Girly Paradise Gifs Professora Sandra Bastos: 30 de mai. de 2012
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quarta-feira, 30 de maio de 2012

O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR DIANTE DOS CONFLITOS: UMA ANÁLISE NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL JOÃO AMARO DE SOUZA EM CANINDÉ – CEARÁ



UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC
INSTITUTO UFC VIRTUAL
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR





SANDRA COELHO BASTOS







O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR DIANTE DOS CONFLITOS: UMA ANÁLISE NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL JOÃO AMARO DE SOUZA EM CANINDÉ – CEARÁ











FORTALEZA
2012
SANDRA COELHO BASTOS







O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR DIANTE DOS CONFLITOS:UMA ANÁLISE NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL JOÃO AMARO DE SOUZA EM CANINDÉ – CEARÁ





Trabalho de Conclusão de Curso – TCC submetido à coordenação do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Escolar da Universidade Federal Do Ceará – UFC, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista.

Orientadora: Profª.Me. Maria José Marques




FORTALEZA - CEARÁ
Sandra Coelho Bastos
SANDRA COELHO BASTOS



O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR DIANTE DOS CONFLITOS:UMA ANÁLISE NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL JOÃO AMARO DE SOUZA EM CANINDÉ – CEARÁ


Trabalho de Conclusão de Curso – TCC submetido à coordenação do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Escolar da Universidade Federal Do Ceará – UFC, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista.

Orientadora: Profª. Me. Maria José Marques.

Aprovada em ______/______/_______




BANCA EXAMINADORA



__________________________________________________
Profª.Msª. Maria José Marques (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará (UFC)

__________________________________________________
Profª.Me.


 AGRADECIMENTOS

 A Deus, pela oportunidade;
Aos meus pais, José e Ilma;
A minha família, incentivadora de minhas vitórias;
A minha orientadora, Maria José Marques;
À coordenação do curso, Rogério;
À Secretaria de Educação do Município de Canindé;
À equipe pedagógica da Escola de Ensino Fundamental João Amaro de Souza, pelas contribuições e parcerias nesse trabalho;
Aos sujeitos que participaram desta pesquisa, fornecendo dados relevantes;
Aos meus colegas de trabalho, em especial: Erineuda, Noêmia, Nete, Maria Martins, Marilane, Celimar e Carla Adriele.

 
“O gestor escolar na atualidade tem o desafio de buscar continuamente a melhoria da qualidade de ensino na escola básica. Desse modo, é necessário que se desenvolva uma visão holística da escola como sistema em sintonia com a realidade e tendo a comunicação como parceira, com um olhar que deve sinalizar a prática dentro de uma perspectiva do conhecer para gerar novos significados do ensinar e aprender”.

(Vera Vasconcelos)

RESUMO


O presente estudo procura abordar o papel dos gestores na resolução de conflitos cotidianos na sala de aula. Para tal procedimento busca analisar a situação vivenciada pelos alunos e profissionais da escola João Amaro de Souza, situada no município de Canindé, estado do Ceará. Partindo do questionamento: Qual o papel de uma gestão democrática diante dos conflitos gerados no âmbito escolar, iniciou com uma ampla consulta bibliográfica disponível sobre o assunto, aliada a experiência prática junto à escola em questão, possibilitando uma aproximação entre a teoria estudada e a prática do dia-a-dia. Com o objetivo de responder esta questão e formalizar a coleta de dados, optou-se pela entrevista com alunos e profissionais, possibilitando que eles apresentassem, simultaneamente, seus conceitos, impressões e concepções sobre o tema. Após a transcrição dos dados coletados e a confrontação com os estudos já realizados, os resultados apontaram para a necessidade de rever práticas pedagógicas e estabelecer um modelo de gestão que seja capaz de agir juntamente com a comunidade escolar. Alem disso o gestor deve ter autonomia para tomar decisões junto com seu grupo, para que os conflitos possam ser, se não evitados, mas contornados da melhor maneira possível.

Palavras-chave: Gestão Democrática, Conflitos, Sala de aula, Estratégias.

ABSTRACT

This study seeks to address the role of managers in resolving everyday conflicts in the classroom. For this procedure is to analyze the situation experienced by students and school professionals JoãoAmaro de Souza, located in Canindé, state of Ceará. Starting from the question: What is the role of democratic management in the face of conflicts generated in the school, started with an extensive bibliographic available on the subject, combined with practical experience with the school in question, allowing a closer relationship between theory and practice of the studied day-to-day. In order to answer this question and formalize data collection, we chose to interview students and professionals, enabling them to present both their concepts, ideas and impressions on the subject. After transcribing the data collected and the confrontation with the previous studies, the results pointed to the need to review teaching practices and establish a management model that is able to act together with the school community. Furthermore the manager should have the autonomy to make decisions with your group, so that conflicts can be, if not avoided, but skirted the best possible way.


Keywords: democratic governance, conflict; classroom; strategies.




SUMÁRIO

1     INTRODUÇÃO 08
2     ALGUMAS CONCEPÇÕES SOBRE A GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA 11
3     OS CONFLITOS DO DIA-A-DIA: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS 16
4     COMO LIDAR COM OS CONFLITOS NO CONTEXTO DA ESCOLA JOÃO AMARO DE SOUZA 22
5     PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS 26
5.1 Caracterização da escola..........................................................................26
5.2 Sujeitos da pesquisa.................................................................................27
6     APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS 28
6.1 O ponto de vista dos alunos 28
6.2 O ponto de vista da diretora da escola 29
6.3 O ponto de vista dos auxiliares de serviço 30
6.4 O ponto de vista dos professores 31

7     CONCLUSÃO33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS35
APÊNDICE36


1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho é fruto de uma pesquisa realizada na escola João Amaro de Souza, localizada no distrito de Salitre, no município de Canindé – CE, sobre o papel do gestor escolar diante dos tantos conflitos existentes no dia a dia da sala de aula.
No mundo atual, diante dos problemas sociais e a preocupação com os caminhos da educação, buscamos uma gestão escolar democrática no sentido de conseguir solucionar problemas ocorridos na escola. Acreditamos que o maior comprometimento rumo ao progresso democrático e uma educação de qualidade se transformam em um fenômeno das relações humanas, fazendo com que os conflitos que ocorram na escola sejam reduzidos ao máximo.
Na tentativa de compreender melhor o processo no qual se dá a resolução de conflitos dentro da perspectiva de uma gestão democrática e participativa, nos propusemos trabalhar a temática Como lidar com os conflitos que ocorrem no dia-a-dia da escola.
Sabemos que concepção burocrática restrita não pode ser aplicada à organização escolar, nem deve orientar de modo total ou exclusivo a atividade de gerir na escola. Diante deste contexto, a escola passa por período de redefinição em suas estruturas, na busca de atender às necessidades do mundo moderno, pois a educação por si só não produz mudanças na escola, mas é fundamental dizer que nenhuma mudança é possível sem educação.
Com o comprometimento profissional de quem assume uma escola, e implanta o sistema de gestão democrática tem que aderir o desafio da diversidade em prol da educação, além de ter a consciência que sua atuação deve ter compromisso e precisão, para atender as necessidades da comunidade escolar, respeitando sua cultura, tradições e valores. O papel do gestor da escola é atuar como agente integrador e articulador de ações. Um dos maiores desafios no modelo de gestão democrática é o de enfrentar conflitos e obstáculos dentro dos mais diferentes ambientes, seja na sala de aula, na escola e, porque não dizer, também a comunidade. Contudo o comprometimento com a evolução dos alunos faz com que seja possível a superação dos obstáculos que afetam a realidade escolar.
 .
        Para tanto é necessário a conciliação entre os dados da realidade e a rigidez estrutural da organização, resultante da aplicação dos princípios de autoridade legal, fundados na burocracia.
É bastante comum nos depararmos, no ambiente escolar, com situações conflitantes entre alunos e profissionais, alunos e alunas, mas também entre profissionais e profissionais. Questionamo-nos sobre o que fazer diante de tudo isso. Qual o papel de uma gestão democrática diante desses conflitos? O que dificulta a implantação de uma gestão realmente democrática no sistema político atual? Como assumir o controle de situações como essas que ocorrem diariamente na escola? Quais as principais dificuldades encontradas pelos diretores escolares no âmbito desse contexto?
Para auxiliar na resposta a tais perguntas tomamos como embasamento teórico autores renomados, tais como: Corti (2005), Abramovay (2002), Vasconcelos (2000), Tiba (1996), Freire (2000), Gadotti (1999), dentre outros que contribuíram para uma melhor compreensão do papel da gestão democrática e participativa nos conflitos gerais da escola.
Este estudo foi dividido em três tópicos distintos. O primeiro discute algumas concepções sobre a gestão democrática e participativa, almejando compreender o sentido desta para o bom andamento do processo ensino-aprendizagem.
O segundo conceitua e apresenta algumas consequências que os conflitos provocam ao longo do processo.
O terceiro versa sobre a atuação da gestão democrática da escola em estudo.
A partir daí traçamos o perfil dos sujeitos investigados, analisando a teoria e mostrando como acontece na prática.
Espera-se, com o estudo apresentado, contribuir para novas discussões acerca do assunto em questão, de forma a proporcionar uma maior compreensão sobre como deve atuar um gestor diante dos tantos conflitos escolares, para garantir a melhoria e eficácia do processo ensino-aprendizagem.
Portanto, esta proposta procura à luz dos teóricos estudados, encontrar respostas que satisfaçam as inquietações relevantes e, assim, comparar teoria e prática, assim é possível reavaliar o papel de uma gestão realmente democrática.

