da noite, eu enxerguei meu pai que vinha. Subi alguns metros do carreador para encontrá-lo, À proporção em que eu avançava ia estranhando a imagem que vinha de encontro, até que me dei conta que a parte clara que eu enxergava não era a cabeça da mula que meu pai montava, mas a camisa branca de um senhor que vestia paletó. Voltei para casa aos gritos. Isto ficou na história.
Neste mesmo sítio havia um pomar com mangueiras e laranjeiras. Num dia de domingo, alguns moradores do sítio estavam chupando laranjas e um menino subiu numa dessas árvores e ficou com medo de descer. Seu pai tentou de todas as formas fazer com que descesse, em vão. É claro para os que estavam embaixo aquilo ficou muito engraçado. Chegou a hora em seu pai se cansou e mandou outra criança buscar um machado. Disse que ia cortar a laranjeira. De posse do machado, batia no tronco da árvore com o lado oposto do machado. O garoto, pensando que fosse verdade, ficou apavorado e imediatamente deu um jeito de descer. Aquilo para mim foi uma diversão.
Na época em que mudei para cá, há aproximadamente quarenta anos, havia ainda muitas matas na região. Aos poucos elas foram sendo derrubadas e as serrarias se encarregaram de transformá-las em madeira comercializável. Meu pai também derrubou árvores e vendeu-as para os madeireiros, mas com o passar dos anos deu-se conta do que fez e passou semear e plantar mudas de árvores nas suas propriedades. Ainda o vejo consumido pela doença, andando com muita dificuldade, indo até a horta olhar suas mudas que cresciam. Após sua morte elas foram plantadas.
Quando minha filha caçula, estudava a 5ª série, participou de um reflorestamento de mata ciliar. Na volta para casa, encontrou uma frágil muda esquecida no meio da vegetação. Hoje tenho lindo pé de ipê em frente de minha casa.
Eu repasso este mimo a todos os que quiserem espalhar felicidade.


Arco-íris

Já faz tempo que eu não escrevo. Esta semana, após receber uma foto, senti vontade escrever sobre as circunstância em que ela foi feita.
Há algum tempo eu viajava até uma cidade vizinha para fazer companhia para minha mãe que estava hospitalizada. Era um daqueles dias com tudo para nos deixar de mal com a vida. O sentimento de ir para o hospital quando estamos com saúde não é agradável. Neste dia a temperatura havia caído e um friozinho chato se manifestou. No Oeste o tempo estava chuvoso, no Leste o Sol teimava em mostrar a cara.
Peguei uma carona com uma pessoa da família que ia visitar minha mãe e trazer minha irmã, troca de sentinela. Logo que saímos da cidade, notamos um arco-íris, fiquei imaginando a Arca de Noé. Não me recordo de ter visto um arco-íris mais lindo que esse. Suas cores eram vivas e era possível vê-lo inteirinho, enorme, majestoso. Fiquei encantada. Na saída da cidade meu parente parou o carro e o fotografou. Durante meia hora tivemos sua companhia. À medida em que o carro avançava, ele também se deslocava na mesma velocidade do carro.
A vida é um enigma. Ao mesmo tempo em que nos deixa tristes com uma doença, nos mostra sua beleza num belo arco-íris. O que me encanta é saber que cada segundo é único. Ás vezes fico admirada observando um pôr-do-sol e pensando: “O pôr-do-sol de amanhã será diferente”. Apesar de contemplá-lo do mesmo local, as nuvens terão outras cores e tamanhos, o ar outra temperatura, o vento terá outra direção e sua velocidade certamente será diferente, as árvores já terão perdido algumas folhas velhas e terão novas folhas, os pássaros estarão pousados em outros galhos. Eu também não serei mais a mesma: já terei adquirido mais algumas horas de vida, mais um pouco de experiência, também já terei envelhecido um pouquinho mais...
Gosto de caminhar à tarde. Vou com uma amiga. Temos o hábito de passar sempre pelas mesmas ruas, mas para mim isso não é uma rotina. As pessoas, os carros, as crianças que jogam bola ou brincam de bicicleta nas calçadas não são sempre as mesmas. Um dia sinto o cheiro saboroso do jantar sendo preparado, outro, o perfume do cafezinho que floresceu (uma espécie de jasmim). Os assuntos da conversa com a pessoa que me acompanha são sempre outros: sobre a mulher que está com câncer de mama, sobre a fulano, que tem traído a esposa, sobre o neto que balbuciou as primeiras palavras, sem falar da receita de bolo fácil de fazer, do ...
Que coisa bem feita! Na realidade, a rotina não existe. Nós é que a fazemos quando não observamos o que acontece a nossa volta. É uma pena! Por distração, muitas vezes deixamos a vida passar sem desfrutarmos de sua beleza! Fiquemos atentos a esses momentos únicos.
A propósito, minha mãe se recuperou e voltou para casa.


