UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC
INSTITUTO UFC VIRTUAL
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO
ESCOLAR
SANDRA
COELHO BASTOS
O
PAPEL DO GESTOR ESCOLAR DIANTE DOS CONFLITOS: UMA ANÁLISE NA ESCOLA DE ENSINO
FUNDAMENTAL JOÃO AMARO DE SOUZA EM CANINDÉ – CEARÁ
FORTALEZA
SANDRA COELHO BASTOS
O
PAPEL DO GESTOR ESCOLAR DIANTE DOS CONFLITOS:UMA ANÁLISE NA ESCOLA DE ENSINO
FUNDAMENTAL JOÃO AMARO DE SOUZA EM CANINDÉ – CEARÁ
Trabalho de Conclusão de
Curso – TCC submetido à coordenação do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Escolar da Universidade
Federal Do Ceará – UFC, como requisito
parcial para a obtenção do título de Especialista.
Orientadora: Profª.Me.
Maria José Marques
FORTALEZA - CEARÁ
Sandra
Coelho Bastos
SANDRA COELHO BASTOS
O
PAPEL DO GESTOR ESCOLAR DIANTE DOS CONFLITOS:UMA ANÁLISE NA ESCOLA DE ENSINO
FUNDAMENTAL JOÃO AMARO DE SOUZA EM CANINDÉ – CEARÁ
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC
submetido à coordenação do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Escolar da Universidade Federal Do Ceará –
UFC, como requisito parcial para a
obtenção do título de Especialista.
Orientadora: Profª. Me. Maria José
Marques.
Aprovada em ______/______/_______
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Profª.Msª.
Maria José Marques (Orientadora)
Universidade
Federal do Ceará (UFC)
__________________________________________________
Profª.Me.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela oportunidade;
Aos
meus pais, José e Ilma;
A
minha família, incentivadora de minhas vitórias;
A
minha orientadora, Maria José Marques;
À
coordenação do curso, Rogério;
À
Secretaria de Educação do Município de Canindé;
À
equipe pedagógica da Escola de Ensino Fundamental João Amaro de Souza, pelas
contribuições e parcerias nesse trabalho;
Aos
sujeitos que participaram desta pesquisa, fornecendo dados relevantes;
Aos
meus colegas de trabalho, em especial: Erineuda, Noêmia, Nete, Maria Martins,
Marilane, Celimar e Carla Adriele.
“O
gestor escolar na atualidade tem o desafio de buscar continuamente a melhoria
da qualidade de ensino na escola básica. Desse modo, é necessário que se
desenvolva uma visão holística da escola como sistema em sintonia com a
realidade e tendo a comunicação como parceira, com um olhar que deve sinalizar
a prática dentro de uma perspectiva do conhecer para gerar novos significados
do ensinar e aprender”.
(Vera
Vasconcelos)
RESUMO
O presente estudo procura abordar o papel dos gestores na resolução de conflitos
cotidianos na sala de aula. Para tal procedimento busca analisar a situação
vivenciada pelos alunos e profissionais da escola João Amaro de Souza, situada
no município de Canindé, estado do Ceará. Partindo do questionamento: Qual o papel de uma gestão democrática
diante dos conflitos gerados no âmbito escolar, iniciou com uma ampla consulta
bibliográfica disponível sobre o assunto, aliada a experiência prática junto à
escola em questão, possibilitando uma aproximação entre a teoria estudada e a prática
do dia-a-dia. Com o objetivo de responder esta questão e formalizar a coleta de
dados, optou-se pela entrevista com alunos e profissionais, possibilitando que
eles apresentassem, simultaneamente, seus conceitos, impressões e concepções
sobre o tema. Após a transcrição dos dados coletados e a confrontação com os
estudos já realizados, os resultados apontaram para a necessidade de rever
práticas pedagógicas e estabelecer um modelo de gestão que seja capaz de agir
juntamente com a comunidade escolar. Alem disso o gestor deve ter autonomia
para tomar decisões junto com seu grupo, para que os conflitos possam ser, se
não evitados, mas contornados da melhor maneira possível.
Palavras-chave: Gestão Democrática, Conflitos, Sala de aula, Estratégias.
ABSTRACT
This study seeks to address the role of managers in resolving everyday conflicts in the classroom. For this procedure is to analyze the situation experienced by students and school professionals JoãoAmaro de Souza, located in Canindé, state of Ceará. Starting from the question: What is the role of democratic management in the face of conflicts generated in the school, started with an extensive bibliographic available on the subject, combined with practical experience with the school in question, allowing a closer relationship between theory and practice of the studied day-to-day. In order to answer this question and formalize data collection, we chose to interview students and professionals, enabling them to present both their concepts, ideas and impressions on the subject. After transcribing the data collected and the confrontation with the previous studies, the results pointed to the need to review teaching practices and establish a management model that is able to act together with the school community. Furthermore the manager should have the autonomy to make decisions with your group, so that conflicts can be, if not avoided, but skirted the best possible way.
Keywords: democratic governance, conflict; classroom; strategies.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
08
2 ALGUMAS CONCEPÇÕES SOBRE A GESTÃO
DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA
11
3 OS CONFLITOS DO DIA-A-DIA: CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS
16
4 COMO LIDAR COM OS CONFLITOS NO CONTEXTO
DA ESCOLA JOÃO AMARO DE SOUZA
22
5 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
26
5.1 Caracterização
da escola..........................................................................26
5.2 Sujeitos
da pesquisa.................................................................................27
6 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
28
6.1
O ponto de vista dos alunos
28
6.2
O ponto de vista da diretora da escola
29
6.3
O ponto de vista dos auxiliares de serviço
30
6.4
O ponto de vista dos professores
31
7 CONCLUSÃO 33
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS 35
APÊNDICE 36
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho é fruto de uma pesquisa realizada na
escola João Amaro de Souza, localizada no distrito de Salitre, no município de
Canindé – CE, sobre o papel do gestor escolar diante dos tantos conflitos
existentes no dia a dia da sala de aula.
No mundo atual, diante dos problemas sociais e a
preocupação com os caminhos da educação, buscamos uma gestão escolar
democrática no sentido de conseguir solucionar problemas ocorridos na escola. Acreditamos que o
maior comprometimento rumo ao progresso democrático e uma educação de qualidade
se transformam em um fenômeno das relações humanas, fazendo com que os
conflitos que ocorram na escola sejam reduzidos ao máximo.
Na tentativa de compreender melhor o processo no qual se
dá a resolução de conflitos dentro da perspectiva de uma gestão democrática e
participativa, nos propusemos trabalhar a temática Como lidar com os conflitos
que ocorrem no dia-a-dia da escola.
Sabemos que concepção burocrática restrita não pode ser
aplicada à organização escolar, nem deve orientar de modo total ou exclusivo a
atividade de gerir na escola. Diante deste contexto, a escola passa por período
de redefinição em suas estruturas, na busca de atender às necessidades do mundo
moderno, pois a educação por si só não produz mudanças na escola, mas é
fundamental dizer que nenhuma mudança é possível sem educação.
Com o comprometimento profissional de quem assume uma
escola, e implanta o sistema de gestão democrática tem que aderir o desafio da
diversidade em prol da educação, além de ter a consciência que sua atuação deve
ter compromisso e
precisão, para atender as necessidades da comunidade escolar, respeitando sua
cultura, tradições e valores. O papel do gestor da escola é atuar como agente
integrador e articulador de ações. Um dos maiores desafios no modelo de gestão democrática é o
de enfrentar conflitos e obstáculos dentro dos mais diferentes ambientes, seja
na sala de aula, na escola e, porque não dizer, também a comunidade. Contudo o
comprometimento com a evolução dos alunos faz com que seja possível a superação
dos obstáculos que afetam a realidade escolar.
Para tanto
é necessário a conciliação entre os dados da realidade e a rigidez estrutural
da organização, resultante da aplicação dos princípios de autoridade legal,
fundados na burocracia.
É bastante comum nos depararmos, no ambiente escolar, com
situações conflitantes entre alunos e profissionais, alunos e alunas, mas
também entre profissionais e profissionais. Questionamo-nos sobre o que fazer
diante de tudo isso. Qual o papel de uma gestão democrática diante desses
conflitos? O que dificulta a implantação de uma gestão realmente democrática no
sistema político atual? Como assumir o controle de situações como essas que
ocorrem diariamente na escola? Quais as principais dificuldades encontradas
pelos diretores escolares no âmbito desse contexto?
Para auxiliar na resposta
a tais perguntas tomamos como embasamento teórico autores renomados, tais como:
Corti (2005), Abramovay (2002), Vasconcelos (2000), Tiba (1996), Freire (2000),
Gadotti (1999), dentre outros que contribuíram para uma melhor compreensão do
papel da gestão democrática e participativa nos conflitos gerais da escola.
Este estudo foi dividido
em três tópicos distintos. O primeiro discute algumas concepções sobre a gestão
democrática e participativa, almejando compreender o sentido desta para o bom
andamento do processo ensino-aprendizagem.
O segundo conceitua e
apresenta algumas consequências que os conflitos provocam ao longo do processo.
O terceiro versa sobre a
atuação da gestão democrática da escola em estudo.
A partir daí traçamos o
perfil dos sujeitos investigados, analisando a teoria e mostrando como acontece
na prática.