2 ALGUMAS CONCEPÇÕES SOBRE A GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA  

A ideia de gestão participativa não é uma coisa nova. Pode-se dizer até que essa é uma das idéias mais antigas de gestão e que nasceu junto com a democracia. Apesar disso, quando se fala em gestão democrática e participativa tem-se a sensação de uma prática nova. Isso ocorre por ser esse um dos mais novos paradigmas da administração.
Até bem pouco tempo prevalecia nas escolas um modelo de gestão ditatorial, onde o diretor era o conhecedor e ditador das regras. Esse é o modelo tradicional de gestão, onde um grupo pequeno de pessoas, geralmente formado por diretor, coordenador e secretário, decide as ações a serem desenvolvidas na escola sem o apoio e nem aprovação dos atores envolvidos no processo educacional (alunos, professores, pais e comunidade). Dessa forma, cada um tinha um papel determinado dentro das instituições: o diretor impunha as ordens, o professor era o mestre do saber e deveria se posicionar como tal e o aluno era o receptor do conhecimento.
No entanto, diante dos avanços tecnológicos, do fácil acesso, da Era da Comunicação Virtual e, principalmente, diante de uma sociedade cada vez mais ciente dos seus direitos e deveres, que participa dos mais diversos campos de inserção, percebemos que a forma de gerir uma escola não estava mais atendendo às necessidades dessa sociedade modernizada e participativa. Por isso não se admitia que a principal fonte formadora de cidadãos fosse gerenciada por uma única pessoa, muito menos que esta agisse sozinha na tomada de decisões.
De forma bem ampla, podemos entender a gestão participativa como uma filosofia ou doutrina que valoriza a participação das pessoas no processo de tomada de decisões, conforme Lück (2006,p.21).

Uma forma de conceituar gestão é vê-la como um processo de mobilização da competência e da energia de pessoas coletivamente organizadas para que, por sua participação ativa e competente promovam a realização, o mais plenamente possível, dos objetivos de sua unidade de trabalho, no caso, os objetivos educacionais.

.
A ideia que se deve ter de gestão democrática vai ao encontro com as ideias de Freire( 2005,p.19) e sua definição para a Educação Popular dizendo que a:
Educação popular como esforço de mobilização, organização e capacitação das classes populares; capacitação científica e técnica. Entendo que esse esforço não se esquece, que é preciso poder, ou seja, é preciso transformar essa organização do poder burguês que está aí, para que se possa fazer escola de outro jeito.

No referente a isso vale salientar que o educador, seja professor, diretor, coordenador pedagógico, precisa enxergar-se como agente transformador e não pode esquecer a sua importância na formação de cidadãos críticos e cientes do seu papel na sociedade, conforme Freire (1996, p. 26) que nos diz que o “educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão”. Ressalta ainda (p. 26), que para se aprender criticamente, exige-se a “presença de educadores e educandos criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes”. Só assim é possível formar sujeitos conscientes, autônomos, que saibam ler as palavras, mas, sobretudo, o mundo ao seu redor.
Algumas características desse modelo de gestão são: o compartilhamento de decisões e informações, a preocupação com a qualidade da educação e com a relação custo–benefício, a transparência (capacidade de deixar claro para a comunidade como são usados os recursos da escola, inclusive os financeiros), mas principalmente a união no que se refere às decisões que dizem respeito ao bom funcionamento da unidade escolar.
Compartilhar decisões significa envolver pais, alunos, professores, funcionários e outras pessoas da comunidade na gestão escolar. Quando as decisões são tomadas pelos principais interessados na qualidade da escola, a chance de que dêem certo é bem maior. Alem disso, se todos esses atores sociais estão buscando alcançar um objetivo comum: uma educação de qualidade, nada mais justo que as ações sejam também em conjunto.
A exemplo disso podemos citar os Conselhos Escolares, que funcionam como mecanismos de participação da comunidade na escola, e que já estão presentes em muitas escolas do país. A função dos Conselhos é orientar, opinar e decidir sobre tudo o que tem a ver com a qualidade da escola (como participar da construção do Projeto Político Pedagógico – PPP e dos planejamentos anuais, avaliar os resultados da gestão e ajudar na busca de meios para solucionar os problemas administrativos e pedagógicos, decidir sobre os investimentos prioritários). Mas não é só nos Conselhos que a comunidade participa da escola. Reuniões pedagógicas, festas, exposições e apresentações dos alunos são momentos em que familiares, representantes de serviços públicos da região e associações locais devem estar presentes. Esse engajamento só é possível com um modelo de gestão que permita essa participação social na tomada de decisões.
Esse novo modelo de gestão fez com que aumentasse a competitividade das organizações. Enquanto os modelos convencionais mantêm os trabalhadores alienados em relação ao controle de seu próprio trabalho, desperdiçando o potencial intelectual das pessoas, a gestão participativa aproveita esse potencial, contribuindo para aumentar a qualidade das decisões e da própria administração, a satisfação e até mesmo a motivação das pessoas. Para compreender esse processo é preciso entender qual é o verdadeiro papel do diretor de uma escola. De acordo com Priolli, (2008, p. 6)

Hoje, na avaliação de secretarias municipais e estaduais, institutos de formação, universidades e do próprio Ministério da Educação, o diretor é a figura central para promover esse ganho de qualidade de que a educação brasileira tanto necessita.


Assim sendo, diante das diversas cobranças da sociedade em relação ao verdadeiro papel da escola no contexto educacional e social, recai diretamente sobre o diretor a responsabilidade de mostrar os resultados.
Priolli (2008, p. 6) ressalta ainda que a rotina do diretor vem se tornando cada vez mais complexa diante da grande importância do papel do mesmo frente a uma instituição.

Ele deve, cotidianamente, dar conta de diferentes gestões: do espaço, dos recursos financeiros, de questões legais, da interação com a comunidade do entorno e com a Secretaria de Educação e das relações interpessoais (com funcionários, professores, famílias).

Além de tudo isso, o diretor não pode perder o foco principal da sua função: a aprendizagem dos alunos. Mesmo diante da inversão e do acúmulo de funções, é necessário que o diretor saiba se posicionar na escola, pois é notória a sua influência nas relações interpessoais. Daí a necessidade em unir forças para a realização de um trabalho produtivo e eficaz.
Se por um lado a gestão participativa é uma forma de união entre escola e sociedade na tomada de decisões referentes à instituição e ao ensino, por outro lado é muito difícil a implantação desse modelo de gestão, tendo em vista a situação político-partidária que envolve todos os setores sociais, inclusive o educacional.
Na verdade qualquer organização que tente implantar e desenvolver práticas de natureza participativa vive sob a ameaça da reconversão burocrática e autoritária dos seus melhores esforços. Isso devido à supervalorização das formas tradicionais de gestão, à história de vida dos seus membros e outros fatores que envolvem a comunidade escolar.
A gestão da escola pode ser compreendida como um ato político, pois implica sempre uma tomada de posição dos atores da sociedade: pais, professores, funcionários, alunos e comunidade em geral. Portanto a sua construção não pode ser uma coisa isolada, antes deve ser coletiva, envolvendo os atores sociais tanto na discussão quanto na tomada de decisões. Sobre isso, Priolli (2008, p. 6) ressalta,

O entendimento de alunos, pais, funcionários, professores e, sobretudo, dos próprios diretores sobre seus papeis na dinâmica escolar é decisivo para determinar a qualidade da instituição. E mais: se todos não enxergam que sua função deve, acima de tudo, colaborar para um processo educativo exitoso, é hora de procurar reverter esse quadro.

Essa idéia mostra que na gestão participativa predominam a liderança, a disciplina e a autonomia. Nela as pessoas são responsáveis por seu próprio comportamento e desempenho. A disciplina não é uma coisa que vem de fora, que é imposta, mas sim um comportamento interior de cada individuo. Assim se cada um conhece e desempenha seu papel dentro da instituição ela terá uma força maior.
Ressaltamos que nem sempre esse modelo de gestão pode ser implantado nas escolas. Isso porque muitas instituições públicas, principalmente municipais, são usadas de forma abusiva por parte dos governantes. Esse abuso pode ser visto principalmente na escolha do grupo gestor de uma escola, na maioria dos casos, por indicação política.
E não é só no âmbito institucional que isso acontece. O próprio Conselho Nacional de Educação (CNE) usa dessa forma de escolha de seus membros, conforme afirma Vieira (2010,p.89) que

De início, eles são eles são indicados por entidades ligadas à educação. Mas, para serem empossados, dependem da aprovação do Presidente da República. Em tese, ele leva em conta a biografia do candidato e procura atender à diversidade do ensino brasileiro, [...] Mas a preocupação – óbvia – é que cada governante criem conselhos à sua imagem e semelhança, enfraquecendo muito o poder fiscalizador do órgão.