O Amigo da Onça


Não era muito comum eu me recordar de minha infância ou adolescência, mas depois que comecei a publicar este blog, refletindo sobre o que escrever, relembrei vários fatos marcantes daquela época. Talvez isto seja uma manifestação da terceira idade. Dizem que as pessoas quanto mais velhas, mais se recordam do passado. Pode ser que isso esteja acontecendo comigo.
Passei minha infância morando num sítio. Naquela época, as pessoas da zona rural não desfrutavam do conforto como hoje. Tudo era muito difícil. Só havia energia elétrica na cidade e televisão apenas nas capitais. A água era puxada de um poço de dezoito metros de profundidade, e o balde era grande para render mais. Era preciso puxar água para tudo: cozinhar, tomar banho, lavar louças e roupas, matar a sede dos animais, aguar a horta... A água do banho era aquecida e posta num chuveiro de no máximo quinze litros, que era erguido com uma corda. E era necessário economizar a água para não faltar água na hora de enxaguar os cabelos. Tínhamos que descascar o milho para tratar dos porcos. O fogão era a lenha, portanto era necessário rachar a lenha para cozinhar e para o forno a lenha onde se assava o pão.
Tínhamos um rádio que funcionava a bateria. À proporção que a bateria descarregava, o rádio emitia os sons cada vez mais baixo, a ponto de minha mãe ficar com o ouvido colado nele para ouvir, escondida de meu pai, a novela "O direito de nascer" (Audio) . Também era preciso economizar a bateria para meu pai ouvir “A Hora do Brasil”, o “Repórter Esso”, programas de música sertaneja e de humor. Quando chovia, se não corrêssemos desligar a chave que ligava o rádio a sua antena externa, o fusível queimava com o primeiro relâmpago. Isto era uma tragédia, ouvir rádio de novo só depois que meu fosse à cidade e mandasse consertá-lo. O rádio era o único meio de comunicação que entrava em nossa casa, exceto os jornais nos quais vinham embrulhadas as compras feitas na venda da Água dos Alves ou de um armazém de Munhoz de Melo. Alguns eram guardados para um eventual embrulho, o restante era levado para o mictório, onde antes de serem usados, serviam para a leitura.

Livros infantis? Recordo-me de um. Narrava a história de João e Maria, só que eu o despachei pelo correio para ser lido num programa de rádio para crianças. Aguardei muitas semanas para ouvir meu livro predileto ser lido no ar, mas foi em vão, porque isso nunca aconteceu. Aí veio o arrependimento e a dor da perda.

Quando eu já tinha uns doze ou treze anos, ganhei de uma tia, que morava na Capital, uma coleção de revistas em quadrinhos usadas. Chama-se “Série Sagrada”. Eram revistas religiosas. Nelas eu li e reli diversas vezes a biografia de muitos santos da Igreja Católica. Às vezes eu ficava apenas contemplando as gravuras em preto e branco.