Espera-se, com o estudo
apresentado, contribuir para novas discussões acerca do assunto em questão, de
forma a proporcionar uma maior compreensão sobre como deve atuar um gestor
diante dos tantos conflitos escolares, para garantir a melhoria e eficácia do
processo ensino-aprendizagem.
Portanto, esta proposta
procura à luz dos teóricos estudados, encontrar respostas que satisfaçam as
inquietações relevantes e, assim, comparar teoria e prática, assim é possível
reavaliar o papel de uma gestão realmente democrática.
2 ALGUMAS CONCEPÇÕES SOBRE A GESTÃO
DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA
A ideia de gestão
participativa não é uma coisa nova. Pode-se dizer até que essa é uma das idéias
mais antigas de gestão e
que nasceu junto com a democracia. Apesar disso, quando se fala em gestão
democrática e participativa tem-se a sensação de uma prática nova. Isso ocorre
por ser esse um dos mais novos paradigmas da administração.
Até bem pouco tempo
prevalecia nas escolas um modelo de gestão ditatorial, onde o diretor era o
conhecedor e ditador das regras. Esse é o modelo tradicional de gestão, onde um
grupo pequeno de pessoas, geralmente formado por diretor, coordenador e
secretário, decide as ações a serem desenvolvidas na escola sem o apoio e nem
aprovação dos atores envolvidos no processo educacional (alunos, professores,
pais e comunidade). Dessa forma, cada um tinha um papel determinado dentro das
instituições: o diretor impunha as ordens, o professor era o mestre do saber e
deveria se posicionar como tal e o aluno era o receptor do conhecimento.
No entanto, diante dos
avanços tecnológicos, do fácil acesso, da Era da Comunicação Virtual e,
principalmente, diante de uma sociedade cada vez mais ciente dos seus direitos
e deveres, que participa dos mais diversos campos de inserção, percebemos que a
forma de gerir uma escola não estava mais atendendo às necessidades dessa
sociedade modernizada e participativa. Por isso não se admitia que a principal
fonte formadora de cidadãos fosse gerenciada por uma única pessoa, muito menos
que esta agisse sozinha na tomada de decisões.
De forma bem ampla, podemos entender a
gestão participativa como uma filosofia ou doutrina que valoriza a participação
das pessoas no processo de tomada de decisões, conforme Lück (2006,p.21).
Uma forma de conceituar gestão é vê-la como um processo de mobilização
da competência e da energia de pessoas coletivamente organizadas para que, por
sua participação ativa e competente promovam a realização, o mais plenamente
possível, dos objetivos de sua unidade de trabalho, no caso, os objetivos
educacionais.
A ideia que se deve ter de gestão democrática vai ao encontro com as
ideias de Freire( 2005,p.19) e sua definição para a Educação Popular dizendo
que a:
Educação popular como esforço de mobilização, organização e capacitação
das classes populares; capacitação científica e técnica. Entendo que esse
esforço não se esquece, que é preciso poder, ou seja, é preciso transformar
essa organização do poder burguês que está aí, para que se possa fazer escola
de outro jeito.
No referente a isso vale salientar que
o educador, seja professor, diretor, coordenador pedagógico, precisa
enxergar-se como agente transformador e não pode esquecer a sua importância na
formação de cidadãos críticos e cientes do seu papel na sociedade, conforme
Freire (1996, p. 26) que nos diz que o “educador democrático não pode negar-se
o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando,
sua curiosidade, sua insubmissão”. Ressalta ainda (p. 26), que para se aprender
criticamente, exige-se a “presença de educadores e educandos criadores,
instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes”. Só
assim é possível formar sujeitos conscientes, autônomos, que saibam ler as
palavras, mas, sobretudo, o mundo ao seu redor.
Algumas características desse modelo de gestão são: o
compartilhamento de decisões e informações, a preocupação com a qualidade da
educação e com a relação custo–benefício, a transparência (capacidade de deixar
claro para a comunidade como são usados os recursos da escola, inclusive os
financeiros), mas principalmente a união no que se refere às decisões que dizem
respeito ao bom funcionamento da unidade escolar.
Compartilhar decisões significa envolver pais, alunos,
professores, funcionários e outras pessoas da comunidade na gestão escolar.
Quando as decisões são tomadas pelos principais interessados na qualidade da
escola, a chance de que dêem certo é bem maior. Alem disso, se todos esses
atores sociais estão buscando alcançar um objetivo comum: uma educação de
qualidade, nada mais justo que as ações sejam também em conjunto.
A exemplo disso podemos citar os Conselhos Escolares, que
funcionam como mecanismos de participação da comunidade na escola, e que já
estão presentes em muitas escolas do país. A função dos Conselhos é orientar,
opinar e decidir sobre tudo o que tem a ver com a qualidade da escola (como
participar da construção do Projeto Político Pedagógico – PPP e dos
planejamentos anuais, avaliar os resultados da gestão e ajudar na busca de meios
para solucionar os problemas administrativos e pedagógicos, decidir sobre os
investimentos prioritários). Mas não é só nos Conselhos que a comunidade
participa da escola. Reuniões pedagógicas, festas, exposições e apresentações
dos alunos são momentos em que familiares, representantes de serviços públicos
da região e associações locais devem estar presentes. Esse engajamento só é
possível com um modelo de gestão que permita essa participação social na tomada
de decisões.
Esse novo modelo de gestão
fez com que aumentasse a competitividade das organizações. Enquanto os modelos
convencionais mantêm os trabalhadores alienados em relação ao controle de seu
próprio trabalho, desperdiçando o potencial intelectual das pessoas, a gestão
participativa aproveita esse potencial, contribuindo para aumentar a qualidade
das decisões e da própria administração, a satisfação e até mesmo a motivação
das pessoas. Para compreender esse processo é preciso entender qual é o
verdadeiro papel do diretor de uma escola. De acordo com Priolli, (2008, p. 6)
Hoje, na avaliação de
secretarias municipais e estaduais, institutos de formação, universidades e do
próprio Ministério da Educação, o diretor é a figura central para promover esse
ganho de qualidade de que a educação brasileira tanto necessita.
Assim sendo, diante das
diversas cobranças da sociedade em relação ao verdadeiro papel da escola no
contexto educacional e social, recai diretamente sobre o diretor a
responsabilidade de mostrar os resultados.
Priolli (2008, p. 6)
ressalta ainda que a rotina do diretor vem se tornando cada vez mais complexa
diante da grande importância do papel do mesmo frente a uma instituição.
Ele deve,
cotidianamente, dar conta de diferentes gestões: do espaço, dos recursos
financeiros, de questões legais, da interação com a comunidade do entorno e com
a Secretaria de Educação e das relações interpessoais (com funcionários,
professores, famílias).
Além de tudo isso, o
diretor não pode perder o foco principal da sua função: a aprendizagem dos
alunos. Mesmo diante da inversão e do acúmulo de funções, é necessário que o
diretor saiba se posicionar na escola, pois é notória a sua influência nas relações
interpessoais. Daí a necessidade em unir forças para a realização de um
trabalho produtivo e eficaz.
Se por um lado a gestão
participativa é uma forma de união entre escola e sociedade na tomada de
decisões referentes à instituição e ao ensino, por outro lado é muito difícil a
implantação desse modelo de gestão, tendo em vista a situação
político-partidária que envolve todos os setores sociais, inclusive o
educacional.
Na verdade qualquer
organização que tente implantar e desenvolver práticas de natureza
participativa vive sob a ameaça da reconversão burocrática e autoritária dos
seus melhores esforços. Isso devido à supervalorização das formas tradicionais
de gestão, à história de vida dos seus membros e outros fatores que envolvem a
comunidade escolar.
A gestão da escola pode
ser compreendida como um ato político, pois implica sempre uma tomada de
posição dos atores da sociedade: pais, professores, funcionários, alunos e
comunidade em geral. Portanto a sua construção não pode ser uma coisa isolada,
antes deve ser coletiva, envolvendo os atores sociais tanto na discussão quanto
na tomada de decisões. Sobre isso, Priolli (2008, p. 6) ressalta,
O entendimento de
alunos, pais, funcionários, professores e, sobretudo, dos próprios diretores
sobre seus papeis na dinâmica escolar é decisivo para determinar a qualidade da
instituição. E mais: se todos não enxergam que sua função deve, acima de tudo,
colaborar para um processo educativo exitoso, é hora de procurar reverter esse
quadro.
Essa idéia mostra que na
gestão participativa predominam a liderança, a disciplina e a autonomia. Nela
as pessoas são responsáveis por seu próprio comportamento e desempenho. A
disciplina não é uma coisa que vem de fora, que é imposta, mas sim um
comportamento interior de cada individuo. Assim se cada um conhece e desempenha
seu papel dentro da instituição ela terá uma força maior.
Ressaltamos que nem sempre
esse modelo de gestão pode ser implantado nas escolas. Isso porque muitas
instituições públicas, principalmente municipais, são usadas de forma abusiva
por parte dos governantes. Esse abuso pode ser visto principalmente na escolha
do grupo gestor de uma escola, na maioria dos casos, por indicação política.