Com os coordenadores e diretores de muitas escolas do país também é assim. O prefeito, vereador ou pessoas influentes politicamente são quem escolhem e ditam as regras que eles devem seguir. Sendo assim, ficam muitas vezes impedidos de exercer suas funções com autonomia e liberdade, ou seja, eles devem obedecer aos comandos de quem os colocou nesse cargo.
Mas isso já era de se esperar, afinal a escola é vista hoje como uma das mais importantes fontes formadoras de opinião. É ela que tem, de certa forma, o poder dentro da comunidade. Uma instituição que assuma esse grau de compromisso com a sociedade se torna alvo de grupos políticos interessados em implantar suas idéias dentro dessa comunidade usando a escola como canal.
Uma gestão realmente democrática e participativa deve o ser desde a sua implantação. Isso só pode ser feito por meio de votação direta para escolha do grupo gestor. Se a comunidade escolar: professores, alunos, pais e comunidade escolhessem as pessoas para gerir o estabelecimento, ficaria bem mais fácil o processo de tomada de decisões e execução de ações.
Por fim, é importante saber que, numa gestão democrática, é preciso lidar com conflitos e opiniões diferentes. O conflito faz parte da vida. Mas precisamos sempre dialogar com os que pensam diferente de nós e, juntos, negociar.

3 OS CONFLITOS DO DIA-A-DIA: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
 A escola é um lugar onde diferentes valores, idéias, culturas, experiências, crenças e relações sociais se misturam, fazendo do cotidiano escolar um espaço de multiplicidades e complexidade estrutural de conhecimentos e de sujeitos. Essa rica heterogeneidade que permeia a escola confronta-se com o que chamamos de padrão social, onde o comportamento dos sujeitos é, de certa forma, ditado pela sociedade na qual estão inseridos, gerando assim uma pedagogia que separa de um lado os tidos como bem comportados e do outro aqueles conceituados como rebeldes. Dessa forma pode-se entender essa pedagogia como sendo excludente.
As relações estabelecidas no contexto escolar têm se tornado cada vez mais difíceis e conflitantes. A idéia de que a escola possa constituir-se num espaço de construção de conhecimento, de alegria, de formação de pessoas conscientes, participativas e solidárias, tem sido barrada pelos sentimentos de desilusão, desencanto e impotência diante dos inúmeros problemas cotidianos.
A partir do momento em que uma pessoa assume a direção de uma escola ela tem de saber que esta é um lugar onde opiniões são formadas e reformuladas a todo instante. É de se esperar que essas diferenças entre as opiniões gerem conflitos entre alunos e alunos, alunos e profissionais, profissionais e profissionais. Por isso é papel do gestor escolar lidar com sabedoria na tentativa de evitar que esses conflitos se transformem em problemas maiores.
Existem muitos tipos de conflitos em uma escola. Alguns, gerados entre profissionais, são mais simples de serem resolvidos. Isso é feito inclusive sem a interferência do grupo gestor. São ocasionados, na maioria das vezes, devido à incompatibilidade de idéias, divergência de opiniões ou mesmo por disputa de poder.
A escola é um espaço de uma vasta pluralidade cultural, por isso Antunes (2003, p.10) a caracteriza como

Um verdadeiro universo de individualidade; suas ações, seus motivos, seus sentimentos constituem paradigma único [...] modelado por uma fantástica constelação de neurônios que jamais se duplica de forma inteiramente igual em pessoas diferentes, cada um é portador de um código biológico, uma história particular de vida e um volume imenso de circunstâncias que evoluíram e evoluem de forma dinâmica



Portanto é admissível que dentro deste enorme mundo de ideais, histórias, culturas, pensamentos e sentimentos ímpares haja alguns problemas, principalmente devido às divergências de opiniões.
Muitos profissionais da educação têm buscado incessantemente o reconhecimento profissional. E, se isso não ocorre nos mais altos patamares educacionais, é bem provável que ele o busque nas extremidades da própria instituição onde trabalha. Com isso este profissional tenta fazer sempre o melhor e se torna mais presente, ou seja, mais atuante. Diante dessa perspectiva esse profissional se torna alvo de muitas críticas por parte daqueles que preferem se conformar com tudo que lhe é imposto.
Existem, no meio educacional, pessoas que preferem acreditar que a educação não tem jeito, que a família não está disposta a ajudar, que os governantes não vão enxergar as ações e assim acabam acomodados, apenas olhando o tempo passar, esperando a hora de serem afastados de seus cargos. E ainda acreditam que exerceram seus papeis com dignidade.
Mas tem também aqueles que preferem lutar com todas as suas forças para fazer a diferença dentro do sistema. São aqueles que acreditam que tudo é possível se houver empenho de todos. Estes são muitas vezes taxados de prepotentes e arrogantes.
Na tentativa de mostrar quem está com a razão, esses profissionais acabam entrando em conflitos, no entanto, quando o assunto é entre pessoas que têm certo nível de conhecimento, os conflitos não chegam a se tornar problemas maiores.
Outro tipo de conflito presente e mais freqüente nas escolas é gerado pelos alunos. Este sim é um tipo que causa muita discussão entre os profissionais da área educacional e social, principalmente por ser uma das principais causas da violência escolar.
Os gerados entre alunos e alunos vão desde um simples desentendimento até problemas mais graves de violência, como é retratado diariamente nos noticiários. Outros entre alunos e profissionais também causa preocupação entre os envolvidos. Segundo Abramovay (2005, p. 4)

Cada vez mais, tem se constatado que as escolas – espaços propícios aos processos de socialização e integração social – vêm tendo que administrar os conflitos gerados por diferentes formas de violência. Nas escolas, identifica-se que os episódios violentos que ocorrem não se restringem aos crimes e delitos previstos no Código Penal, mas abrangem dimensões do cotidiano e dos relacionamentos sociais entre alunos, professores, diretores, pais e demais adultos que participam da comunidade escolar. Ou seja, nos estabelecimentos de ensino, a violência não é vivenciada apenas como atos de agressividade, e sim como o modo habitual e cotidiano de relacionamento, de tratamento do outro.


De acordo com essa idéia fica clara a dificuldade da escola em assumir um lugar de proporção de desenvolvimento humano e social. O que antes era um lugar de socialização entre indivíduos que buscavam juntos seu crescimento social, profissional e intelectual, aos poucos vem se transformando em um campo de batalhas, onde cada indivíduo procura agir de acordo com suas próprias convicções.
Existem varias razoes que são apontadas como sendo responsáveis pelos conflitos escolares. Para Ana Paula Corti, uma das faces mais significativas deste processo é a diminuição do controle adulto sobre a situação educativa, e até mesmo a dificuldade dos professores em estabelecer relações com seus alunos. Para Corti (2005,p.20)

Uma das decorrências disso é a ausência de uma relação intergeracional de cunho socializador entre professor e aluno. A dimensão dos relacionamentos e do comportamento desaparece do horizonte de preocupações dos professores especialistas a partir da 5ª série. Mais preocupados com os conteúdos específicos, julgam que a socialização dos estudantes já foi completada, e que o papel de aluno já foi interiorizado. Mas isso não se observa .

Essa preocupação em repassar os conteúdos curriculares acaba fazendo com que os professores esqueçam que seu papel é antes de tudo social. Essa deve ser a sua maior preocupação: a sociabilidade do aluno. Ainda ressaltando a perspectiva de Corti (2005, p. 20)

Quando são deixados sob a influência de seus próprios padrões de interação e sociabilidade, os adolescentes dificilmente conseguem, sozinhos, superá-los. Nesse sentido, parece flagrante uma certa omissão do mundo adulto e das autoridades escolares diante do universo relacional dos estudantes. Os adolescentes são obrigados a gerir sua entrada no mundo social, e no mundo das interações escolares, com maior autonomia, e uma das expressões das dificuldades em levar a cabo esta tarefa consiste, justamente, na agressividade que se observa entre eles.