Você pode até pensar que eu fui uma péssima aluna no curso primário, pois eu não tinha recursos que aumentassem meus conhecimentos. Engano. Quando fui cursar a primeira série eu já sabia ler. Meu pai, com o conhecimento adquirido em apenas dois meses de estudo e minha mãe com estudo até a terceira série primária, ensinaram-me a ler numa cartilha praticamente sem gravuras, chama-se “Cartilha da Infância”. Quando entrei na escola, a cartilha “Caminho Suave” foi fácil, eu já sabia ler e escrever meu nome.

Enquanto criança e adolescente, poucas revistas chegaram até minhas mãos: as que ganhei de minha tia distante e outras raras, compradas por minha mãe. A que mais me marcou foi a revista “O Cruzeiro”, na qual eram publicadas noticias sobre artistas da época, sobre os principais acontecimentos políticos brasileiros e fatos internacionais. Esta, trazia uma página com um desenho que eu achava engraçado e me divertia: O Amigo da Onça.

Os anos foram passando, a revista O Cruzeiro, que era vendida de Norte a Sul do Brasil, principalmente pelo sucesso do Amigo da Onça, deixou de ser publicada, e o Amigo da Onça ficou adormecido dentro de mim. Remexendo no baú das lembranças eu o encontrei.
Terezinha Bordignon

Amigo da Onça


Este personagem foi criado pelo cartunista pernambucano Péricles Andrade Maranhão em 23 de outubro de 1943. A revista O Cruzeiro o publicou por mais de vinte anos. Ele tinha as características da malandragem carioca: cabelo penteado para trás a base de gumex, sapatos sempre lustrosos, terno branco, um bigodinho fino. Sarcástico e irônico, sempre colocava as pessoas em situações difíceis. Sua grande popularidade devia-se principalmente de ser entendido ao humor inteligente que captava o cotidiano da época. Recebeu este nome de Leon Godinho em virtude de uma anedota da época e por ter a característica de um amigo falso e hipócrita.

Dois caçadores conversavam em seu acampamento:
- O que você faria se estivesse agora na selva e uma onça aparecesse na sua frente.
­- Ora, eu dava um tiro nela.
- Mas se você não tivesse nenhuma arma de fogo?
- Bom, então eu matava ela com um facão.
- E se você estivesse sem facão?
- Apanhava um pedaço de pau.
- E se não tivesse nenhum pedaço de pau?
- Subiria na árvore mais próxima!
- E se não tivesse nenhuma árvore?
- Sairia correndo.
- E se você estivesse paralisado de medo?
Então, o outro, já irritado, retruca:
- Mas, afinal, você é meu amigo ou amigo da onça?
Péricles teve uma vida de solidão e boemia. Era conhecido como o criador do Amigo da Onça. Seu personagem era mais importante que ele. Morreu tragicamente em 31 de dezembro de 1961. Fechou as portas do seu apartamento e ligou o gás. Ainda deixou um bilhete na porta do escritório: “Não risquem fósforos!”
Péricles teve uma vida de solidão e boemia. Era conhecido como o criador do Amigo da Onça. Seu personagem era mais importante que ele. Morreu tragicamente em 31 de dezembro de 1961. Fechou as portas do seu apartamento e ligou o gás. Ainda deixou um bilhete na porta do escritório: “Não risquem fósforos!”
Após sua morte, quem continuou desenhando sua página foi o cartunista Carlos Estevão.