E não é só no âmbito
institucional que isso acontece. O próprio Conselho Nacional de Educação (CNE)
usa dessa forma de escolha de seus membros, conforme afirma Vieira (2010,p.89)
que
De início, eles são
eles são indicados por entidades ligadas à educação. Mas, para serem
empossados, dependem da aprovação do Presidente da República. Em tese, ele leva
em conta a biografia do candidato e procura atender à diversidade do ensino
brasileiro, [...] Mas a preocupação – óbvia – é que cada governante criem
conselhos à sua imagem e semelhança, enfraquecendo muito o poder fiscalizador
do órgão.
Com os coordenadores e
diretores de muitas escolas do país também é assim. O prefeito, vereador ou
pessoas influentes politicamente são quem escolhem e ditam as regras que eles
devem seguir. Sendo assim, ficam muitas vezes impedidos de exercer suas funções
com autonomia e liberdade, ou seja, eles devem obedecer aos comandos de quem os
colocou nesse cargo.
Mas isso já era de se
esperar, afinal a escola é vista hoje como uma das mais importantes fontes
formadoras de opinião. É ela que tem, de certa forma, o poder dentro da
comunidade. Uma instituição que assuma esse grau de compromisso com a sociedade
se torna alvo de grupos políticos interessados em implantar suas idéias dentro
dessa comunidade usando a escola como canal.
Uma gestão realmente
democrática e participativa deve o ser desde a sua implantação. Isso só pode
ser feito por meio de votação direta para escolha do grupo gestor. Se a
comunidade escolar: professores, alunos, pais e comunidade escolhessem as
pessoas para gerir o estabelecimento, ficaria bem mais fácil o processo de
tomada de decisões e execução de ações.
Por fim, é importante saber que, numa gestão democrática,
é preciso lidar com conflitos e opiniões diferentes. O conflito faz parte da
vida. Mas precisamos sempre dialogar com os que pensam diferente de nós e,
juntos, negociar.
3 OS CONFLITOS DO DIA-A-DIA: CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS
A escola é um lugar onde diferentes
valores, idéias, culturas, experiências, crenças e relações sociais se
misturam, fazendo do cotidiano escolar um espaço de multiplicidades e
complexidade estrutural de conhecimentos e de sujeitos. Essa rica
heterogeneidade que permeia a escola confronta-se com o que chamamos de padrão
social, onde o comportamento dos sujeitos é, de certa forma, ditado pela
sociedade na qual estão inseridos, gerando assim uma pedagogia que separa de um
lado os tidos como bem comportados e do outro aqueles conceituados como
rebeldes. Dessa forma pode-se entender essa pedagogia como sendo excludente.
As relações estabelecidas no contexto
escolar têm se tornado cada vez mais difíceis e conflitantes. A idéia de que a
escola possa constituir-se num espaço de construção de conhecimento, de
alegria, de formação de pessoas conscientes, participativas e solidárias, tem sido
barrada pelos sentimentos de desilusão, desencanto e impotência diante dos
inúmeros problemas cotidianos.
A partir do momento em que uma pessoa assume a direção de
uma escola ela tem de saber que esta é um lugar onde opiniões são formadas e
reformuladas a todo instante. É de se esperar que essas diferenças entre as
opiniões gerem conflitos entre alunos e alunos, alunos e profissionais,
profissionais e profissionais. Por isso é papel do gestor escolar lidar com
sabedoria na tentativa de evitar que esses conflitos se transformem em
problemas maiores.
Existem muitos tipos de conflitos em uma escola. Alguns,
gerados entre profissionais, são mais simples de serem resolvidos. Isso é feito
inclusive sem a interferência do grupo gestor. São ocasionados, na maioria das
vezes, devido à incompatibilidade de idéias, divergência de opiniões ou mesmo
por disputa de poder.
A escola é um espaço de uma vasta pluralidade cultural,
por isso Antunes (2003, p.10) a caracteriza como
Um verdadeiro universo de individualidade; suas ações, seus motivos,
seus sentimentos constituem paradigma único [...] modelado por uma fantástica
constelação de neurônios que jamais se duplica de forma inteiramente igual em
pessoas diferentes, cada um é portador de um código biológico, uma história
particular de vida e um volume imenso de circunstâncias que evoluíram e evoluem
de forma dinâmica
Portanto é admissível que dentro deste enorme mundo de
ideais, histórias, culturas, pensamentos e sentimentos ímpares haja alguns
problemas, principalmente devido às divergências de opiniões.
Muitos profissionais da educação têm buscado
incessantemente o reconhecimento profissional. E, se isso não ocorre nos mais
altos patamares educacionais, é bem provável que ele o busque nas extremidades
da própria instituição onde trabalha. Com isso este profissional tenta fazer
sempre o melhor e se torna mais presente, ou seja, mais atuante. Diante dessa
perspectiva esse profissional se torna alvo de muitas críticas por parte
daqueles que preferem se conformar com tudo que lhe é imposto.
Existem, no meio educacional, pessoas que preferem
acreditar que a educação não tem jeito, que a família não está disposta a
ajudar, que os governantes não vão enxergar as ações e assim acabam acomodados,
apenas olhando o tempo passar, esperando a hora de serem afastados de seus
cargos. E ainda acreditam que exerceram seus papeis com dignidade.
Mas tem também aqueles que preferem lutar com todas as
suas forças para fazer a diferença dentro do sistema. São aqueles que acreditam
que tudo é possível se houver empenho de todos. Estes são muitas vezes taxados
de prepotentes e arrogantes.
Na tentativa de mostrar quem está com a razão, esses
profissionais acabam entrando em conflitos, no entanto, quando o assunto é
entre pessoas que têm certo nível de conhecimento, os conflitos não chegam a se
tornar problemas maiores.
Outro tipo de conflito presente e mais freqüente nas
escolas é gerado pelos alunos. Este sim é um tipo que causa muita discussão
entre os profissionais da área educacional e social, principalmente por ser uma
das principais causas da violência escolar.
Os gerados entre alunos e alunos vão desde um simples
desentendimento até problemas mais graves de violência, como é retratado
diariamente nos noticiários. Outros entre alunos e profissionais também causa
preocupação entre os envolvidos. Segundo Abramovay (2005, p. 4)
Cada vez mais, tem se constatado que as escolas – espaços propícios aos
processos de socialização e integração social – vêm tendo que administrar os
conflitos gerados por diferentes formas de violência. Nas escolas,
identifica-se que os episódios violentos que ocorrem não se restringem aos crimes
e delitos previstos no Código Penal, mas abrangem dimensões do cotidiano e dos
relacionamentos sociais entre alunos, professores, diretores, pais e demais
adultos que participam da comunidade escolar. Ou seja, nos estabelecimentos de
ensino, a violência não é vivenciada apenas como atos de agressividade, e sim
como o modo habitual e cotidiano de relacionamento, de tratamento do outro.
De acordo com essa idéia fica clara a dificuldade da
escola em assumir um lugar de proporção de desenvolvimento humano e social. O
que antes era um lugar de socialização entre indivíduos que buscavam juntos seu
crescimento social, profissional e intelectual, aos poucos vem se transformando
em um campo de batalhas, onde cada indivíduo procura agir de acordo com suas
próprias convicções.
Existem varias razoes que são apontadas como sendo
responsáveis pelos conflitos escolares. Para Ana Paula Corti, uma das faces
mais significativas deste processo é a diminuição do controle adulto sobre a
situação educativa, e até mesmo a dificuldade dos professores em estabelecer
relações com seus alunos. Para Corti (2005,p.20)
Uma das decorrências disso é a ausência de uma relação intergeracional
de cunho socializador entre professor e aluno. A dimensão dos relacionamentos e
do comportamento desaparece do horizonte de preocupações dos professores
especialistas a partir da 5ª série. Mais preocupados com os conteúdos específicos,
julgam que a socialização dos estudantes já foi completada, e que o papel de
aluno já foi interiorizado. Mas isso não se observa .
Essa preocupação em repassar os conteúdos curriculares acaba fazendo com
que os professores esqueçam que seu papel é antes de tudo social. Essa deve ser
a sua maior preocupação: a sociabilidade do aluno. Ainda ressaltando a
perspectiva de Corti (2005, p. 20)
Quando são deixados sob a influência de seus próprios padrões de
interação e sociabilidade, os adolescentes dificilmente conseguem, sozinhos,
superá-los. Nesse sentido, parece flagrante uma certa omissão do mundo adulto e
das autoridades escolares diante do universo relacional dos estudantes. Os
adolescentes são obrigados a gerir sua entrada no mundo social, e no mundo das
interações escolares, com maior autonomia, e uma das expressões das
dificuldades em levar a cabo esta tarefa consiste, justamente, na agressividade
que se observa entre eles.
O problema maior é que muitos desses
pequenos conflitos acabam se transformando em atos de violência. O que fica
difícil de compreender é a razão que leva um aluno a desenvolver certo tipo de
comportamento tão anti-social.
O que faz com que um aluno exerça violência? Muitas vezes a
raiz do problema não está centrado na educação. O que vem ocorrendo é que na
concepção de inclusão que se tem hoje as escolas estão assumindo um papel bem
mais abrangente do que a sua competência permite, ou seja, o jovem apresenta
problemas que deveriam ser direcionados para a saúde mental infantil e
adolescente, para a proteção social ou até judicial, mas é nas escolas que eles
devem ser inseridos para uma possível integração social. Acontece que as
instituições de ensino público não estão preparadas para essa competência.