O problema maior é que muitos desses pequenos conflitos acabam se transformando em atos de violência. O que fica difícil de compreender é a razão que leva um aluno a desenvolver certo tipo de comportamento tão anti-social.
O que faz com que um aluno exerça violência? Muitas vezes a raiz do problema não está centrado na educação. O que vem ocorrendo é que na concepção de inclusão que se tem hoje as escolas estão assumindo um papel bem mais abrangente do que a sua competência permite, ou seja, o jovem apresenta problemas que deveriam ser direcionados para a saúde mental infantil e adolescente, para a proteção social ou até judicial, mas é nas escolas que eles devem ser inseridos para uma possível integração social. Acontece que as instituições de ensino público não estão preparadas para essa competência.
Na verdade, a partir do momento em que a escola é vista pelos alunos como uma forma de imposição por parte da família e do Estado. As aulas são para eles locais de constrangimento e de repressão de desejos. Alguns alunos conformam-se e conseguem permanecer na escola sem fazerem grandes distúrbios. Outros se revoltam, colocando em causa as regras estabelecidas, voltam-se contra os professores e colegas como ato de poder e tentam a todo custo mostrar que são o centro da sociedade.
No passado, e até mesmo nos dias de hoje,pode-se registrar casos de alunos com menos capacidades intelectuais que são estigmatizados, esquecidos no fundo das salas de aula. Com isso, criam-se focos de revolta por parte daqueles que legitimamente se sentem marginalizados. A escola de hoje, que se auto-intitula de inclusiva, não o é de fato. Desta forma, o fenômeno passa a ser institucionalizado, comum, banalizado, caracterizando formas de agressão que, muitas vezes, são invisíveis aos olhos da comunidade escolar, mas que, apesar disso, podem ferir profundamente aquele que é vitimado, contribuindo para o surgimento de um sentimento de insegurança e impotência no ambiente escolar.
Não é fácil apontar causas dessa indisciplina. Quanto a isso as opiniões são várias. Enquanto uns afirmam ser familiares, outros defendem que são de ordem social e educacional. Mas é fato certo que ela gera conflitos em qualquer setor social: família, escola e comunidade.
Muitos alunos que são vitimas de algum tipo de violência escolar se sente coagido, perde o foco pelos estudos e muitas vezes até desistem de estudar. Isso quando não se transformam em pessoas também, violentas e passam a agir de acordo com aquilo que sofreram.
No livro Violências nas Escolas, lançado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 2002, demonstra-se que, além dos danos físicos, traumas, sentimentos de medo e insegurança que prejudicam o desenvolvimento pessoal dos alunos, a violência impõe graves conseqüências para o desempenho escolar dos estudantes que, diante de um contexto de vulnerabilidade e insegurança, apresentam dificuldade de concentração nos estudos e se sentem desestimulados a comparecer às aulas, alimentando situações que favorecem o absenteísmo, a reprovação, a repetência e o abandono escolar, os quais configuram o que se conhece por fracasso escolar. Segundo Tiba (1996, p.173) “O maior estímulo pata ter disciplina é o desejo de atingir um objetivo”.
Em termos operativos e sociais, o comportamento de qualquer cidadão deve estar baseado pelo menos em cinco princípios: Gratidão, Disciplina, Religiosidade, Cidadania e Ética. Estes valores devem estar presentes nos processos educativos familiares e escolares.
A questão é como agir diante dos conflitos gerados. Se a própria família às vezes perde o controle da situação, imagine um profissional que, na maioria dos casos não recebeu nenhuma preparação profissional ou psicológica para tal. Alem do mais os professores, diretores e coordenadores escolares, por mais que conheçam sua clientela, não conseguem dar conta de tanta pluralidade.
Alguns estudiosos apontam algumas soluções para que os gestores escolares consigam lidar com as situações conflitantes, no entanto cada situação tem uma especificidade e uma idéia bem sucedida em uma pode se transformar em um desastre em outra. É necessário encarar este desafio como uma utopia, como uma possibilidade de mudança em que a busca e o diálogo estimulem a capacidade reflexiva e a construção de uma visão plural do conhecimento.
O que se torna imperativo é fazer com que a escola volte a ser um espaço protegido, onde se possa acionar o comprometimento social e incentivar formas de sociabilidade pautadas pelo respeito e pela solidariedade, tornando-a um lócus privilegiado para o desenvolvimento de programas preventivos, em função do seu potencial estratégico para tecer relações com a comunidade e,especialmente, com a família, e também para concretizar ações que se pautem pela prevenção e pela solução não-violenta dos conflitos, defendendo, como valores necessários, a tolerância e a solidariedade, por meio de um instrumento extremamente poderoso: o diálogo.

4     COMO LIDAR COM OS CONFLITOS NO CONTEXTO DA GESTÃO ESCOLAR DA ESCOLA JOÃO AMARO DE SOUZA

A escola João Amaro de Sousa fica localizada no distrito de Salitre, município de Canindé, Ceará. Além de atender o nível fundamental de ensino, ela também funciona como uma extensão da Escola Estadual Paulo Sarasate, no turno da noite, atendendo aos alunos de ensino médio. Sua missão, de acordo com o Projeto Político Pedagógico (PPP, 2011) é

Garantir educação básica para todos com a colaboração daqueles que fazem parte das comunidades escolar e local. Criando e fortalecendo parcerias para o pleno desenvolvimento cognitivo do educando na proposta didático-pedagógica voltada para o cotidiano do cidadão.

O grupo gestor da escola João Amaro de Souza é formado por uma diretora, uma coordenadora pedagógica e um coordenador de apoio.
Na Lei nº 2.069/2008, de 24 de novembro de 2008, que institui Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos Profissionais do Magistério Público da Educação Básica (PPCR/MAG), dispõe que,
 “A Direção Escolar e a Coordenação Pedagógica terão seus representantes nomeados pelo(a) Prefeito(a) Municipal, para o Cargo em Comissão por um período de 03 (três) anos”. Em outro artigo da mesma lei está estabelecido que o processo de escolha e indicação para o provimento do Cargo em Comissão de Diretor(a) junto às Escolas Públicas Municipais, será realizado em duas etapas. Na primeira o candidato terá que passar por uma prova escrita, apresentar um plano de gestão, apresentar os títulos exigidos para assumir o cargo e passar por uma entrevista. Nesta fase serão somados os pontos e o candidato terá que obter pelo menos 60% da pontuação total. “A segunda fase consistirá de Eleição direta e secreta, mediante sufrágio universal, junto à Comunidade Escolar” (grifo nosso)

A seleção para o cargo de coordenador (a) pedagógico (a), conforme a lei deverá ser feita em uma única etapa, onde será considerada a nota obtida no conjunto: prova escrita, prova de títulos e entrevista.
 Prova .
Mesmo assim, vale ressaltar que a gestão escolar da João Amaro tem uma certa autonomia para atuar dentro da unidade. Tanto é que o grupo age de forma conjunta com os demais funcionários, professores e corpo administrativo na tentativa de oferecer uma educação de qualidade para as pessoas desta comunidade.
Embora seja uma escola da zona rural, a escola em questão tem enfrentado alguns problemas conflitantes, principalmente relacionados ao uso de drogas. Esses problemas são mais de cunho social, mas, sendo a escola o único órgão governamental que tem autonomia para lidar com essas questões dentro da comunidade, fica com a incumbência de tentar amenizar a situação.
Algumas estratégias de gerir conflitos apresentadas por estudiosos, suas vantagens e desvantagens serão apresentadas a seguir.
Uma delas é não entrar na divergência e evitar a todo o custo a confrontação. A principal vantagem deste tipo de estratégia e o ganho de tempo para resolver a situação. A desvantagem é que se trata de uma solução provisória que não ataca o problema diretamente. Quando o problema é trivial e impossível de concretizar os interesses de ambas as partes é uma estratégia a ter em consideração.
A acomodação também é uma estratégia de gestão de conflito com a vantagem de propiciar cooperação futura, mas a desvantagem consiste no poder ocorrer o fracasso em lidar com o problema subjacente. Um exemplo em que este tipo de estratégia é apropriado é quando existe o receio de a outra parte não ter uma ação ética.
Uma outra estratégia muito conhecida é a competição/dominação, onde o próprio nome da estratégia define o tipo de comportamento. A vantagem deste tipo de atitude é que pode estimular a criatividade, a rapidez e energizar as pessoas. A grande desvantagem é que cria ressentimentos da outra parte interveniente, o que pode dificultar negociações futuras. Este tipo de estratégia não é aconselhável em ambientes abertos e participativos e quando o assunto é complexo. No entanto é adequado quando uma decisão que não agrada ambas as partes tem de ser tomada e o prazo limite de tempo está a expirar.
O compromisso permite soluções rápidas não gerando perdedores em ambas as partes. Por norma, com este tipo de estratégia, nenhuma das partes fica satisfeita ocorrendo o abafamento de idéias criativas para os problemas. Essa estratégia torna-se apropriada quando ambas as partes intervenientes detêm poderes equilibrados e quando é necessária uma solução temporária para um problema complexo. É desaconselhável quando a questão a ser resolvida necessita de uma abordagem colaborativa.
Outra estratégia de gestão de conflitos é a colaboração. Neste tipo de situação, vai acontecer ambas as partes lidarem com os problemas e não com os sintomas. Vão lidar com interesses e não posições, o que é uma vantagem da colaboração. O único inconveniente a salientar é o tempo excessivo que é necessário neste tipo de situações. Quando se tem de tomar uma decisão em longo prazo e os assuntos são complicados é uma estratégia adequada, mas se o tempo é escasso e a outra parte atua de um modo competitivo é uma estratégia a não ter em consideração.
Trazendo essas estratégias para dentro das escolas, onde as situações devem ser solucionadas rapidamente para não gerarem problemas de maior proporção, fica clara a necessidade de atuação de um grupo que realmente atue de forma clara, rápida e firme. A construção de um clima escolar positivo e o enfrentamento das violências não é uma tarefa simples. A violência é, provavelmente, o fenômeno mais complexo com o qual a humanidade se defronta. Seu enfrentamento exige contínuas ações integradas a distintas estratégias, pois cada escola, cada ser humano é, e sempre será, conforme Antunes (2003, p.10)

Um verdadeiro universo de individualidade; suas ações, seus motivos, seus sentimentos constituem paradigma único [...] modelado por uma fantástica constelação de neurônios que jamais se duplica de forma inteiramente igual em pessoas diferentes, cada um é portador de um código biológico, uma história particular de vida e um volume imenso de circunstâncias que evoluíram e evoluem de forma dinâmica.