Natal - Assumo minha ignorância


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Antes de tudo, vou dizer que em virtude de sua vasta extensão, conheço muito pouco do Brasil, apenas as Regiões Sul e Sudeste (maiores que muitos países). Portanto, com exceção de algumas viagens à fronteira paraguaia para comprar importados, não conheço nada fora do país. Moro numa região onde faz calor boa parte do ano e mesmo no inverno, não são raros os dias quentes. Nunca presenciei a neve caindo.
Pela televisão, vi que antes do previsto, estão acontecendo fortes tempestades de neve nos EUA. Isto me fez recordas uma conversa que tive um dia com um religioso português. Enquanto conversávamos, afirmei que havia lido num livro, um poema que narrava o nascimento de Jesus numa noite muita fria. No mesmo poema, os versos falavam da extrema pobreza e do local onde nasceu. Que as dificuldades vividas por Maria me chamaram a atenção. Expliquei que após a leitura fiquei imaginado uma criancinha recém nascida passando uma noite gelada de inverno ao relento com roupas inadequadas. Imaginei uma fogueira acesa e Maria aquecendo seus pés gelados enquanto segurava em seus braços Jesus recém-nascido...
Nossa conversa tomou um rumo inesperado. Acabei comentando que após ler o poema eu tinha imaginado que o Natal no inverno, como acontece na Europa, deveria ser muito triste, muito calado. Tudo está gelado ao extremo, pessoas recolhidas em suas casas, escondidas dentro de gorros e sobretudos, vento cortante. Eu disse que o Natal brasileiro deveria ser mais alegre, porque nesta época estamos em pleno verão: sol e calor, época de férias escolares, viagem à praia. Que nesta época as pessoas se vestem com roupas leves e coloridas. Que as ruas estão repletas de pessoas comprando frutas tropicais, presentes, parando nos bares para um sorvete gelado, passeando... Que nas cidades pequenas as pessoas ficam nas áreas e calçadas das casas, as portas ficam abertas e as noites são perfeitas para se visitar os presépios nas praças...
O religioso explicou-me que não. Quando é Natal, as pessoas em seu país não estão mais silenciosas, ficam protegidas do frio dentro de suas das casas, mas isto é o que torna, na opinião dele, o Natal melhor no inverno. Como as pessoas, geralmente ficam dentro das casas, sobra mais tempo para o diálogo entre pais e filhos, para as conversas agradáveis, risos, gargalhadas. Ao redor da lareira há também o calor da amizade. Comem-se pratos típicos, castanhas e nozes, bebem-se os saborosos vinhos da terra.
Após essa conversa, concluí que o Natal é uma festa alegre em qualquer parte do mundo. Cada pessoa o festeja de acordo com sua realidade, de acordo com suas tradições.
Free ClipartFree Clipart Feliz Natal



Boneca de papelão


Hoje me dei conta de uma coisa: Não me recordo de algum dia ter acreditado em Papai Noel. Não sou tããããão antiga assim, mas no meu tempo de criança não havia televisão, apenas o rádio, que não tinha esse forte apelo comercial sobre as qualidades do “Bom Velhinho”.
Vivi minha infância num sítio. Tínhamos um Natal muito simples, nada de festas e reuniões, mas era muito esperado, porque era dia de beber “guaraná” à vontade, comer azeitonas e castanhas portuguesas. O sabor era uma delícia, diferente de hoje! O restante dos doces e comilanças eram feitos em casa, por minha mãe. Uma macarronada temperada com frango caipira e massa de tomate, um leitão assado no forno a lenha. E que doces cristalizados, pudins, bolos?! Nesse dia também ganhávamos bala. Era tempo de uva madura, mangas, melancias. Eu também gostava visitar os vizinhos neste dia. Todo mundo procurava oferecer alguma coisa diferente.
Não me lembro de minha mãe dizer que Papai Noel ia me trazer algum presente. O que me recordo é de ver minha mãe bordando na máquina de costura um tecido branco. Eu perguntei por que era aquilo e ela me deu uma explicação qualquer. O pior foi que eu acreditei.. Era a véspera do Natal. Um presépio foi montado num canto da sala. No dia seguinte, eis que vejo no presépio uns brinquedos de meninos para meus irmãos e uma boneca de papelão para mim. Seu vestido bordado tinha desenhos iguais aos que eu tinha visto minha mãe fazer.
Eu não tinha nenhuma boneca comprada. Apenas uma, muito velha, feita por minha mãe, com cabelos de pêlos de ovelha tingidos, tirados do arreio de uma mula. Minha mãe, apesar de não ter muito estudo, sempre foi uma artista, sabia improvisar muito bem. Fiquei feliz com meu presente, afinal, eu não esperava ganhar nada.
Hoje me recordo desse fato e sinto saudade. Como é importante comemorar o Natal em família. Sempre guardamos algo de bom, ano a ano. Claro que tenho algumas lembranças de fatos tristes que aconteceram neste dia, afinal apagar a memória não dá, mas o importante é relembrar coisas boas, como ganhar uma boneca de papelão. Apesar da simplicidade do presente, eu nunca o esqueci.