Na verdade, a partir do momento em que a escola é vista pelos
alunos como uma forma de imposição por parte da família e do Estado. As aulas
são para eles locais de constrangimento e de repressão de desejos. Alguns
alunos conformam-se e conseguem permanecer na escola sem fazerem grandes
distúrbios. Outros se revoltam, colocando em causa as regras estabelecidas,
voltam-se contra os professores e colegas como ato de poder e tentam a todo
custo mostrar que são o centro da sociedade.
No passado, e até mesmo nos dias de hoje,pode-se
registrar casos de alunos com menos capacidades intelectuais que são
estigmatizados, esquecidos no fundo das salas de aula. Com isso, criam-se focos
de revolta por parte daqueles que legitimamente se sentem marginalizados. A
escola de hoje, que se auto-intitula de inclusiva, não o é de fato. Desta forma, o
fenômeno passa a ser institucionalizado, comum, banalizado, caracterizando
formas de agressão que, muitas vezes, são invisíveis aos olhos da comunidade
escolar, mas que, apesar disso, podem ferir profundamente aquele que é
vitimado, contribuindo para o surgimento de um sentimento de insegurança e
impotência no ambiente escolar.
Não é fácil apontar causas dessa indisciplina. Quanto a isso as opiniões
são várias. Enquanto uns afirmam ser familiares, outros defendem que são de
ordem social e educacional. Mas é fato certo que ela gera conflitos em qualquer
setor social: família, escola e comunidade.
Muitos alunos que são vitimas de algum tipo de violência escolar se
sente coagido, perde o foco pelos estudos e muitas vezes até desistem de
estudar. Isso quando não se transformam em pessoas também, violentas e passam a
agir de acordo com aquilo que sofreram.
No livro Violências nas Escolas, lançado pela Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 2002, demonstra-se
que, além dos danos físicos, traumas, sentimentos de medo e insegurança que
prejudicam o desenvolvimento pessoal dos alunos, a violência impõe graves
conseqüências para o desempenho escolar dos estudantes que, diante de um
contexto de vulnerabilidade e insegurança, apresentam dificuldade de
concentração nos estudos e se sentem desestimulados a comparecer às aulas,
alimentando situações que favorecem o absenteísmo, a reprovação, a repetência e
o abandono escolar, os quais configuram o que se conhece por fracasso escolar. Segundo Tiba (1996, p.173) “O maior estímulo pata ter disciplina é o
desejo de atingir um objetivo”.
Em termos
operativos e sociais, o comportamento de qualquer cidadão deve estar baseado
pelo menos em cinco princípios: Gratidão, Disciplina, Religiosidade, Cidadania
e Ética. Estes valores devem estar presentes nos processos educativos
familiares e escolares.
A questão
é como agir diante dos conflitos gerados. Se a própria família às vezes perde o
controle da situação, imagine um profissional que, na maioria dos casos não
recebeu nenhuma preparação profissional ou psicológica para tal. Alem do mais
os professores, diretores e coordenadores escolares, por mais que conheçam sua
clientela, não conseguem dar conta de tanta pluralidade.
Alguns
estudiosos apontam algumas soluções para que os gestores escolares consigam
lidar com as situações conflitantes, no entanto cada situação tem uma
especificidade e uma idéia bem sucedida em uma pode se transformar em um
desastre em outra. É necessário encarar este desafio como uma utopia, como uma possibilidade de
mudança em que a busca e o diálogo estimulem a capacidade reflexiva e a construção
de uma visão plural do conhecimento.
O que se torna imperativo é fazer com
que a escola volte a ser um espaço protegido, onde se possa acionar o comprometimento
social e incentivar formas de sociabilidade pautadas pelo respeito e pela
solidariedade, tornando-a um lócus privilegiado para o desenvolvimento de
programas preventivos, em função do seu potencial estratégico para tecer
relações com a comunidade e,especialmente, com a família, e também para
concretizar ações que se pautem pela prevenção e pela solução não-violenta dos
conflitos, defendendo, como valores necessários, a tolerância e a
solidariedade, por meio de um instrumento extremamente poderoso: o diálogo.
4
COMO LIDAR COM
OS CONFLITOS NO CONTEXTO DA GESTÃO ESCOLAR DA ESCOLA JOÃO AMARO DE SOUZA
A escola João Amaro de Sousa fica
localizada no distrito de Salitre, município de Canindé, Ceará. Além de atender
o nível fundamental de ensino, ela também funciona como uma extensão da Escola
Estadual Paulo Sarasate, no turno da noite, atendendo aos alunos de ensino
médio. Sua missão, de
acordo com o Projeto Político Pedagógico (PPP, 2011) é
Garantir
educação básica para todos com a colaboração daqueles que fazem parte das
comunidades escolar e local. Criando e fortalecendo parcerias para o pleno
desenvolvimento cognitivo do educando na proposta didático-pedagógica voltada
para o cotidiano do cidadão.
O grupo gestor da escola João Amaro de
Souza é formado por uma diretora, uma coordenadora pedagógica e um coordenador
de apoio.
Na Lei nº 2.069/2008, de 24 de novembro
de 2008, que institui Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos
Profissionais do Magistério Público da Educação Básica (PPCR/MAG), dispõe que,
“A Direção Escolar e a Coordenação Pedagógica terão seus representantes
nomeados pelo(a) Prefeito(a) Municipal, para o Cargo em Comissão por um período
de 03 (três) anos”. Em outro artigo da mesma lei está estabelecido que o processo de
escolha e indicação para o provimento do Cargo em Comissão de Diretor(a) junto
às Escolas Públicas Municipais, será realizado em duas etapas. Na primeira o
candidato terá que passar por uma prova escrita, apresentar um plano de gestão,
apresentar os títulos exigidos para assumir o cargo e passar por uma
entrevista. Nesta fase serão somados os pontos e o candidato terá que obter
pelo menos 60% da pontuação total. “A
segunda fase consistirá de Eleição direta e secreta, mediante sufrágio
universal, junto à Comunidade Escolar” (grifo
nosso)
A seleção para o cargo de coordenador (a)
pedagógico (a), conforme a lei deverá ser feita em uma única etapa, onde será considerada
a nota obtida no conjunto: prova escrita, prova de títulos e entrevista.
Mesmo assim, vale ressaltar que a
gestão escolar da João Amaro tem uma certa autonomia para atuar dentro da
unidade. Tanto é que o grupo age de forma conjunta com os demais funcionários,
professores e corpo administrativo na tentativa de oferecer uma educação de
qualidade para as pessoas desta comunidade.
Embora seja uma escola da zona rural, a
escola em questão tem enfrentado alguns problemas conflitantes, principalmente
relacionados ao uso de drogas. Esses problemas são mais de cunho social, mas,
sendo a escola o único órgão governamental que tem autonomia para lidar com
essas questões dentro da comunidade, fica com a incumbência de tentar amenizar
a situação.
Algumas estratégias de gerir conflitos
apresentadas por estudiosos, suas vantagens e desvantagens serão apresentadas a
seguir.
Uma delas é
não entrar na divergência e evitar a todo o custo a confrontação. A principal
vantagem deste tipo de estratégia e o ganho de tempo para resolver a situação.
A desvantagem é que se trata de uma solução provisória que não ataca o problema
diretamente. Quando o problema é trivial e impossível de concretizar os
interesses de ambas as partes é uma estratégia a ter em consideração.
A acomodação
também é uma estratégia de gestão de conflito com a vantagem de propiciar cooperação
futura, mas a desvantagem consiste no poder ocorrer o fracasso em lidar com o
problema subjacente. Um exemplo em que este tipo de estratégia é apropriado é
quando existe o receio de a outra parte não ter uma ação ética.
Uma outra estratégia
muito conhecida é a competição/dominação, onde o próprio nome da estratégia
define o tipo de comportamento. A vantagem deste tipo de atitude é que pode
estimular a criatividade, a rapidez e energizar as pessoas. A grande desvantagem
é que cria ressentimentos da outra parte interveniente, o que pode dificultar
negociações futuras. Este tipo de estratégia não é aconselhável em ambientes abertos
e participativos e quando o assunto é complexo. No entanto é adequado quando uma
decisão que não agrada ambas as partes tem de ser tomada e o prazo limite de tempo
está a expirar.
O
compromisso permite soluções rápidas não gerando perdedores em ambas as partes.
Por norma, com este tipo de estratégia, nenhuma das partes fica satisfeita
ocorrendo o abafamento de idéias criativas para os problemas. Essa estratégia
torna-se apropriada quando ambas as partes intervenientes detêm poderes
equilibrados e quando é necessária uma solução temporária para um problema
complexo. É desaconselhável quando a questão a ser resolvida necessita de uma
abordagem colaborativa.
Outra
estratégia de gestão de conflitos é a colaboração. Neste tipo de situação, vai
acontecer ambas as partes lidarem com os problemas e não com os sintomas. Vão
lidar com interesses e não posições, o que é uma vantagem da colaboração. O
único inconveniente a salientar é o tempo excessivo que é necessário neste tipo
de situações. Quando se tem de tomar uma decisão em longo prazo e os assuntos
são complicados é uma estratégia adequada, mas se o tempo é escasso e a outra parte
atua de um modo competitivo é uma estratégia a não ter em consideração.