Portanto embora os conflitos possam ser resolvidos pelas partes envolvidas, ainda assim é necessária a intervenção do gerente, principalmente quando se torna obvia a não administração por parte dos envolvidos. Porém precisa-se fazer a análise dessa necessidade, saber qual o tipo de intervenção apropriada para cada caso e como se deve intervir, ou seja, que recursos deverão ser empregados.
O gestor não pode ser visto como aliado de nenhuma das partes. Não cabe a ele o ato de julgar e sim de facilitar, mediar e conciliar, portanto é preciso que ele se mantenha na sua imparcialidade.
 Na escola pesquisada o grupo gestor procura agir de forma consciente na intervenção de conflitos. Sendo gerados entre funcionários, busca-se promover o diálogo entre as partes e quase sempre a situação é resolvida.
Quando o conflito é entre alunos e funcionários, o que se torna mais grave, diretora e coordenadora usam as normas definidas no Regimento Interno da escola para aplicar as sanções estabelecidas. Isso só é feito após a tentativa de diálogo e resolução por parte dos funcionários. Quando o problema persiste é preciso tomar medidas mais ordeiras. Somente nos casos mais extremos, onde há riscos para qualquer um dos envolvidos, busca-se uma solução externa.
No entanto, ao se tratar de conflitos entre os próprios alunos a situação foge ao controle do grupo gestor, principalmente porque na maioria dos casos o problema tem razoes externas. Muitos alunos vivenciam diariamente esse tipo de transtorno, às vezes dentro da própria casa. Com isso eles já chegam à escola com certa revolta e tudo se torna muito constante em sua vida. Às vezes até uma brincadeira costumeira pode propiciar desentendimento e até atos violentos.
Nesses casos o grupo gestor busca, juntamente com a família, resolver a situação. Porem isso nem sempre é possível, principalmente quando se trata de adolescentes que acreditam já ter o domínio de tudo. Quando não acontece o entendimento é necessário recorrer a outros órgãos, como o Conselho Tutelar e, em casos mais complexos, recorre-se à Promotoria Pública. Portanto para facilitar a gestão do conflito, o gestor deverá procurar soluções construtivas e não se identificar demasiadamente com o conflito em curso, deverá saber escolher estratégias de resolução para cada caso e, acima de tudo, deverá ter a consciência do que não sabe, procurando formação adequada na gestão de conflito, se de tal sentir necessidade.





5     PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

[...] não é possível supor a escola como uma instituição independente ou autônoma em relação ao contexto sócio-histórico, não se pode supor que haja um espelhamento imediato entre ela e suas instituições vizinhas. Isso porque não se pode admitir que o cotidiano escolar seja marionete (e seus protagonistas, reféns) das imposições externas. (AQUINO, 2003, p. 40).


Levando-se em consideração à formulação do problema, seu objetivo geral e os específicos, bem como a fundamentação teórica, são disponibilizados os aspectos metodológicos da pesquisa. Este trabalho pode ser caracterizado como uma pesquisa qualitativa e quantitativa, por proporcionar um relacionamento mais longo e flexível entre o pesquisador e os entrevistados. Com o objetivo de responder aos questionamentos e formalizar a coleta de dados, optou-se pela utilização de questionários de entrevista, onde um grupo selecionado entre funcionários, professores e pais foi escolhido aleatoriamente, por meio de sorteio, para a resolução dos mesmos.
O objetivo central da opção pelo questionário foi identificar sentimentos, atitudes e ideias dos participantes, a respeito de um determinado assunto: a convivência escolar. Sob o ponto de vista dos participantes, a reunião foi completamente flexível e bem estruturada, dando margem à discussão proposta. Entretanto, sob a perspectiva do pesquisador houve um planejamento sobre o que deveria ser discutido com base nos objetivos propostos.
O “roteiro de debate” (apêndices B, C, D e E) foi o parâmetro utilizado pelo pesquisador para conduzir o grupo entrevistado, servindo apenas como meio de orientação.
Foram convidados 04 professores que atuam na escola, nas séries finais do Ensino Fundamental, selecionados aleatoriamente com base no interesse em discutir o assunto sobre a convivência escolar e a resolução de conflitos entre alunos e entre professores e alunos.
Formou-se ainda um grupo com 04 alunos, 04 servidores, 04 pais e 02 funcionários do corpo administrativo, (Digitador e agente administrativa).
A .

5.1 Caracterização da escola

A escola João Amaro de Souza fica localizada na Avenida José Geovane Amaro Camelo, S/N, Salitre, Canindé, Ceará.
A escola dispõe de 04 salas de aula, 01 biblioteca, 01 laboratório de informática, 01 secretaria, 01 sala de recepção, 01 cantina, 01 despensa, 01 almoxarifado, 04 banheiros, sendo um deles adaptado para o atendimento a pessoas portadoras de deficiência física e um pátio amplo. Nas dependências da escola tem uma quadra poliesportiva que atende não só aos alunos como também a comunidade em geral.
Em 2010 a escola recebeu um recurso de Acessibilidade do Governo Federal para fazer adaptações para o atendimento educacional aos portadores de Necessidades Educativas Especiais (NEE). Com o recurso foi possível aumentar a largura das portas, fazer rampas de acesso e adaptar um dos banheiros. Os educandos com NEE são atendidos nos turnos e salas regulares e recebem atendimento especializado no contra-turno de suas aulas. Apesar de não ter uma sala para o Atendimento Educacional Especializado (AEE), foi feito uma divisão da biblioteca em três compartimentos: um para a sala de AEE, um para aulas de reforço escolar e outro para atividades de leitura.
A escola funciona em quatro turnos: de 07:00 a 10:50 (manhã), de 11:00 a 14:50 (intermediário), de 15:00 a 18:50 (tarde) e de 19:00 a 22:00 (noite). Os alunos matriculados na própria escola são atendidos nos três primeiros turnos e à noite a escola é cedida à escola Estadual Paulo Sarazate, que tem sua sede na cidade de Canindé e tem anexos em diversas comunidades rurais para atendimento aos alunos do Ensino Médio. Essa organização dos turnos se deu após a cobertura da escola pelo Programa Mais Educação, no ano de 2011.
O número de alunos matriculados na escola João Amaro de Souza em 2012 foi de 201 alunos, distribuídos da seguinte forma: 28 alunos do 3º ano, 33 alunos de 4º ano, 35 alunos de 5º ano, 26 alunos de 6º ano, 27 alunos de 7º ano, 20 alunos de 8º ano, 17 alunos de 9º ano e 15 alunos de EJA 3ª etapa (6º e 7º ano), num total de 201 alunos.
Os alunos do Ensino Fundamental que moram longe da escola, geralmente em assentamentos rurais e fazendas vizinhas, são atendidos pelo Programa de Transporte Escolar, onde um ônibus mantido pela Secretaria de Transportes do Município faz o transporte desses alunos. Já os alunos do Ensino Médio são transportados por carros pau-de-arara, que não oferecem as mínimas condições de segurança. Apesar disso o ensino médio rural é visto como um grande marco nas comunidades do município de Canindé, pois até bem pouco tempo os alunos que concluíam o ensino fundamental tinham que se deslocar até a sede municipal para concluírem a educação básica.
A clientela atendida na escola em questão é bem mista. Tem alunos com deficiência intelectual, auditiva, física e outras, alem de usuários de drogas e com problemas de indisciplina. Esses alunos são, na maioria dos casos, excluídos da sociedade e encontram na escola o único abrigo onde possam ser acolhidos, respeitados e porque não dizer, amados. Muitas vezes os próprios funcionários da escola são preconceituosos em relação a esses alunos. Quando isso é percebido são tomadas providencias pela direção da escola no sentido de coibir qualquer ato desta natureza.
No ano de 2011 a escola João Amaro recebeu um novo quadro de funcionários devido a um concurso público ocorrido no município. Atualmente a escola conta com 06 professores concursados, sendo 02 efetivos, além de 07 professores contratados; 06 auxiliares de serviços gerais, 04 porteiros, 03 vigias, 01 secretária, 02 auxiliares de secretaria e 01 monitor de artes. Os funcionários da escola são, em sua maioria, ex-alunos da própria escola.
Um professor formado em Matemática assumiu a coordenação do Programa Mais Educação em 2012 e outra professora assumiu a turma de AEE desde 2011.
O grupo gestor da escola é formado por uma diretora, uma coordenadora pedagógica e um coordenador de apoio. Todas as decisões referentes ao funcionamento da instituição são tomadas em conjunto, porém no referente ao contrato e atuação de profissionais dentro da escola as decisões cabem aos líderes políticos da comunidade. Isso quer dizer que os professores e funcionários contratados não foram indicados pelo grupo gestor e não cabe a ele fazer interferências nesse processo.
Apesar de ser uma escola da zona rural, a escola João Amaro apresenta um quadro de profissionais à altura dos profissionais das grandes cidades, pois alem da formação, são profissionais realmente compromissados com a educação e com a comunidade na qual atuam.