Telemarketing


É hora do almoço. O telefone toca insistentemente. Do outro lado da linha, uma voz com características de superioridade pergunta: “Por favor, a Senhora Terezinha está?” Eu já sei do que se trata. Desligar o telefone, dizer que viajou, que saiu, tirar o telefone do gancho... não resolve, porque o telefone certamente tocará inúmeras outras vezes. É uma daquelas famosas ligações comunicando que pelo meu ótimo relacionamento com o “Banco X”, fui selecionada para receber, gratuitamente, em minha casa, um cartão de crédito, blá, blá, blá - blá, blá, blá - blá, blá, blá...
Eu sempre digo que já possuo um, que não me interesso por outro, mas a moça não desiste. Passa um tempinho e nova ligação, com a mesma abordagem.
De tanto receber esse tipo de telefonema, eu passei a não dar importância. Deixo a pessoa falar, para ir esgotando seu repertório. Quando ela pensa que estou interessada, pergunta: “Tudo bem pra Senhora, Dona Terezinha?” E eu: “Não. Eu não me interesso” A seguir vem a hora infernal: “E POR QUAIS MOTIVOS, SENHORA TEREZINHA?”
Antes eu me preocupava com esse momento, porque nenhum dos meus argumentos ficava sem resposta. Era muito difícil. Enquanto a moça não esgotava seu repertório de respostas decoradas a ligação não terminava. Isto aconteceu comigo incontáveis vezes, até que eu descobri uma nova resposta que foi tiro e queda. Após a pergunta: “E POR QUAIS MOTIVOS, SENHORA TEREZINHA?”, eu passei a responder: “POR RAZÕES PARTICULARES!” E a moça treinada ficou sem reação. Sem a resposta decorada para falar, passou a despedir-se com um frio “OBRIGADA SENHORA, BOA TARDE!” Até agora deu certo. Depois desta postagem não tenho mais certeza.
Terezinha Bordignon


Recentemente, recebi um email com dicas interessantes sobre como lidar com mensagens de telemarketing.

ANTÍDOTO AO TELEMARKETING E AO MARKETING DIRETO
Andy Rooney, editor de notícias da CBS, nos brinda com essas preciosas dicas sobre como lidar com as agressões de marketing que nos bombardeiam todos os dias.

1) Um método que realmente funciona: ao receber uma chamada de telemarketing oferecendo qualquer coisa, diga apenas: "Por favor, aguarde um momento..." Diga isso, deixe o fone sobre a mesa e vá cuidar de outras tarefas (ao invés de simplesmente desligar o telefone de imediato). Isso vai fazer com que cada chamada de telemarketing que fizerem tenha uma duração muito longa, arruinando as metas do marketeiro que lhe ligou. Periodicamente verifique se o marketeiro ainda está na linha e reponha o fone no gancho somente após ter certeza de que ele desistiu e desligou. Isso dá uma lição de alto custo para esses intrusos. Se difundirmos esse método ajudaremos a eliminar ofertas indesejadas por telefone.


2) Alguma vez você já atendeu ao telefone, e parecia não haver ninguém do outro lado? Esta é uma técnica de telemarketing onde um sistema computadorizado faz a ligação e registra a hora em que a pessoa atendeu. Esta técnica é utilizada por marketeiros para determinar a melhor hora do dia em que uma pessoa real deverá ligar, evitando assim que o "precioso" tempo de ligação deles venha a ser desperdiçado, caso você não esteja em casa. Neste caso, ao receber este tipo de ligação, não desligue. Ao invés disso, pressione o botão "#" no seu telefone seis ou sete vezes seguidas, em rápida sucessão. Isso normalmente confunde o computador que discou seu número, fazendo registrar que seu número é inválido, e eliminando seu número do banco de dados. Ah, que pena, eles não têm mais seu número para ligar de novo...