Trazendo essas estratégias para dentro
das escolas, onde as situações devem ser solucionadas rapidamente para não
gerarem problemas de maior proporção, fica clara a necessidade de atuação de um
grupo que realmente atue de forma clara, rápida e firme. A construção de um clima escolar positivo e o
enfrentamento das violências não é uma tarefa simples. A violência é,
provavelmente, o fenômeno mais complexo com o qual a humanidade se defronta.
Seu enfrentamento exige contínuas ações integradas a distintas estratégias,
pois cada escola, cada ser humano é, e sempre será, conforme Antunes (2003,
p.10)
Um verdadeiro universo de individualidade; suas ações, seus motivos,
seus sentimentos constituem paradigma único [...] modelado por uma fantástica
constelação de neurônios que jamais se duplica de forma inteiramente igual em
pessoas diferentes, cada um é portador de um código biológico, uma história
particular de vida e um volume imenso de circunstâncias que evoluíram e evoluem
de forma dinâmica.
Portanto embora os conflitos possam ser
resolvidos pelas partes envolvidas, ainda assim é necessária a intervenção do
gerente, principalmente quando se torna obvia a não administração por parte dos
envolvidos. Porém precisa-se fazer a análise dessa necessidade, saber qual o
tipo de intervenção apropriada para cada caso e como se deve intervir, ou seja,
que recursos deverão ser empregados.
O gestor não pode ser visto como aliado
de nenhuma das partes. Não cabe a ele o ato de julgar e sim de facilitar,
mediar e conciliar, portanto é preciso que ele se mantenha na sua
imparcialidade.
Na escola pesquisada o grupo gestor procura
agir de forma consciente na intervenção de conflitos. Sendo gerados entre
funcionários, busca-se promover o diálogo entre as partes e quase sempre a
situação é resolvida.
Quando o conflito é entre alunos e
funcionários, o que se torna mais grave, diretora e coordenadora usam as normas
definidas no Regimento Interno da escola para aplicar as sanções estabelecidas.
Isso só é feito após a tentativa de diálogo e resolução por parte dos
funcionários. Quando o problema persiste é preciso tomar medidas mais ordeiras.
Somente nos casos mais extremos, onde há riscos para qualquer um dos envolvidos,
busca-se uma solução externa.
No entanto, ao se tratar de conflitos
entre os próprios alunos a situação foge ao controle do grupo gestor,
principalmente porque na maioria dos casos o problema tem razoes externas.
Muitos alunos vivenciam diariamente esse tipo de transtorno, às vezes dentro da
própria casa. Com isso eles já chegam à escola com certa revolta e tudo se
torna muito constante em sua vida. Às vezes até uma brincadeira costumeira pode
propiciar desentendimento e até atos violentos.
Nesses casos o grupo gestor busca,
juntamente com a família, resolver a situação. Porem isso nem sempre é
possível, principalmente quando se trata de adolescentes que acreditam já ter o
domínio de tudo. Quando não acontece o entendimento é necessário recorrer a
outros órgãos, como o Conselho Tutelar e, em casos mais complexos, recorre-se à
Promotoria Pública. Portanto para facilitar a gestão do conflito, o gestor
deverá procurar soluções construtivas e não se identificar demasiadamente com o
conflito em curso, deverá saber escolher estratégias de resolução para cada caso
e, acima de tudo, deverá ter a consciência do que não sabe, procurando formação
adequada na gestão de conflito, se de tal sentir necessidade.
5 PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
[...]
não é possível supor a escola como uma instituição independente ou autônoma em
relação ao contexto sócio-histórico, não se pode supor que haja um espelhamento
imediato entre ela e suas instituições vizinhas. Isso porque não se pode
admitir que o cotidiano escolar seja marionete (e seus protagonistas, reféns) das
imposições externas. (AQUINO, 2003, p. 40).
Levando-se em consideração à formulação do problema, seu
objetivo geral e os específicos, bem como a fundamentação teórica, são
disponibilizados os aspectos metodológicos da pesquisa. Este trabalho pode ser
caracterizado como uma pesquisa qualitativa e quantitativa, por proporcionar um
relacionamento mais longo e flexível entre o pesquisador e os entrevistados.
Com o objetivo de responder aos questionamentos e formalizar a coleta de dados,
optou-se pela utilização de questionários de entrevista, onde um grupo
selecionado entre funcionários, professores e pais foi escolhido
aleatoriamente, por meio de sorteio, para a resolução dos mesmos.
O objetivo central da opção pelo questionário foi
identificar sentimentos, atitudes e ideias dos participantes, a respeito de um
determinado assunto: a convivência escolar. Sob o ponto de vista dos
participantes, a reunião foi completamente flexível e bem estruturada, dando
margem à discussão proposta. Entretanto, sob a perspectiva do pesquisador houve
um planejamento sobre o que deveria ser discutido com base nos objetivos
propostos.
O “roteiro de debate” (apêndices B, C, D e E) foi o
parâmetro utilizado pelo pesquisador para conduzir o grupo entrevistado,
servindo apenas como meio de orientação.
Foram convidados 04 professores que atuam na escola, nas
séries finais do Ensino Fundamental, selecionados aleatoriamente com base no
interesse em discutir o assunto sobre a convivência escolar e a resolução de
conflitos entre alunos e entre professores e alunos.
Formou-se ainda um grupo com 04 alunos, 04 servidores, 04
pais e 02 funcionários do corpo administrativo, (Digitador e agente
administrativa).
5.1 Caracterização da escola
A escola João Amaro de Souza fica localizada na Avenida
José Geovane Amaro Camelo, S/N, Salitre, Canindé, Ceará.
A escola dispõe de 04 salas de aula, 01 biblioteca, 01
laboratório de informática, 01 secretaria, 01 sala de recepção, 01 cantina, 01
despensa, 01 almoxarifado, 04 banheiros, sendo um deles adaptado para o
atendimento a pessoas portadoras de deficiência física e um pátio amplo. Nas
dependências da escola tem uma quadra poliesportiva que atende não só aos
alunos como também a comunidade em geral.
Em 2010 a escola recebeu um recurso de Acessibilidade do
Governo Federal para fazer adaptações para o atendimento educacional aos
portadores de Necessidades Educativas Especiais (NEE). Com o recurso foi
possível aumentar a largura das portas, fazer rampas de acesso e adaptar um dos
banheiros. Os educandos com NEE são atendidos nos turnos e salas regulares e
recebem atendimento especializado no contra-turno de suas aulas. Apesar de não
ter uma sala para o Atendimento Educacional Especializado (AEE), foi feito uma divisão
da biblioteca em três compartimentos: um para a sala de AEE, um para aulas de
reforço escolar e outro para atividades de leitura.
A escola funciona em quatro turnos: de 07:00 a 10:50 (manhã),
de 11:00 a 14:50 (intermediário), de 15:00 a 18:50 (tarde) e de 19:00 a 22:00
(noite). Os alunos matriculados na própria escola são atendidos nos três
primeiros turnos e à noite a escola é cedida à escola Estadual Paulo Sarazate,
que tem sua sede na cidade de Canindé e tem anexos em diversas comunidades
rurais para atendimento aos alunos do Ensino Médio. Essa organização dos turnos
se deu após a cobertura da escola pelo Programa Mais Educação, no ano de 2011.
O número de alunos matriculados na escola João Amaro de
Souza em 2012 foi de 201 alunos, distribuídos da seguinte forma: 28 alunos do
3º ano, 33 alunos de 4º ano, 35 alunos de 5º ano, 26 alunos de 6º ano, 27
alunos de 7º ano, 20 alunos de 8º ano, 17 alunos de 9º ano e 15 alunos de EJA
3ª etapa (6º e 7º ano), num total de 201 alunos.
Os alunos do Ensino Fundamental que moram longe da
escola, geralmente em assentamentos rurais e fazendas vizinhas, são atendidos
pelo Programa de Transporte Escolar, onde um ônibus mantido pela Secretaria de
Transportes do Município faz o transporte desses alunos. Já os alunos do Ensino
Médio são transportados por carros pau-de-arara, que não oferecem as mínimas
condições de segurança. Apesar disso o ensino médio rural é visto como um
grande marco nas comunidades do município de Canindé, pois até bem pouco tempo
os alunos que concluíam o ensino fundamental tinham que se deslocar até a sede
municipal para concluírem a educação básica.
A clientela atendida na escola em questão é bem mista. Tem
alunos com deficiência intelectual, auditiva, física e outras, alem de usuários
de drogas e com problemas de indisciplina. Esses alunos são, na maioria dos
casos, excluídos da sociedade e encontram na escola o único abrigo onde possam
ser acolhidos, respeitados e porque não dizer, amados. Muitas vezes os próprios
funcionários da escola são preconceituosos em relação a esses alunos. Quando
isso é percebido são tomadas providencias pela direção da escola no sentido de
coibir qualquer ato desta natureza.
No ano de 2011 a escola João Amaro recebeu um novo quadro
de funcionários devido a um concurso público ocorrido no município. Atualmente
a escola conta com 06 professores concursados, sendo 02 efetivos, além de 07
professores contratados; 06 auxiliares de serviços gerais, 04 porteiros, 03
vigias, 01 secretária, 02 auxiliares de secretaria e 01 monitor de artes. Os
funcionários da escola são, em sua maioria, ex-alunos da própria escola.