5.2 Sujeitos da pesquisa

A entrevista foi realizada com a diretora da escola, 03 professores, 03 auxiliares de serviços gerais, 02 agentes administrativos e 10 alunos. Para a seleção foi realizado um sorteio. Em relação aos alunos, só foram escolhidas aqueles que fazem parte Ensino Fundamental II, por esse o maior foco de conflitos existentes na escola.
Os professores da escola em questão, a exemplo dos professores do município de Canindé, trabalham no sistema de 27 horas, ou seja, professores com carga horária semanal de 40 horas têm a seguinte distribuição: 27 horas de regência em sala de aula, 02 horas destinadas ao planejamento, 06 horas de atividade coletiva e 05 horas de locais livres. Nas suas atividades coletivas o professor deve permanecer na escola, realizando estudos e pesquisas para melhorar sua técnica e tornar as aulas mais produtivas. Já nos locais livres ele pode realizar qualquer atividade que julgar necessária à sua prática educativa, seja dentro ou fora da escola. Alguns profissionais usam seus locais livres para participarem de cursos de formação e outros estudos para auxiliar no seu currículo.

 6             APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS

Quando as pessoas pensam que o conflito é inevitável, e o acordo, impossível, seu comportamento variará desde a passividade até a extrema atividade. Se a importância for baixa, tenderão a ser passivas e dispostas a deixar que a sorte decida (como numa aposta de cara ou coroa) o conflito. Se a importância dada for moderada, deixarão que o conflito seja decidido por um julgamento de terceiros. E, finalmente, se a importância for alta, empenhar-se-ão ativamente num confronto de ganha ou perde, ou de luta pelo poder. (HERSEY e BLANCHARD, 1986, p. 356).

6.1  O ponto de vista dos alunos
Dois alunos consideram que a sua escola valoriza o bom relacionamento entre alunos e entre alunos e professores. Eles observaram que a maioria dos alunos raramente se envolve com agressões físicas, pois quase a totalidade afirma nunca ter sofrido esse tipo de ocorrência, salvo empurrões, sofridos principalmente pelos mais jovens e mais novos na escola. Entretanto, são bem mais frequentes as agressões verbais, como insultos, exposição ao ridículo com apelidos, difamação, rejeição e isolamento.
Cinquenta por cento dos alunos consideram que existem muitos conflitos na escola e que muitas vezes se transformam em brigas violentas.
Os pontos negativos encontrados pelos entrevistados foram que alguns casos ocorrem também entre professores e alunos e não somente entre eles. Segundo os alunos, o furto ou danificação de pertences também é frequente devido à falta de trancas nas portas.
Complementando os dados sobre a percepção de aumento na incidência de conflitos, verifica-se que quase a metade dos alunos considera que a relação entre alunos e alguns professores é difícil. A proporção de alunos que relata ter sofrido agressão, mesmo que verbal, da parte do professor é significativa. As principais queixas de agressão perpetrada pelos professores consistem em ser insultado, ridicularizado ou desprezado.
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6.2         O ponto de vista da diretora da escola

Como educador, devo estar constantemente advertido com relação a este respeito que implica igualmente o que devo ter por mim mesmo. ...o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros (FREIRE,1996, p. 59).

A escola é feita de momentos, sendo que a forma que ela assume em cada situação é sempre o resultado provisório do movimento permanente de transformação, pressupondo tensões, conflitos, esperanças e busca por propostas alternativas.É provável que muitas vezes nos preparemos para uma forma de trabalho em que as famílias não compreendam de imediato, por isso não respeitam as normas e as decisões tomadas. Enquanto temos que ter uma visão mais ampla do contexto em que se dá a educação atualmente, onde a família não tem mais os preceitos de responsabilidade pela educação dos filhos.
Hoje a nossa missão enquanto educadores é buscar uma escola democrática visando uma a qualidade educacional, com professores graduados, dentro de suas áreas e satisfeitos com seu trabalho. Para iniciarmos um processo de implantação de uma gestão democrática dentro da escola é necessário que a tomada de decisões seja em conjunto, onde a comunidade escolar como um todo possa participar ativamente.
O ponto positivo encontrado na pesquisa é a credibilidade dos educadores no compromisso com a aprendizagem dos alunos, resolvendo tudo através de reuniões, de forma democrática. Alem disso a confiança que eles têm na gestão da escola João Amaro é um fator contribuinte nesse processo.
Na coleta de dados um dos pontos negativos apontados por alguns professores foi a dificuldade das famílias de aceitarem as normas da escola. Uma justificativa para essa situação é que em gestões anteriores os pais reclamavam dos professores e eram feitas mudanças sem que os profissionais fossem comunicados previamente. Outra situação apontada como sendo uma dificuldade para execução de um bom trabalho pela equipe de gestão é que as mães não gostam de acordar cedo, por isso querem escolher os horários dos filhos estudarem, sem uma preocupação com o aprendizado. Em relação a isso a gestão atual busca mostrar para os pais que alguns procedimentos como escolha de horários é uma adequação ao próprio estabelecimento, e que se deve levar em conta o número de salas disponíveis (04), a idade dos alunos e, principalmente, o processo de ensino-aprendizagem. Conforme Abramovay (2005,p.3).

A violência é um fenômeno que vem tendo destaque cada vez maior no mundo contemporâneo, sendo cotidianamente discutido, o que leva à necessidade de se analisar o contexto em que ele se inscreve. É necessário, principalmente, discutir as práticas individuais e coletivas nas quais este fenômeno tem lugar e o conjunto de normas de convivência instituídas que lhe são subjacentes, uma vez que a violência é ressignificada segundo tempos, lugares, relações e percepções, e não se dá somente em atos e práticas materiais.



6.3         O ponto de vista dos auxiliares de serviços
Os profissionais afirmaram sentir-se desvalorizados na escola e alegaram que só eram reconhecidos quando eram chamados para trabalhar, muitas vezes eram chamados na secretaria para receberem reclamações. No entanto esta situação já tem melhorado. Eles afirmam que hoje eles já são ouvidos e com isso se sentem mais próximos do núcleo gestor.
Toda coleta foi baseado com entrevistas onde o questionamento foi convivência, organização de trabalho e valorização profissional. Porém, a forma de organização de gastos e aplicação de verba oriundas dos programas como o PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), também foi citado pelos profissionais. Segundo eles, a falta de espaço para guardar o material comprado com esse dinheiro sempre foi um grande problema, no entanto essa questão não é meramente da direção, mas dos governantes, que são os responsáveis por distribuir os recursos para construções e ampliação dos prédios escolares. Mesmo assim, a diretora tenta buscar sempre uma maneira de levar as reivindicações até os órgãos competentes, no sentido de solucionar os problemas existentes.
Eles destacaram como ponto positivo as reuniões que são feitas cotidianamente. Sempre que surge um problema na escola os funcionários são convocados para buscar, em conjunto,uma solução para o mesmo. Essa técnica é interessante, pois promove a participação e a troca de ideias, tornando o trabalho mais eficaz.
Os funcionários entrevistados afirmaram ainda que os conflitos entre eles existem, às vezes, afinal a diferença entre opiniões faz com que alguns tenham dificuldade de ceder, mas que isso nunca chegou ao extremo. Até mesmo porque são pessoas maduras e capazes de resolver seus próprios conflitos. Raramente necessita da intervenção da direção, mas se for o caso, ambas as partes são chamadas e o assunto é discutido até que haja um acordo.  Diz Almeida (2001,p.85)    

Para Wallon, os conflitos são essenciais ao desenvolvimento da personalidade. O conflito faz parte da natureza, da vida das espécies, porque somente ele é capaz de romper estruturas prefixadas , limites predefinidos. O conflito atinge os planos sociais, morais, intelectuais e orgânicos.