3) Propaganda inserida em suas contas recebidas pelo correio: todos os meses recebemos propaganda indesejada inserida em nossas contas de telefone, luz, água, cartões de crédito, e outros. Muitas vezes essas propagandas vêm com um envelope de resposta comercial, que "não precisa selar; o selo será pago por..."


Insira nesses envelopes pré-pagos a propaganda recebida e coloque de volta no correio, COLOCANDO A PRÓPRIA COMPANHIA COMO DESTINATÁRIO. Caso queira preservar sua privacidade, remova qualquer coisa que possa identificá-lo antes de inserir no envelope. Isso funciona excepcionalmente bem para ofertas de cartões, empréstimos, e outros itens "pré-aprovados". Não jogue fora esses envelopes pré-pagos.


Devolva-os com as propagandas recebidas. Faça essas companhias pagarem duas vezes pela propaganda enviada. Aproveite para inserir anúncios da pizzaria local, de lavanderias, supermercados, ou qualquer outro item inoportuno que esteja à mão.


Algumas pessoas já estão praticando isso e devolvendo esse lixo de volta a essas companhias. Mas, veja bem, temos que dar nosso recado. Precisamos ter números expressivos de pessoas aplicando essas técnicas eficazes de protesto.
Colaboração: Eduardo Sales

O homem do chapéu de palha


Quando algo engraçado ou triste nos acontece, o fato jamais cai no esquecimento. De vez em quando nos recordamos e nesse momento, ou rimos ou choramos.
Naquela noite chegamos do Colégio no horário de sempre. Nossas duas filhas ainda não tinham chegado da faculdade e do cursinho pré-vestibular. Cada um de nós foi fazendo o que mais necessitava: Meu esposo foi direto para a cozinha, matar a sede com água bem gelada; eu para o quarto, na busca das confortáveis sandálias havaianas.
Acontece que elas sempre ficavam num cantinho, escondidas, para não poluir o visual. Para alcançá-las, eu precisava passar em frente à janela do quarto. Neste dia eu tive uma surpresa: bem no meio do meu caminho, pisei sobre um chapéu. Olhei, era um chapéu de palha masculino.
Um arrepio percorreu minha espinha e meu coração disparou. Eu já havia sentido tal sensação há alguns anos, quando, chegando da igreja à noite, encontrei minha casa revirada por ladrões. Numa fração de segundos, uma revolução de pensamentos: “Fui furtada de novo! Será que o homem ainda está dentro de casa? Onde está escondido? Está armado? Está só ou acompanhado?...” . Corri até a cozinha, ainda ofegante, apavorada, relatei o fato a meu esposo: “Alguém entrou aqui em casa porque tem um chapéu caído lá no quarto!”. Sem demonstrar medo algum, ele foi até o quarto, calmamente analisou o chapéu e afirmou: “Este chapéu é meu!”
Fiquei indignada, como o chapéu, que só era usado para trabalhar na horta, fora parar ali no quarto, se meu esposo também estava no colégio? Afinal, após algumas hipóteses, consegui me acalmar.
No dia seguinte, fui tirar satisfação com minhas filhas. Elas não sabiam de nada.
Tudo ficou claro quando a senhora que fazia os trabalhos domésticos explicou: No dia anterior, ela havia lavado o piso das calçadas. Para se proteger dos raios solares, usou o chapéu de meu esposo. Quando chegou na parte da calçada onde ficava a janela de meu quarto, havia sombra. Ela colocou o chapéu no parapeito. Talvez um vento o tivesse derrubado, e como resultado, surgiu a confusão. Claro que foram dadas muitas gargalhadas.
É incrível como nossa mente associa um fato a outro: o furto, que estava aparentemente esquecido, e o chapéu, que estava no lugar errado na hora errada, fizeram com que eu não reconhecesse um chapéu que me era familiar, e reagisse como se estivesse sendo vítima de assalto.
Aqui em casa, de vez em quando, ainda nos recordamos do homem do chapéu de palha.
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