Um professor formado em Matemática assumiu a coordenação
do Programa Mais Educação em 2012 e outra professora assumiu a turma de AEE
desde 2011.
O grupo gestor da escola é formado por uma diretora, uma
coordenadora pedagógica e um coordenador de apoio. Todas as decisões referentes
ao funcionamento da instituição são tomadas em conjunto, porém no referente ao
contrato e atuação de profissionais dentro da escola as decisões cabem aos
líderes políticos da comunidade. Isso quer dizer que os professores e
funcionários contratados não foram indicados pelo grupo gestor e não cabe a ele
fazer interferências nesse processo.
Apesar de ser uma escola da zona rural, a escola João
Amaro apresenta um quadro de profissionais à altura dos profissionais das
grandes cidades, pois alem da formação, são profissionais realmente
compromissados com a educação e com a comunidade na qual atuam.
5.2 Sujeitos da pesquisa
A entrevista foi realizada com a diretora da escola, 03
professores, 03 auxiliares de serviços gerais, 02 agentes administrativos e 10
alunos. Para a seleção foi realizado um sorteio. Em relação aos alunos, só
foram escolhidas aqueles que fazem parte Ensino Fundamental II, por esse o
maior foco de conflitos existentes na escola.
Os professores da escola em questão, a exemplo dos
professores do município de Canindé, trabalham no sistema de 27 horas, ou seja,
professores com carga horária semanal de 40 horas têm a seguinte distribuição:
27 horas de regência em sala de aula, 02 horas destinadas ao planejamento, 06
horas de atividade coletiva e 05 horas de locais livres. Nas suas atividades coletivas
o professor deve permanecer na escola, realizando estudos e pesquisas para
melhorar sua técnica e tornar as aulas mais produtivas. Já nos locais livres
ele pode realizar qualquer atividade que julgar necessária à sua prática
educativa, seja dentro ou fora da escola. Alguns profissionais usam seus locais
livres para participarem de cursos de formação e outros estudos para auxiliar
no seu currículo.
6
APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
Quando
as pessoas pensam que o conflito é inevitável, e o acordo, impossível, seu
comportamento variará desde a passividade até a extrema atividade. Se a
importância for baixa, tenderão a ser passivas e dispostas a deixar que a sorte
decida (como numa aposta de cara ou coroa) o conflito. Se a importância dada
for moderada, deixarão que o conflito seja decidido por um julgamento de
terceiros. E, finalmente, se a importância for alta, empenhar-se-ão ativamente
num confronto de ganha ou perde, ou de luta pelo poder. (HERSEY e BLANCHARD,
1986, p. 356).
6.1 O ponto de vista dos alunos
Dois alunos consideram que a sua escola valoriza o bom relacionamento
entre alunos e entre alunos e professores. Eles observaram que a maioria dos
alunos raramente se envolve com agressões físicas, pois quase a totalidade
afirma nunca ter sofrido esse tipo de ocorrência, salvo empurrões, sofridos principalmente
pelos mais jovens e mais novos na escola. Entretanto, são bem mais frequentes as
agressões verbais, como insultos, exposição ao ridículo com apelidos,
difamação, rejeição e isolamento.
Cinquenta por cento dos alunos consideram que existem
muitos conflitos na escola e que muitas vezes se transformam em brigas
violentas.
Os pontos negativos encontrados pelos entrevistados foram
que alguns casos ocorrem também entre professores e alunos e não somente entre
eles. Segundo os alunos, o furto ou danificação de pertences também é frequente
devido à falta de trancas nas portas.
Complementando os dados sobre a percepção de aumento na
incidência de conflitos, verifica-se que quase a metade dos alunos considera
que a relação entre alunos e alguns professores é difícil. A proporção de
alunos que relata ter sofrido agressão, mesmo que verbal, da parte do professor
é significativa. As principais queixas de agressão perpetrada pelos professores
consistem em ser insultado, ridicularizado ou desprezado.
6.2
O ponto de vista da diretora da escola
Como
educador, devo estar constantemente advertido com relação a este respeito que
implica igualmente o que devo ter por mim mesmo. ...o respeito à autonomia e à
dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não
conceder uns aos outros (FREIRE,1996, p. 59).
A escola é feita de momentos, sendo que a forma que ela
assume em cada situação é sempre o resultado provisório do movimento permanente
de transformação, pressupondo tensões, conflitos, esperanças e busca por
propostas alternativas.É provável que muitas vezes nos preparemos para uma
forma de trabalho em que as famílias não compreendam de imediato, por isso não
respeitam as normas e as decisões tomadas. Enquanto temos que ter uma visão mais
ampla do contexto em que se dá a educação atualmente, onde a família não tem
mais os preceitos de responsabilidade pela educação dos filhos.
Hoje a nossa missão enquanto educadores é buscar uma
escola democrática visando uma a qualidade educacional, com professores
graduados, dentro de suas áreas e satisfeitos com seu trabalho. Para iniciarmos
um processo de implantação de uma gestão democrática dentro da escola é
necessário que a tomada de decisões seja em conjunto, onde a comunidade escolar
como um todo possa participar ativamente.
O ponto positivo encontrado na pesquisa é a credibilidade
dos educadores no compromisso com a aprendizagem dos alunos, resolvendo tudo
através de reuniões, de forma democrática. Alem disso a confiança que eles têm
na gestão da escola João Amaro é um fator contribuinte nesse processo.
Na coleta de dados um dos pontos negativos apontados por
alguns professores foi a dificuldade das famílias de aceitarem as normas da
escola. Uma justificativa para essa situação é que em gestões anteriores os
pais reclamavam dos professores e eram feitas mudanças sem que os profissionais
fossem comunicados previamente. Outra situação apontada como sendo uma
dificuldade para execução de um bom trabalho pela equipe de gestão é que as
mães não gostam de acordar cedo, por isso querem escolher os horários dos filhos
estudarem, sem uma preocupação com o aprendizado. Em relação a isso a gestão
atual busca mostrar para os pais que alguns procedimentos como escolha de
horários é uma adequação ao próprio estabelecimento, e que se deve levar em
conta o número de salas disponíveis (04), a idade dos alunos e, principalmente,
o processo de ensino-aprendizagem. Conforme Abramovay (2005,p.3).
A violência é um fenômeno que vem tendo destaque cada vez maior no mundo
contemporâneo, sendo cotidianamente discutido, o que leva à necessidade de se
analisar o contexto em que ele se inscreve. É necessário, principalmente,
discutir as práticas individuais e coletivas nas quais este fenômeno tem lugar
e o conjunto de normas de convivência instituídas que lhe são subjacentes, uma vez
que a violência é ressignificada segundo tempos, lugares, relações e
percepções, e não se dá somente em atos e práticas materiais.
6.3
O ponto de vista dos auxiliares de
serviços
Os profissionais afirmaram sentir-se desvalorizados na
escola e alegaram que só eram reconhecidos quando eram chamados para trabalhar,
muitas vezes eram chamados na secretaria para receberem reclamações. No entanto
esta situação já tem melhorado. Eles afirmam que hoje eles já são ouvidos e com
isso se sentem mais próximos do núcleo gestor.
Toda coleta foi baseado com entrevistas onde o
questionamento foi convivência, organização de trabalho e valorização
profissional. Porém, a forma de organização de gastos e aplicação de verba
oriundas dos programas como o PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), também
foi citado pelos profissionais. Segundo eles, a falta de espaço para guardar o
material comprado com esse dinheiro sempre foi um grande problema, no entanto
essa questão não é meramente da direção, mas dos governantes, que são os responsáveis
por distribuir os recursos para construções e ampliação dos prédios escolares.
Mesmo assim, a diretora tenta buscar sempre uma maneira de levar as
reivindicações até os órgãos competentes, no sentido de solucionar os problemas
existentes.
Eles destacaram como ponto positivo as reuniões que são
feitas cotidianamente. Sempre que surge um problema na escola os funcionários
são convocados para buscar, em conjunto,uma solução para o mesmo. Essa técnica
é interessante, pois promove a participação e a troca de ideias, tornando o
trabalho mais eficaz.
Os funcionários entrevistados afirmaram ainda que os
conflitos entre eles existem, às vezes, afinal a diferença entre opiniões faz
com que alguns tenham dificuldade de ceder, mas que isso nunca chegou ao
extremo. Até mesmo porque são pessoas maduras e capazes de resolver seus
próprios conflitos. Raramente necessita da intervenção da direção, mas se for o
caso, ambas as partes são chamadas e o assunto é discutido até que haja um
acordo. Diz Almeida (2001,p.85)
Para
Wallon, os conflitos são essenciais ao desenvolvimento da personalidade. O conflito faz parte da natureza, da vida
das espécies, porque somente ele é capaz de romper estruturas prefixadas ,
limites predefinidos. O conflito atinge os planos sociais, morais, intelectuais
e orgânicos.
6.4
O ponto de vista dos professores
O ponto positivo apontado pelos professores, relacionado
à escola João Amaro e, consequentemente à gestão, é o espaço aberto pra
diálogos.