6.4          O ponto de vista dos professores
O ponto positivo apontado pelos professores, relacionado à escola João Amaro e, consequentemente à gestão, é o espaço aberto pra diálogos.
Sabe-se que no meio educacional sempre irão existir pessoa mais compromissadas, que procuram oferecer um ensino de qualidade, e que estão realmente preocupados com a aprendizagem. Mas teremos também profissionais descompromissados e que usam a educação apenas como mais uma fonte de renda, esquecendo-se do papel social que ela representa.
Uma preocupação apontada pelos professores entrevistados foi a busca de estratégias para melhorar a aprendizagem e diminuir o índice de reprovação. Uma sugestão para o ano de 2012 é uma forma de trazer os pais para a sala de aula e mostrando a importância do cumprimento de papeis de cada seguimento: Família, Estado e Escola.
Os professores falaram que os pais estão se afastando da escola por causa das inúmeras reclamações que ouviam, ou seja, a escola só os convocam quando surge algum problema. Para sanar esse tipo de transtorno foi apontada a necessidade de trazer os pais não para reclamar, mas sim para apresentar as estratégias de trabalho, os resultados positivos alcançados pelos alunos e a importância da família no processo educativo como um todo.
Um ponto negativo, segundo os professores,é a ausência dos valores morais nos alunos, apontado como sendo o principal motivo dos conflitos gerados na escola. Está acontecendo um certo distanciamento entre o que a escola deve oferecer e o que a família quer que ela ofereça. Enquanto o papel da escola é o de formar cidadãos críticos, capazes de progredir profissional e pessoalmente, a família vê a escola como um ponto de escape.Hoje o que percebemos são pais que querem que os filhos passem o dia na escola, independente do que está sendo oferecido. Diante disso é jogada a responsabilidade da vida do aluno para a escola e para os professores.
Muitos professores sofreram e ainda sofrem com o desrespeito não só por parte dos alunos, mas também com a falta de apoio da família na resolução de conflitos. Relacionado ao convívio profissional o que se percebe é que o grupo consegue interagir e respeitar-se, buscando cumprir seu papel com ética. Isso promove um equilíbrio entre o profissional e o pessoal.
A falta de acompanhamento pedagógico e de espaço para acontecer os projetos que chegam à escola também foi citado pelos professores como sendo um fator negativo na escola em questão.

CONCLUSÃO
Diante do que foi apresentado, podemos considerar, dentro da moralidade e da ética que envolve o processo educativo e, principalmente, no referente ao papel primordial do diretor e coordenador escolar a clareza de uma ação desfocada daquilo que se espera de um verdadeiro líder.
Concluímos o presente estudo com a esperança de que esse trabalho seja uma oportunidade de conhecimento das causas aqui apresentadas, bem como uma forma de repensar o papel de uma gestão baseada nos princípios da democracia.
O estudo efetuado mostrou que não há um único modelo de gestão democrática a ser adotado ou aplicado, nem uma maneira certa ou errada de dirigir uma escola, porque os interesses são distintos, dependendo da comunidade local das suas perspectivas e dos interesses dos envolvidos. O que se pretende, na verdade, é que o gestor escolar busque meios para solucionar os impedimentos entre a teoria e a prática, repensando a sua maneira de administrar, se questionando quanto às tomadas de decisões, se estas estão atendendo as necessidades da comunidade, partindo dele a atitude de trabalho cooperativo ou coletivo, respeitando as opiniões dos participantes do processo educativo.
Buscamos ainda oferecer os conhecimentos básicos de algumas das estratégias para uma eficaz gestão dos conflitos num contexto organizacional.
Já vimos como as atitudes das pessoas podem prejudicar qualquer resolução construtiva dos problemas, podendo mesmo dimensionar o lado destruidor do conflito. No entanto, uma cultura organizacional demasiado rígida e hierárquica pode igualmente dificultar a gestão do conflito.
Não pretendemos aqui dizer que a melhor forma de gerir os conflitos é esta ou aquela, mas que não se deve achar que só porque eles são inevitáveis devemos deixá-los a mercê do descaso. É função dos gestores escolares intervirem sempre que necessário, de forma justa e sábia.
Portanto, diante dos fatos aqui apresentados, vale salientar que o modelo de gestão também tem influência direta na resolução de determinados problemas. O modelo atual de indicação não é o ideal, pois faz com que os diretores acabem se posicionando contra a sua ética profissional para seguirem uma ideologia (política) que não é sua e que muitas vezes tomam proporções fora dos ideais defendidos pela educação.
              É preciso que o grupo gestor de qualquer instituição de ensino seja realmente democrático. Quando isso é atendido rigorosamente desde a sua seleção fica bem mais fácil tomar posições diante de situações conflituosas e o seu papel pode ser mais bem executado.
REFERÊNCIAS

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AQUINO, Júlio Groppa. Indisciplina: O Contraponto das escolas democráticas.São Paulo: Ed.Moderna, 2003.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.

______ Pedagogia do oprimido. Editora Paz e Terra 1970, 23ª Edição, 1996.

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LÜCK, Heloísa. A gestão participativa na escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. Série: Caderno de gestão.

PRIOLLI, Julia. Quando o diretor se torna um gestor. Revista Nova Escola, Edição Especial, nº 1.PP. 6-9. São Paulo: Editora Abril, agosto/2008.

PRUITT, D. G., & RUBIN, J. Z. Social conflict: escalation, stalemate, and settlement. New York: Random House, 1986

TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo, Editora Gente, 1996.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo, Editora Liberdade, 2000.

VIEIRA, Clara. Gestão Democrática: novas pessoas, mesmo papel. Revista Nova Escola, ano XXN, nº 234. São Paulo: Editora Abril, agosto/2010.

VINHA, Telma P. Valores Morais em Construção. Revista AMAE-Educando, nº 285,agosto, pp.6-12. Belo Horizonte: Fundação Amae para a Educação e Cultura, 1999


 APÊNDICES
APÊNDICE A: RELATÓRIO DE COLETA DE DADOS

No dia 06 de fevereiro de 2012, nos reunimos na escola João Amaro de Souza, para fazer uma organização de trabalho. Estavam presentes os auxiliares de serviços dos turnos manhã, tarde e noite, para que buscássemos uma forma de trabalho capaz de atender às necessidades da escola e consequentemente da comunidade escolar.
Para não haver nenhum conflito e desentendimento, iniciei conversando sobre o calendário escolar e sobre os sábados letivos. A servidora Maria Amaro Martins disse que elas tinham consciência de como seria, porém reclamaram que no ano anterior elas teriam cumprido os horários e as outras não. Chegamos a um acordo em que nesse ano de 2012 todas trabalhariam por igual, nenhuma a mais e nenhuma a menos.
Também ficou acertado que no momento que houvesse uma discórdia entre elas, que as mesmas iriam manter-se calmas e no momento oportuno, quando já se sentissem preparadas psicologicamente,seriam chamadas para buscarem um acordo sensato. Assim ficamos todos satisfeitos com os acordos firmados.
Hoje o maior problema que temos entre os funcionários é eles se preocuparem com os outros, se um trabalha menos ou sai mais cedo. De certa forma, essa tem sido uma preocupação da gestão: manter a igualdade de direitos e deveres entre todos os funcionários. A situação melhorou muito, tento mostrar que eles são muito importantes para a nossa comunidade escolar. Alguns servidores têm muito tempo de serviço prestado e por isso sentem-se nodireito de reclamar com os que não têm tanto tempo assim, existem ainda outros que não possuem um bom convívio fora da escola, outros que têm dificuldades de respeitar regras e que querem passar por cima de tudo.
Logo que assumi a gestão dessa escola eram constantes as brigas dentro da cantina.Existia um caso de constante desrespeito com os alunos, onde uma funcionária xingava e destratava os alunos dentro da escola. Diante dos fatos chamei a servidora e disse a ela qual seria a punição se a família desse parte dela, mas nem por isso ela se convenceu.Isso aumentou ainda mais a minha preocupação e procurei saber o real motivo de tanta revolta. Foi então que soube que ela estava passando por problemas pessoais e, após uma conversa, coloquei-a para trabalhar em outra escola e os problemas foram solucionados.
No dia 08 de fevereiro de 2012, reuni o digitador da escola João Amaro, José Alefe e a agente administrativa Carla Adriele para organizamos como seria a recepção dos alunos, pois muitas vezes nos deparamos com situações de alunos que não querem respeitar, nem seguir as regras da escola e que nem por esse motivo deveriam ser desagradáveis com eles. Os servidores alegaram ter dificuldade porque os alunos não os obedecem. Citaram casos em que os alunos chegam a agir com desrespeito. Essa situação ficou complicada, pois sabemos que hoje muitas famílias não colaboram com a escola, mas ficou decidido que a coordenadora pedagógica, juntamente com os professores, iriam preparar um projeto para se trabalhar os valores morais e a necessidade do respeito com os servidores, com os colegas e as demais pessoas.
Do dia 23 ao dia 27 de janeiro de 2012 estivemos reunidos na escola pólo João Amaro de Souza, eu, o grupo gestor do referido pólo e todos os professores das escolas que fazem parte do mesmo: Saria Cruz da Silva (Salitre), Edite Pinto (Girita), Assis Damasceno (Barragem), Dr. Otavio Facundo (Assentamento Logradouro), Osvaldo Fonseca Coelho (Frios) e também os Centros de Educação Infantil (CEIs) Maria Amaro Camelo (Salitre), e Juvêncio Câmara (Assentamento Logradouro).
Apresentei como seria os trabalhos de 2012, os novos funcionários das escolas, o PPP, o regimento interno da escola, falamos também sobre a convivência, a recepção dos funcionários o respeito e o compromisso que todos devem ter para tornar o ambiente de trabalho mais agradável.
Sabemos que hoje nós somos um grupo e que o ideal é que permaneça assim. Quando se tem uma equipe e alguém decide fazer parte dela é preciso buscar se adequar para não cometer nenhum equívoco.
Fizemos o calendário de eventos da escola e tivemos certo problema quando eu chamei a atenção dos professores que trabalham para o município e o estado ao mesmo tempo e pedi a eles que se dedicassem ao Município como eles se dedicavam no Estado, mas eles se ofenderam e fizeram um certo movimento.  Chamei novamente pra conversar e deixei bem claro que eu exigia apenas a dedicação e que não precisavam ficar chateados. O fato é que vejo que muitos professores desenvolvem um trabalho excelente quando estão prestando serviço para a escola Paulo Sarasate (extensão Salitre), que é um contrato a nível estadual e que deixam a desejar quando estão desempenhando seu papel no âmbito municipal.
Mas o meu maior problema hoje está sendo encaixar cada professor com suas 27 horas, direito garantido pelo Plano de Cargos, Carreira e Rendimentos (PCCR), pois alguns professores que tem 100h no estado e querem 200h no Município precisam de uma flexibilidade de horários para as aulas não se chocarem. Alguns professores têm certa dificuldade em colaborar com as decisões tomadas pela equipe de gestão, às vezes ficam chateados quando solucionados a assumirem seu papel de educador e o compromisso firmado com a equipe. Diante disso chamei a todos e apresentei o Regimento Interno da Escola e mostrei a função de cada um, os seus deveres, os seus direitos e o que é vedado, para que assim pudéssemos trabalhar em grupo.
Tive uma grande demanda de aposentadoria no ano de 2011 e uma já no inicio de 2012, e algumas vezesos novos funcionários sentem dificuldade de adaptação, alguns não gostam de seguir regras e tentam, através de suas ações,impor limites e estabelecer suas próprias leis diante do grupo. Quando isso ocorre é necessário sentarmos novamente e conversarmos sobre o Regimento Interno da Escola.
Alguns professores tentam jogar a comunidade contra a direção da escola, pois sabemos que os pais são muito próximos devido ao fato de sermos todos da mesma comunidade. Em algumasocasiõesprofessores tentam convencer os pais que a responsabilidade pela aprendizagem dos alunos é inteiramente da direção, como ocorreu em uma reunião. Uma professora disse aos pais que existia uma turma muito numerosa e que não tinha rendimento, mas já tinha repassado para a direção da escola e que se os alunos não obtivessem aprovação não era culpa dela, mas da diretora. Os termos usados não convenceram, pois todos sabem que a responsabilidade pela aprendizagem e sucesso dos alunos é de todos e não de uma só pessoa.
Chamamos a professora, conversamos com ela e expliquei qual é o papel do professor na escola e que em vez de buscar culpados pelo fracasso escolar o ideal seria buscar soluções para o problema, pois uma sala numerosa exige uma metodologia ou um conjunto de mecanismos para que o resultado seja positivo. Alem disso foram apresentadas algumas técnicas de ensino que poderiam proporcionar uma melhor aprendizagem e facilitar o trabalho.
Houve um problema entre a comunidade de Barragem, onde fica a escola Assis Damasceno e a localidade de Girita, onde fica a Escola Edite Pinto. Foi detectado que o número de alunos das duas localidades não é suficiente para manter as duas escolas abertas, mas os pais da Barragem não quererem mandar os filhos para a Giritae vice-versa. Os pais da localidade de Girita fizeram um abaixo-assinado e enviaram para a ouvidoria publica de Canindé, para a pessoa do senhor Marcos Coelho. O pedido foi aceito e tomadas as devidas providências para se resolver o caso, já que as crianças não podiam ficar sem estudar.
Sexta-feira, dia 10/02/2012 houve uma convocação por parte das duas localidades para decidirmos o que seria feito. Primeiramente expus o caso falei sobre a ouvidoria, mas os pais da Escola Edite Pinto não quiseram aceitar e acharam melhor mandar para a localidade de logradouro. Foi então que falei o motivo da reunião era para que, juntos, nós resolvêssemos essa situação sem atrito e sem discórdia.
Os pais falaram da preocupação em colocar os filhos no carro do transporte escolar, um pau-de-arara que não oferece a menor segurança, alem disso era muita responsabilidade para o motorista. Eu concordei e solicitei à professora da turma que dividisse essa responsabilidade, mas ela alegou que só ficaria dessa forma se tivesse um aumento nos seus rendimentos e se manteve firme na sua posição. Falou que a aula dela termina 10h40min e que não iria ficar nenhum minuto a mais. Diante dessa posição chamei uma auxiliar de serviços e pedi sua colaboração. Ela prontamente atendeu minha solicitação e dos pais, se comprometendo a vir no carro acompanhando as crianças, ficar os 20 minutos restantes com elas e voltar no carro, entregando-asaos seus pais.Alem disso ela e o motorista foram orientados acolocar as crianças menores na boléia do carro. Dessa forma todos concordaram e ambas as partes ficaram satisfeitas, aceitando que diante de qualquer problema poderíamos nos reunir novamente.




As informações contidas nesse trabalho pertencem a Escola João Amaro de Souza.
APENDICE B: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PAIS
NOME: __________________________________________ IDADE: ________
ENDEREÇO: ____________________________________________________

01. COMO É A SUA RELAÇÃO COM AS PESSOAS QUE TRABALHAM NA ESCOLA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
02. SE OCORRER UM CONFLITO NA ESCOLA ENVOLVENDO SEU FILHO O QUE VOCÊ FARÁ PARA RESOLVER ?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
03. VOCÊ SE SENTE RESPEITADO DENTRO DA ESCOLA? FALE UM POUCO SOBRE ISSO.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
04. VOCÊ JÁ ENCONTROU ALGUM OBSTÁCULO QUE O IMPEDISSE DE RESOLVER ALGUMPROBLEMA NA ESCOLA ONDE SEU FIOLHO ESTUDA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
05. VOCÊ ACHA QUE A ESCOLA ATENDE ÀS NECESSIDASDES DO SEU FILHO? COMO?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 APÊNDICE C: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES
NOME: _________________________________________________
ENDEREÇO: ____________________________________________
SITUAÇÃO FUNCIONAL: (   ) CONTRATADO (   ) EFETIVO (   ) CONCURSADO
TEMPO DE SERVIÇO: __________

01. COMO ESTÁ A SUA CONVIVÊNCIA NA ESCOLA:
COM OS ALUNOS?______________________________________________________
______________________________________________________________________
COM OS PAIS? _________________________________________________________
______________________________________________________________________
COM OS COLEGAS? ____________________________________________________
______________________________________________________________________
COM O GRUPO GESTOR? ________________________________________________
______________________________________________________________________
02. NUMA SITUAÇÃO DE CONFLITO, COMO VOCÊ SE POSICIONA ENQUANTO PROFISSIONAL?
___________________________________________________________________
03. O QUE VOCÊ ACHA QUE DEVERIA SER FEITO PARA MELHORAR O SEU TRABALHO?
04. COMO VOCÊ AVALIA A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO, PROFESSOR-COORDENADOR E PROFESSOR-PAIS?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
05. VOCÊ ACHA QUE AS FAMÍLIAS ESTÃO COLABORANDO COM A ESCOLA E CUMPRINDO COM SEU PAPEL? JUSTIFIQUE.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

APÊNDICE D: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS FUNCIONÁRIOS ADMINISTRATIVOS

NOME: ___________________________________________________
ENDEREÇO: ____________________________________________
SITUAÇÃO FUNCIONAL: (   ) CONTRATADO (   ) EFETIVO (   ) CONCURSADO
TEMPO DE SERVIÇO: __________

01. COMO VOCÊ AVALIA O TRABALHO REALIZADO NA SUA ESCOLA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
02. COMO É A SUA CONVIVÊNCIA NO SEU LOCAL DE TRABALHO?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
03. O QUE VOCÊ ACHA QUE DEVE SER FEITO PARA DIMINUIR OS CONFLITOS DENTRO DA ESCOLA?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________
04. COMO VOCÊ AVALIA O PAPEL QUE VEM SENDO DESEMPENHADO PELO GRUPO GESTOR DE SUA ESCOLA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
05. QUAIS AS MAIORES DIFICULDADES QUE VOCÊ ENCONTRA PARA DESEMPENHAR SEU PAPEL NA UNIDADE ESCOLAR E O QUE VOCÊ ACHA QUE DEVE SER FEITO PARA MELHORAR?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 E: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS

NOME: _________________________________         _______ ANO
ENDEREÇO: ____________________________________________

01. COMO VOCÊ AVALIA O PAPEL QUE SEUS POROFESSORES VÊM DESEMPENHANDO NA SALA DE AULA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
02. SE VOCÊ PUDESSE MUDAR ALGUMA COISA NA ESCOLA O QUE SERIA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
03. COMO VOCÊ SE POSICIONA DIANTE DE ALGUMA SITUAÇÃO COM A QUAL VOCÊ NÃO CONCORDA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________
04. COMO É A SUA CONVIVÊNCIA NA ESCOLA COM COLEGAS, PROFESSORE E NÚCLEO GESTOR (DIRETORA, COORDENADORA, SECRETÁRIA)?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
05. COMO VOCÊ AVALIA O ENSINO NA SUA ESCOLA E O QUE DEVERIA SER FEITO PARA MELHORAR?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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