Sabe-se que no meio educacional sempre irão existir
pessoa mais compromissadas, que procuram oferecer um ensino de qualidade, e que
estão realmente preocupados com a aprendizagem. Mas teremos também
profissionais descompromissados e que usam a educação apenas como mais uma
fonte de renda, esquecendo-se do papel social que ela representa.
Uma preocupação apontada pelos professores entrevistados
foi a busca de estratégias para melhorar a aprendizagem e diminuir o índice de
reprovação. Uma sugestão para o ano de 2012 é uma forma de trazer os pais para
a sala de aula e mostrando a importância do cumprimento de papeis de cada
seguimento: Família, Estado e Escola.
Os professores falaram que os pais estão se afastando da
escola por causa das inúmeras reclamações que ouviam, ou seja, a escola só os
convocam quando surge algum problema. Para sanar esse tipo de transtorno foi
apontada a necessidade de trazer os pais não para reclamar, mas sim para
apresentar as estratégias de trabalho, os resultados positivos alcançados pelos
alunos e a importância da família no processo educativo como um todo.
Um ponto negativo, segundo os professores,é a ausência
dos valores morais nos alunos, apontado como sendo o principal motivo dos
conflitos gerados na escola. Está acontecendo um certo distanciamento entre o
que a escola deve oferecer e o que a família quer que ela ofereça. Enquanto o
papel da escola é o de formar cidadãos críticos, capazes de progredir
profissional e pessoalmente, a família vê a escola como um ponto de escape.Hoje
o que percebemos são pais que querem que os filhos passem o dia na escola,
independente do que está sendo oferecido. Diante disso é jogada a
responsabilidade da vida do aluno para a escola e para os professores.
Muitos professores sofreram e ainda sofrem com o
desrespeito não só por parte dos alunos, mas também com a falta de apoio da
família na resolução de conflitos. Relacionado ao convívio profissional o que
se percebe é que o grupo consegue interagir e respeitar-se, buscando cumprir
seu papel com ética. Isso promove um equilíbrio entre o profissional e o
pessoal.
A falta de acompanhamento pedagógico e de espaço para
acontecer os projetos que chegam à escola também foi citado pelos professores
como sendo um fator negativo na escola em questão.
CONCLUSÃO
Diante
do que foi apresentado, podemos considerar, dentro da moralidade e da ética que
envolve o processo educativo e, principalmente, no referente ao papel
primordial do diretor e coordenador escolar a clareza de uma ação desfocada
daquilo que se espera de um verdadeiro líder.
Concluímos o presente
estudo com a esperança de que esse trabalho seja uma oportunidade de
conhecimento das causas aqui apresentadas, bem como uma forma de repensar o
papel de uma gestão baseada nos princípios da democracia.
O estudo efetuado mostrou que não há um
único modelo de gestão democrática a ser adotado ou aplicado, nem uma maneira
certa ou errada de dirigir uma escola, porque os interesses são distintos,
dependendo da comunidade local das suas perspectivas e dos interesses dos
envolvidos. O que se pretende, na verdade, é que o gestor escolar busque meios
para solucionar os impedimentos entre a teoria e a prática, repensando a sua
maneira de administrar, se questionando quanto às tomadas de decisões, se estas
estão atendendo as necessidades da comunidade, partindo dele a atitude de
trabalho cooperativo ou coletivo, respeitando as opiniões dos participantes do
processo educativo.
Buscamos ainda oferecer os
conhecimentos básicos de algumas das estratégias para uma eficaz gestão dos
conflitos num contexto organizacional.
Já vimos como as atitudes das pessoas podem
prejudicar qualquer resolução construtiva dos problemas, podendo mesmo
dimensionar o lado destruidor do conflito. No entanto, uma cultura organizacional
demasiado rígida e hierárquica pode igualmente dificultar a gestão do conflito.
Não pretendemos aqui dizer que a melhor
forma de gerir os conflitos é esta ou aquela, mas que não se deve achar que só
porque eles são inevitáveis devemos deixá-los a mercê do descaso. É função dos
gestores escolares intervirem sempre que necessário, de forma justa e sábia.
Portanto, diante dos fatos aqui
apresentados, vale salientar que o modelo de gestão também tem influência
direta na resolução de determinados problemas. O modelo atual de indicação não
é o ideal, pois faz com que os diretores acabem se posicionando contra a sua
ética profissional para seguirem uma ideologia (política) que não é sua e que
muitas vezes tomam proporções fora dos ideais defendidos pela educação.
É preciso que o grupo gestor de
qualquer instituição de ensino seja realmente democrático. Quando isso é
atendido rigorosamente desde a sua seleção fica bem mais fácil tomar posições
diante de situações conflituosas e o seu papel pode ser mais bem executado.
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1999
APÊNDICES
APÊNDICE A: RELATÓRIO
DE COLETA DE DADOS
No dia 06 de fevereiro de
2012, nos reunimos na escola João Amaro de Souza, para fazer uma organização de
trabalho. Estavam presentes os auxiliares de serviços dos turnos manhã, tarde e
noite, para que buscássemos uma forma de trabalho capaz de atender às
necessidades da escola e consequentemente da comunidade escolar.
Para não haver nenhum
conflito e desentendimento, iniciei conversando sobre o calendário escolar e sobre
os sábados letivos. A servidora Maria Amaro Martins disse que elas tinham
consciência de como seria, porém reclamaram que no ano anterior elas teriam cumprido
os horários e as outras não. Chegamos a um acordo em que nesse ano de 2012 todas
trabalhariam por igual, nenhuma a mais e nenhuma a menos.
Também ficou acertado que
no momento que houvesse uma discórdia entre elas, que as mesmas iriam manter-se
calmas e no momento oportuno, quando já se sentissem preparadas
psicologicamente,seriam chamadas para buscarem um acordo sensato. Assim ficamos
todos satisfeitos com os acordos firmados.
Hoje o maior problema que
temos entre os funcionários é eles se preocuparem com os outros, se um trabalha
menos ou sai mais cedo. De certa forma, essa tem sido uma preocupação da gestão:
manter a igualdade de direitos e deveres entre todos os funcionários. A
situação melhorou muito, tento mostrar que eles são muito importantes para a
nossa comunidade escolar. Alguns servidores têm muito tempo de serviço prestado
e por isso sentem-se nodireito de reclamar com os que não têm tanto tempo
assim, existem ainda outros que não possuem um bom convívio fora da escola,
outros que têm dificuldades de respeitar regras e que querem passar por cima de
tudo.
Logo que assumi a gestão
dessa escola eram constantes as brigas dentro da cantina.Existia um caso de
constante desrespeito com os alunos, onde uma funcionária xingava e destratava
os alunos dentro da escola. Diante dos fatos chamei a servidora e disse a ela
qual seria a punição se a família desse parte dela, mas nem por isso ela se
convenceu.Isso aumentou ainda mais a minha preocupação e procurei saber o real
motivo de tanta revolta. Foi então que soube que ela estava passando por
problemas pessoais e, após uma conversa, coloquei-a para trabalhar em outra
escola e os problemas foram solucionados.
No dia 08 de fevereiro de
2012, reuni o digitador da escola João Amaro, José Alefe e a agente
administrativa Carla Adriele para organizamos como seria a recepção dos alunos,
pois muitas vezes nos deparamos com situações de alunos que não querem
respeitar, nem seguir as regras da escola e que nem por esse motivo deveriam
ser desagradáveis com eles. Os servidores alegaram ter dificuldade porque os
alunos não os obedecem. Citaram casos em que os alunos chegam a agir com
desrespeito. Essa situação ficou complicada, pois sabemos que hoje muitas
famílias não colaboram com a escola, mas ficou decidido que a coordenadora
pedagógica, juntamente com os professores, iriam preparar um projeto para se
trabalhar os valores morais e a necessidade do respeito com os servidores, com
os colegas e as demais pessoas.
Do dia 23 ao dia 27 de
janeiro de 2012 estivemos reunidos na escola pólo João Amaro de Souza, eu, o
grupo gestor do referido pólo e todos os professores das escolas que fazem
parte do mesmo: Saria Cruz da Silva (Salitre), Edite Pinto (Girita), Assis
Damasceno (Barragem), Dr. Otavio Facundo (Assentamento Logradouro), Osvaldo
Fonseca Coelho (Frios) e também os Centros de Educação Infantil (CEIs) Maria
Amaro Camelo (Salitre), e Juvêncio Câmara (Assentamento Logradouro).
Apresentei como seria os
trabalhos de 2012, os novos funcionários das escolas, o PPP, o regimento
interno da escola, falamos também sobre a convivência, a recepção dos
funcionários o respeito e o compromisso que todos devem ter para tornar o
ambiente de trabalho mais agradável.
Sabemos que hoje nós somos
um grupo e que o ideal é que permaneça assim. Quando se tem uma equipe e alguém
decide fazer parte dela é preciso buscar se adequar para não cometer nenhum
equívoco.
Fizemos o calendário de
eventos da escola e tivemos certo problema quando eu chamei a atenção dos
professores que trabalham para o município e o estado ao mesmo tempo e pedi a
eles que se dedicassem ao Município como eles se dedicavam no Estado, mas eles
se ofenderam e fizeram um certo movimento.
Chamei novamente pra conversar e deixei bem claro que eu exigia apenas a
dedicação e que não precisavam ficar chateados. O fato é que vejo que muitos
professores desenvolvem um trabalho excelente quando estão prestando serviço
para a escola Paulo Sarasate (extensão Salitre), que é um contrato a nível
estadual e que deixam a desejar quando estão desempenhando seu papel no âmbito
municipal.
Mas o meu maior problema
hoje está sendo encaixar cada professor com suas 27 horas, direito garantido
pelo Plano de Cargos, Carreira e Rendimentos (PCCR), pois alguns professores
que tem 100h no estado e querem 200h no Município precisam de uma flexibilidade
de horários para as aulas não se chocarem. Alguns professores têm certa
dificuldade em colaborar com as decisões tomadas pela equipe de gestão, às
vezes ficam chateados quando solucionados a assumirem seu papel de educador e o
compromisso firmado com a equipe. Diante disso chamei a todos e apresentei o
Regimento Interno da Escola e mostrei a função de cada um, os seus deveres, os
seus direitos e o que é vedado, para que assim pudéssemos trabalhar em grupo.
Tive uma grande demanda de
aposentadoria no ano de 2011 e uma já no inicio de 2012, e algumas vezesos
novos funcionários sentem dificuldade de adaptação, alguns não gostam de seguir
regras e tentam, através de suas ações,impor limites e estabelecer suas
próprias leis diante do grupo. Quando isso ocorre é necessário sentarmos
novamente e conversarmos sobre o Regimento Interno da Escola.
Alguns professores tentam
jogar a comunidade contra a direção da escola, pois sabemos que os pais são muito
próximos devido ao fato de sermos todos da mesma comunidade. Em
algumasocasiõesprofessores tentam convencer os pais que a responsabilidade pela
aprendizagem dos alunos é inteiramente da direção, como ocorreu em uma reunião.
Uma professora disse aos pais que existia uma turma muito numerosa e que não
tinha rendimento, mas já tinha repassado para a direção da escola e que se os
alunos não obtivessem aprovação não era culpa dela, mas da diretora. Os termos
usados não convenceram, pois todos sabem que a responsabilidade pela aprendizagem
e sucesso dos alunos é de todos e não de uma só pessoa.
Chamamos a professora,
conversamos com ela e expliquei qual é o papel do professor na escola e que em
vez de buscar culpados pelo fracasso escolar o ideal seria buscar soluções para
o problema, pois uma sala numerosa exige uma metodologia ou um conjunto de
mecanismos para que o resultado seja positivo. Alem disso foram apresentadas
algumas técnicas de ensino que poderiam proporcionar uma melhor aprendizagem e
facilitar o trabalho.
Houve um problema entre a
comunidade de Barragem, onde fica a escola Assis Damasceno e a localidade de
Girita, onde fica a Escola Edite Pinto. Foi detectado que o número de alunos
das duas localidades não é suficiente para manter as duas escolas abertas, mas
os pais da Barragem não quererem mandar os filhos para a Giritae vice-versa. Os
pais da localidade de Girita fizeram um abaixo-assinado e enviaram para a
ouvidoria publica de Canindé, para a pessoa do senhor Marcos Coelho. O pedido
foi aceito e tomadas as devidas providências para se resolver o caso, já que as
crianças não podiam ficar sem estudar.
Sexta-feira, dia
10/02/2012 houve uma convocação por parte das duas localidades para decidirmos
o que seria feito. Primeiramente expus o caso falei sobre a ouvidoria, mas os
pais da Escola Edite Pinto não quiseram aceitar e acharam melhor mandar para a
localidade de logradouro. Foi então que falei o motivo da reunião era para que,
juntos, nós resolvêssemos essa situação sem atrito e sem discórdia.
Os pais falaram da
preocupação em colocar os filhos no carro do transporte escolar, um
pau-de-arara que não oferece a menor segurança, alem disso era muita responsabilidade
para o motorista. Eu concordei e solicitei à professora da turma que dividisse
essa responsabilidade, mas ela alegou que só ficaria dessa forma se tivesse um
aumento nos seus rendimentos e se manteve firme na sua posição. Falou que a
aula dela termina 10h40min e que não iria ficar nenhum minuto a mais. Diante
dessa posição chamei uma auxiliar de serviços e pedi sua colaboração. Ela
prontamente atendeu minha solicitação e dos pais, se comprometendo a vir no
carro acompanhando as crianças, ficar os 20 minutos restantes com elas e voltar
no carro, entregando-asaos seus pais.Alem disso ela e o motorista foram
orientados acolocar as crianças menores na boléia do carro. Dessa forma todos
concordaram e ambas as partes ficaram satisfeitas, aceitando que diante de qualquer
problema poderíamos nos reunir novamente.
As informações contidas nesse trabalho
pertencem a Escola João Amaro de Souza.
APENDICE B: QUESTIONÁRIO
APLICADO AOS PAIS
NOME:
__________________________________________ IDADE: ________
ENDEREÇO:
____________________________________________________
01. COMO É A SUA
RELAÇÃO COM AS PESSOAS QUE TRABALHAM NA ESCOLA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
02. SE OCORRER UM
CONFLITO NA ESCOLA ENVOLVENDO SEU FILHO O QUE VOCÊ FARÁ PARA RESOLVER ?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
03. VOCÊ SE SENTE
RESPEITADO DENTRO DA ESCOLA? FALE UM POUCO SOBRE ISSO.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
04. VOCÊ JÁ
ENCONTROU ALGUM OBSTÁCULO QUE O IMPEDISSE DE RESOLVER ALGUMPROBLEMA NA ESCOLA
ONDE SEU FIOLHO ESTUDA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
05. VOCÊ ACHA QUE A
ESCOLA ATENDE ÀS NECESSIDASDES DO SEU FILHO? COMO?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
APÊNDICE C: QUESTIONÁRIO
APLICADO AOS PROFESSORES
NOME:
_________________________________________________
ENDEREÇO:
____________________________________________
SITUAÇÃO FUNCIONAL: ( ) CONTRATADO ( ) EFETIVO (
) CONCURSADO
TEMPO DE SERVIÇO: __________
01. COMO ESTÁ A SUA
CONVIVÊNCIA NA ESCOLA:
COM OS
ALUNOS?______________________________________________________
______________________________________________________________________
COM OS PAIS?
_________________________________________________________
______________________________________________________________________
COM OS COLEGAS?
____________________________________________________
______________________________________________________________________
COM O GRUPO
GESTOR? ________________________________________________
______________________________________________________________________
02. NUMA SITUAÇÃO DE
CONFLITO, COMO VOCÊ SE POSICIONA ENQUANTO PROFISSIONAL?
___________________________________________________________________
03. O QUE VOCÊ ACHA
QUE DEVERIA SER FEITO PARA MELHORAR O SEU TRABALHO?
04. COMO VOCÊ AVALIA
A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO, PROFESSOR-COORDENADOR E PROFESSOR-PAIS?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
05. VOCÊ ACHA QUE AS
FAMÍLIAS ESTÃO COLABORANDO COM A ESCOLA E CUMPRINDO COM SEU PAPEL? JUSTIFIQUE.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
APÊNDICE D: QUESTIONÁRIO
APLICADO AOS FUNCIONÁRIOS ADMINISTRATIVOS
NOME:
___________________________________________________
ENDEREÇO:
____________________________________________
SITUAÇÃO FUNCIONAL: ( ) CONTRATADO ( ) EFETIVO (
) CONCURSADO
TEMPO DE SERVIÇO: __________
01. COMO VOCÊ AVALIA
O TRABALHO REALIZADO NA SUA ESCOLA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
02. COMO É A SUA
CONVIVÊNCIA NO SEU LOCAL DE TRABALHO?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
03. O QUE VOCÊ ACHA
QUE DEVE SER FEITO PARA DIMINUIR OS CONFLITOS DENTRO DA ESCOLA?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________
04. COMO VOCÊ AVALIA
O PAPEL QUE VEM SENDO DESEMPENHADO PELO GRUPO GESTOR DE SUA ESCOLA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
05. QUAIS AS MAIORES
DIFICULDADES QUE VOCÊ ENCONTRA PARA DESEMPENHAR SEU PAPEL NA UNIDADE ESCOLAR E
O QUE VOCÊ ACHA QUE DEVE SER FEITO PARA MELHORAR?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
E: QUESTIONÁRIO
APLICADO AOS ALUNOS
NOME:
_________________________________
_______ ANO
ENDEREÇO:
____________________________________________
01. COMO VOCÊ
AVALIA O PAPEL QUE SEUS POROFESSORES VÊM DESEMPENHANDO NA SALA DE AULA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
02. SE VOCÊ
PUDESSE MUDAR ALGUMA COISA NA ESCOLA O QUE SERIA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
03. COMO VOCÊ SE
POSICIONA DIANTE DE ALGUMA SITUAÇÃO COM A QUAL VOCÊ NÃO CONCORDA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
04. COMO É A SUA
CONVIVÊNCIA NA ESCOLA COM COLEGAS, PROFESSORE E NÚCLEO GESTOR (DIRETORA,
COORDENADORA, SECRETÁRIA)?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
05. COMO VOCÊ
AVALIA O ENSINO NA SUA ESCOLA E O QUE DEVERIA SER FEITO PARA MELHORAR?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________